Sangue & Raças (Livro I)

🧛Aparências enganam🐺

———S.R———

A casa estava silenciosa naquele instante, Becca respirava profundamente enquanto tentava se manter calma, precisava salvar Bryant e os outros. Stiiv estava ao seu lado completamente apagado pelo quer que fosse que Caicy havia lhe dado e Jéwe estava com a bruxa e Dylan planejando como salvar a todos. Ela queria estar lá, queria poder ajudar... Mas estava exausta, havia acabado de repor as energias matando sua fome, porém tudo ainda estava confuso em sua cabeça.

Ela respirou fundo outra vez, o que fez o morto vivo resmungar:

— Desse jeito eu não consigo dormir. — sussurrou meio irritado.

— Como você consegue dormir? Eles vão morrer!

— Não, não vão. — ele se endireitou no sofá. — Caicy sabe o que faz, apesar de eu não gostar nem um pouco de admitir isso.

— E se não der tempo?

— Eles não vão mata-los hoje, tem um motivo por esperarem tanto.

— E qual seria o motivo?

— Dia das bruxas. — ele sussurrou fazendo suspense.

— É amanhã, mas o que isso tem haver?

— A âncora, — ele falou como se aquilo explicasse tudo, mas não explicava, principalmente para ela. — o dia das bruxas é o dia em que o vel que cobre nosso mundo perde sua força, o que deixa nosso mundo totalmente exposto aos mortos.

— É sério?

— Mais do que você imagina.

— Mas onde a âncora entra nisso tudo?

— Em tudo. A âncora é quem impede que eles passem, mas nesse dia ela também fica fraca e se eles conseguirem fazer um massacre com os seres sobrenaturais, a âncora não consegue impedir que alguns passem.

— Katrina...

— Não só ela, mas alguns outros podem conseguir passar.

— E o que acontece depois?

— Não sei, nunca vi acontecendo, — ele deu de ombros. — mas pelo que ouvi, elas voltam a vida e recuperam seus poderes.

— Então temos que ir tira-los de lá.

— Precisamos de Caicy para isso, acontece que se um tiver algum híbrido ali, não adiantará nada, pois os híbridos são mais fortes que um vampiro ou um lobisomem.

— E se ela não conseguir?

— Eu espero que ela consiga. — ele fez uma careta e se recostou no sofá.

Becca mordeu os lábios e começou a balançar a perna em um tik nervoso que Stiiv logo parou com sua mão.

— Se você não parar vou ser obrigado a te apagar. — ele praticamente rosnou.

— Eu não consigo ficar calma, nem sei como você consegue!

Ele ia falar algo porém a porta se abriu com o barulho da chave e passos vieram em direção a sala. Stiiv estava em sua frente pronto e cheio de vontade de arrancar a cabeça de alguém.

Cowen o olhou assustado e levou a mão em direção a arma, mas Becca afastou Stiiv de sua frente e ele a soltou.

— Bee o que... Espera — ele passou a mão pelos fios quase os arrancando sem acreditar no que via. — Becca, é você mesmo? — ela balançou a cabeça enquanto uma lágrima escorria por seu rosto e ele foi abraça-la. — Meu Deus... — sussurrou enquanto a apertava em seus braços.

— Estou bem agora.

Ele a afastou procurando qualquer coisa diferente em seu rosto, encontrou um arranhão que o irritou.

— O que fizeram com você? Onde está o Bryant? E o Jéwe, ele já te viu?

— Sim, eu o encontrei a algum tempo, Bryant ainda está preso, não conseguimos libertar os outros. — ele olhou para Stiiv. — Ah, esse é o Stiiv, estava com a gente.

— Há mais pessoas?

— No mínimo umas cinco. — Stiiv falou franzindo o cenho.

— Podem nos levar até lá?

— Não adianta, vocês não conseguiriam para-los.

— Somos policiais, temos armas e se for preciso as usaremos.

— Acontece que suas armas, — ele soltou irritado. — não podem para-los!

— E por que não?

— Por que eles não são humanos comuns!

— O que você quer dizer com isso?

— Cowen, — Becca chamou. — também há outro problema, eles com certeza não estariam lá principalmente depois de virem que conseguimos fugir, não os acharemos lá.

Stiiv parou parecendo tentar escutar algo.

— O que foi? — Becca perguntou.

— Caroline... — ele sussurrou irritado indo até a porta e os dois foram atrás dele. Stiiv abriu a porta vendo a garota parada a poucos metros. — Atira nela. — falou abrindo mais a porta e se afastando.

— Não vou atirar nela porque você quer. — ele respondeu irritado.

— Atira Cowen. — Becca falou se mantendo atrás dele.

— Eu não vou... — ele começou a falar, mas foi interrompido por um rosnado e barulhos de ossos se quebrando.

— Droga!

Ele ergueu a arma e atirou acertando o ombro dela que gritou e saiu correndo em direção a mata.

— Tem balas de prata?

— Eu sei de muita coisa, Stiiv.

— Acho que temos uma chance a mais agora.