Capítulo 48- Não há barganha.

168 17 13
                                    

Draco olhou para ela como se estivesse tentando ler os pensamentos dela, mas então ele deu um sorriso torto e levou um pedaço da maçã a boca.

- Diga logo o que quer...- Ele falou depois de mastigar. - Não tenho tempo sobrando, Riddle.

Catherine olhou para ele, e riu ao notar a presença do medo em seu olhar.

- Não irei tomar muito do seu tempinho precioso, - Catherine disse com ar de deboche. - Serei breve...- Ela inclinou-se para frente, e apoiou as mãos na pequena mesa. - Eu sei que você ganhou a marca...- Draco apenas encarou a garota tentando passar uma falsa imagem de indiferença, mas ela sentia o medo corroer cada molécula dele. - E sei que não está contente com isso.

- Você não sabe do que está falando, Riddle...- Ele a interrompeu. - Não há marca alguma... e você é só uma garota tola, que acha que sabe de tudo...

- Mas eu sei...- Ela retrucou cantarolando e sorriu para ele. - E não adianta esconder isso de mim, Draco... eu sei o que tem lhe dado motivação para tomar as atitudes que tem tomado, mas eu vou ser um empecilho para você, um dos bem grandes por sinal...

- Você só quer tentar me fazer sentir medo, Catherine...- Draco disse cortando mais um pedaço da maçã. - Sabe, eu já notei isso há algum tempo, mas... você gosta de dizer aos outros o quanto sabe de tudo, ou que o outro é o verdadeiro vilão, quando no fundo a maior ameaça ao nosso mundo, é você... e claro, você sabe disso... não é à toa que o Weasley repetido terminou com você...

Ela sentiu uma pontada de raiva ao ouvi-lo tocar naquele assunto, Catherine apenas engoliu a resposta malcriada que estava prestes a dar ao garoto.

- Pode até ser verdade, mas a diferença entre nós é que, apesar disso, eu faço o que é certo - Catherine disse com a voz firme. - E sacrifico as minhas vontades em prol do lado certo da história, mesmo que doa... pelo menos eu luto, e quanto a você, o que faz? Acha que isso vai ter fim? As missões não vão parar por aí, - ela fez uma pausa quando dois garotos da Sonserina e um da Lufa-Lufa passaram por perto, e então retornou a falar. - mesmo que você consiga cumprir, duvido que consiga carregar o peso de um assassinato... isso vai corroer você por dentro... Draco você não é uma pessoa ruim, apesar de fazer merda demais.

Catherine sabia exatamente o sentimento de culpa que sentia, por ter matado um Comensal da Morte, o rosto do homem se contorcendo de dor, às vezes a atormentava antes de dormir, mas o pior de tudo era que uma parte dela tinha adorado a sensação de fazê-lo sofrer.

- Eu faço merda? - Draco deu uma risada curta. - Você entrou em Hogwarts, e na primeira semana socou a cara da Lauren, não que eu me importe, aliás ninguém gostava daquela imprestável. Não satisfeita, arrumou tantos problemas em Hogwarts que quase foi expulsa várias vezes, e para finalizar o combo da discórdia que você é, ainda bateu na Lauren mais uma vez no banheiro, a Murta- Que - Geme confirmou o que Umbridge havia falado, e você ainda vem me dizer que eu faço merda? Acho que você está invertendo os papéis.

- E não me arrependo. - Ela disse erguendo levemente o queixo. - Faria tudo novamente se fosse preciso, e Lauren mereceu cada soco que eu dei nela. Agora, eu não fujo da responsabilidade igual a você, que qualquer merda que acontece, corre para o papai resolver, eu pelo menos arco com as consequências!

O rapaz tensionou a mandíbula, e Catherine sentiu-se vitoriosa ao atingi-lo no ponto fraco dele. Os dois ficaram em um silêncio perturbador por alguns minutos, até que o rapaz resolveu dizer.

- Catherine, você não sabe no que está se metendo...- Ele disse, seu tom de voz era quase uma súplica por ajuda. - E se ficar no meu caminho, você terá muito mais problemas do que imagina... e honestamente, não quero precisar tomar decisões severas com você...

LIVRO 1: Dangerous Reality | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora