Capítulo 52- Medo.

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- Athena...- Catherine disse para a coruja que a encarava com os olhos castanhos escuro grandes e penetrantes. - Preciso que entregue esta carta para mim, ok? - A coruja piou manhosamente. - É importante, tome cuidado... - ela entregou a carta para Athena, e abriu um espaço na janela para que o animal pudesse sair, e assim ela o fez. A coruja saiu voando pela noite escura com a carta em seu bico deixando-a só... bom, era o que ela havia pensado a princípio.

Naquele instante ela notou a presença de Sirius no cômodo, mas continuou de costas para a porta.

- Bisbilhotando, Sirius? - Ela perguntou virando-se para ele. -Sabia que isso é muito feio?

- Em minha defesa, eu apenas estava admirando minha filha postiça falar com a coruja...- Sirius disse sentando-se na cama dela. Mas ela sabia que Black estava apenas curioso para saber o que havia acontecido naquelas aulas e o mais importante; como Harry estava.

- Harry está bem... já conseguiu uma detenção na primeira semana de aula...- Catherine falou e Sirius deu uma risada. - Acho que ele está tentando quebrar recordes...- ela riu. - E a aula foi tranquila.

A mentira saiu de sua boca antes que ela se desse conta. Ultimamente era mais fácil contar pequenas mentiras, Catherine achava que estava começando a tornar-se uma expertise no assunto.

- Bom, filho de peixinho, peixinho é...- Sirius disse. - James e eu já fizemos coisas piores. - Ele deu um sorriso saudoso. - E sobre a aula, pode contar como foi? - Sirius perguntou cauteloso.

- Quanto menos pessoas souberem, melhor...- Catherine respondeu séria. - Não que você não seja digno de confiança...- ela explicou. - Mas é que... tenho medo de que...

- Eu entendo seu ponto de vista...- Sirius tranquilizou-a, apesar de manter-se curioso. - Faria o mesmo, não precisa me dizer nada...

Mas havia algo incomodando-o, na realidade desde que receberá sua liberdade ele estava agindo de modo estranho. Ela não o culpava, afinal de contas, passar doze anos preso numa prisão de Azkaban, além de sempre ter se culpado por tantas mortes, não era fácil lidar com todo aquele peso.

- O que aconteceu, hein? - Ela perguntou preocupada. - Você parece estar ansioso...

- Não precisa se preocupar, gatinha...- Sirius disse dando um sorriso triste, mas seu olhar parecia vazio. Ele estava assim já havia algum tempo, e Catherine sentia medo de estar perdendo-o aos poucos. Sirius, além de Remus e do Sr. Weasley eram o que ela tinha de mais próximo de uma figura paterna, e ela não querida perdê-lo, na verdade ela não queria perder mais ninguém.

- Você sabe que pode contar comigo, não é? - Catherine falou sentando-se ao lado dele na cama. Ela sentiu uma mistura de sentimentos ao aproximar-se de Sirius, havia muita dor, tristeza, remorso e a sensação de que ele poderia ter feito algo que evitasse as mortes de tantas pessoas que ele amava. - E você fez tudo que estava ao seu alcance.

- Mas não foi suficiente. - Ele respondeu com a voz trêmula. - Se tivesse sido suficiente, meu irmão estaria vivo até hoje, Lílian, James, Eleonor, Dorcas, Marlene... e tantos outros. Eles estariam aqui, vivos!

- Eu sinto muito que as coisas aconteceram dessa forma, Sirius. - Catherine disse segurando nas mãos dele. - Sinto muito mesmo..., mas você não tem culpa, era impossível você adivinhar que teria tantas perdas. - Ela fez uma pausa, e pegou uma das mãos dele e acariciou. - Mas gora temos a chance de vingar cada uma dessas mortes. Vamos fazer Voldemort pagar por cada vida que ele tirou, cada família que ele destruiu.

- E se não conseguirmos?

- Nós vamos... E se você não tiver forças, eu vou arrumar um jeito de te levantar nessa guerra e nós vamos chutas muitas bundas de Comensais da Morte. - Catherine falou, e Sirius deu uma risada seca, mas ele ficou sério novamente.

LIVRO 1: Dangerous Reality | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora