Capítulo 7

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...

Após lhe explicar algumas vezes, ele finalmente percebeu. Ou talvez.

Eu: Onde está o queijo ralado? - viro-me, assustando-me com ele mesmo à minha trás, com um prato com queijo ralado na mão. Ele deixa o prato na bancada. O seu olhar se encontra com o meu. Sinto a minha respiração se descontrolar. Sr. Copolla não faça isto com uma rapariga nada inocente...

Sebástian: Tem os olhos mais lindos que eu já vi... - sorri. Baixo a cabeça, ao sentir o meu rosto aquecer.

Eu: Obrigada... - viro-me. Pego numa porção de queijo, espalhando-o pela lasanha. Sinto-o colocar a sua mão no meu ombro e encostar, lentamente, o seu corpo ao meu. Ele também pega numa porção de queijo, espalhando-o. Ele deixa cair um pouco em cima da minha mão.

Sebástian: Eu tiro. - sussurra ao meu ouvido, com a sua voz rouca. - passa, algumas vezes, a sua mão por cima da minha para tirar o queijo. Pronto, já devo ter a minha calcinha molhada, por culpa dele. Meu Deus, porque sussurrar ao ouvido tem de ser o meu ponto fraco? E aquele toque dele... Eu não aguento...

Kimberly: Estou a interromper? - ele afasta-se rapidamente. Ela olhava-nos seriamente.

Sebástian: A Sra. González está a ajudar-me a fazer o almoço.

Kimberly: E porque não avisaste que iam almoçar em casa? Não achei correto saber disso por terceiros.

Sebástian: Disseste que ias almoçar com amigas. Não pensei que irias mudar de ideias.

Kimberly: Como boa companheira, devo acompanhar-te em qualquer coisa.

Sebástian: Kim, quando vais perceber que tu não és minha companheira? És só uma amiga dos meus pais, que meteram na cabeça que eu deveria ficar contigo.

Kimberly: Não é o que as pessoas dizem por aí.

Sebástian: Não me interessa o que dizem.

Kimberly: Tudo bem. Então, ao menos, posso ajudar-vos no almoço?

Sebástian: Não é necessário. Podes ir ter com a Giulia.

Kimberly: Mas eu quero ajudar-vos.

Sebástian: Não é necessário! - ela passa os olhos por mim uma última vez antes de sair - Desculpe.

Eu: Não tem de se desculpar.

Sebástian: Também não queria que ficasse com a ideia de que eu ando com a Kim.

Eu: E porque não queria?

Sebástian: Não sei... Talvez porque... É que... Esqueça.

...

Sento-me em frente ao Sr. Copolla que estava ao lado da Kimberly e à frente da Giulia. Sr. Copolla corta 4 pedaços e coloca um em cada prato.

Giulia: Isto é de vegetais?

Sebástian: Sim, porque a Sra. González é vegetariana.

Kimberly: E por isso temos de comer isto porque aqui a lindinha é vegan. - ele respira fundo.

Sebástian: Vieste porque quiseste. - ela não responde.

Giulia: Isto engorda?

Eu: O que importa, Giulia? Aliás, na tua idade ninguém deveria se importar com isso.

Kimberly: Importa sim. Isso engorda muito, querida. Aliás, também não vou comer, porque tenho de manter a linha. Comecei há dias uma dieta rigorosa. - afasta o prato - Já a... - olha para mim.

Eu: Luna. Luna González.

Kimberly: Já a Luna não parece se importar muito com isso.

Eu: Está a querer insinuar algo?

Kimberly: Claro que não.

Sebástian: Já acabaram? Kim, se quiseres podes ir embora. Giulia come e Sra. González, não desça ao nível da Kim.

Kimberly: Eu vou mesmo embora. Não estou com paciência para isto! - levanta-se e sai. Giulia afasta o prato.

Sebástian: Come. - ordena sem olhar. Giulia revira os olhos. Ela ainda não vai conseguir enxergar de tanto que ela revira os olhos. Dou uma garfada na lasanha. Que delícia. Giulia dá uma pequena garfada. A sua expressão muda. Acho que ela está a gostar.

Giulia: É bom. - dá outra garfada.

Sebástian: Então, Sra. González, fale-nos mais de si. - o meu coração acelera. Limpo a minha boca com o guardanapo.

Eu: Então... Eu tenho 23 anos... Estou a acabar o curso de secretariado...

Giulia: Tens filhos? - paraliso na hora.

Eu: Não... - tento esboçar um pequeno sorriso sem jeito - Nem comprometida eu sou, quanto mais.

Giulia: Eu com a tua idade vou ter muitos namorados. - joga uma parte do cabelo para trás.

Eu: Isso não é bem assim. - solto uma pequena risada - Continuando... Sou mexicana...

Giulia: Eu sou italiana. A italiana mais linda que existe. E o meu pai é o colombiano mais lindo que existe. - olho para o Sr. Copolla que estava um pouco sem jeito - Não achas, Luna? - o meu coração acelera.

Eu: Sim... - baixo a cabeça imediatamente. Meu Deus, que vergonha. Esta miúda faz cada pergunta... Ouço o meu telemóvel tocar - Desculpem... - retiro rapidamente do meu bolso. Peter...

Sebástian: Pode atender.

Eu: Não é urgente. - desligo. Ia guardá-lo, mas ele volta a tocar.

Sebástian: Tem a certeza?

Eu: Só dois minutos. Com licença. - levanto-me, indo rapidamente para a cozinha. Atendo.

Chamada On

Eu: O que foi, Peter?

Peter: Primeiro queria saber porque me desligaste à pouco.

Eu: Eu estou ocupada! Diz logo o que queres.

Peter: Vens aqui para casa, ou vou para a tua?

Eu: A sério que me ligaste só para isso? Amanhã conversamos sobre isso.

Peter: Luna, tu não entendes? Eu já estou louco de tesão por ti! Tive que tomar 3 banhos gelados e me satisfazer sozinho! Só nestas últimas 4 horas!

Eu: Então continua assim.

Peter: Eu preciso de ti, caralho!

Eu: Amanhã!

Peter: Não consigo esperar!

Eu: Ok, hoje na tua casa. Agora tenho de ir.

Chamada Off

Guardo o telemóvel no bolso. Volto para a mesa.

Giulia: Quem é o Peter?

Eu: Giulia, sabias que é feio ouvir as conversas dos outros?

Giulia: Vais dizer ou não?

Eu: É um amigo.

Sebástian: Pela conversa, parece ser muito chegado. - endireita-se na cadeira, com um olhar sério.

Eu: O senhor deveria dar o exemplo à sua filha e não ouvir a conversa dos outros.

Sebástian: Não tinha como não ouvir. Ouvia-se perfeitamente o que dizia.

Eu: Houve um pequeno problema e ele precisa da minha ajuda...

Sebástian: Não precisa de explicar. Eu percebi que tipo de ajuda era. - baixo a cabeça de tanta vergonha.

Desistir Não É OpçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora