Capítulo 3 - A Chegada dos Weasley

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10 de julho de 1995

O resto dos dias que se passaram foram monótonos. Catherine passava a maior parte do tempo lendo livros em seu quarto, ou ajudando a Sra. Weasley a limpar a casa empoeirada. Uma vez ou outra esquecia-se de falar mais baixo no corredor, a toalha que cobria o quadro horrível da mãe de Sirius caia e a mulher começava a gritar ofensas a todos da casa, chamando-os de escória do mundo e traidores do sangue. Monstro, o elfo doméstico, não era muito diferente com os demais, mas sempre tratava Catherine com cordialidade, já que a garota o tratava bem. Ela o achava sofrido demais, e acreditava que nenhuma criatura merecia ser maltratada.

Na maior parte do dia, ela ficava bem, se distraia com suas tarefas e tentava se manter longe do caminho dos mais velhos, mas para ela o pior horário era a noite, pois sempre lembrava de sua mãe. Era uma das piores sensações do mundo, uma angústia misturada de saudade caia sobre ela, era como se a dor nunca mais fosse embora. Talvez nunca fosse...

Catherine estava ansiosa. No dia anterior Snape entregara uma carta de Alvo Dumbledore comunicando que iria visitá-la no horário do jantar. A garota passou quase a noite inteira em claro pensando sobre as infinitas possibilidades sobre o assunto que conversariam. Além disso, se perguntava o porquê da rixa entre Snape e Sirius, já que quando o homem que lhe causava arrepios abordou a jovem, Sirius imediatamente se colocou a frente, como se ele fosse causar-lhe algum mal. Apesar de Snape lhe assustar um pouco com o seu jeito fechado de ser, ela não pensava que ele seria ruim, talvez estivesse enganada, mas Catherine não gostava de tomar decisões baseadas no que os outros pensavam.

Por volta de oito horas da manhã ouviu-se um estrondo no corredor, e logo a gritaria do quadro começou.

— Seus traidores do próprio sangue! — exclamou Walburga, a mãe de Sirius. — Escória do mundo bruxo! Imundos! Escória do mundo bruxo!

— Ah, cala a boca, sua mocreia velha! — disse uma voz grave e rouca em tom de deboche. — Já trocou as suas bandagens, sua múmia?

— Sai para lá, maracujá de gaveta! — complementou outra voz às gargalhadas.

Então, ouviu-se passos apressados.

— Fred, George! Eu já não disse a vocês dois para não fazerem barulho? — a Sra. Weasley dizia furiosa enquanto cobria o quadro que gritava cada vez mais alto. — Vocês vão acordar a Catherine!

— Uh... Quem é essa? — perguntou um deles, parecendo interessado.

— Está tentando arrumar uma pretendente para nós? — disse o outro.

Catherine ouviu o som de um estalo ecoar pelo corredor.

— Não falem assim! — disse a Sra. Weasley em tom de repreensão. — Não quero vocês se engraçando com ela, não foi para isso que eu criei vocês dois! Ela já passou por muitos problemas. Não a perturbem com coisas fúteis.

— Tudo bem, tudo bem — disse um dos rapazes.

— Mas ela é bonita? — perguntaram os gêmeos em coro.

A Sra. Weasley se preparou para dar um tapa nos dois, mas em seguida ouviu-se um "CRAQUE", e os gêmeos não estavam mais no corredor.

— Esses dois não têm jeito... — murmurou enquanto descia para preparar o café da manhã.

* * *

Catherine, que já estava acordada, pegou uma roupa e foi se preparar para o banho. Assim que terminou, vestiu-se e desceu para tomar café da manhã. Ao chegar na sala de jantar, deparou-se com a Sra. Weasley brigando com dois garotos idênticos até a última sarda, ambos eram altos e fortes e possuíam uma cabeleira ruiva assim como a mãe e o pai. Sentados à mesa havia uma garota ruiva muito bonita ao lado de uma menina com cabelos selvagens que lia um livro (ela era igualmente bela) e ao seu lado um rapaz alto, ruivo que estava devorando um prato com torradas com ovos. Quando notaram a presença de Catherine, fizeram silêncio.

LIVRO 1: Dangerous Reality | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora