Capítulo 46- Tudo o que é bom dura pouco.

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Fred olhou para a sua namorada, e viu os olhos dela lacrimejarem, a garota respirava pesadamente como se estivesse tentando manter-se no controle.

- Eu...

Ele não sabia o que responder, sua mente parecia embaralhada, e o rapaz simplesmente não conseguia tomar uma decisão.

- Você nem sequer sabe o que quer, Fred...- Catherine disse.

- Não entre na minha cabeça, por favor. - Ele disse na defensiva.

- Fred eu nem preciso fazer isso, para obter uma resposta sua. - Catherine falou com um que de amargura em sua voz. - Seu rosto já diz tudo... Eu sei que você tem tentado não demonstrar isso, mas acho que hoje já vimos o suficiente.

- Não é isso, Cathy...- Ele começou a dizer.

- Então o que é, porra? - Ela retrucou com irritação. - Qual é o problema principal?

Os talheres da mesa de jantar começaram a tremer, e atmosfera do lugar pareceu mudar em questão de segundos.

- Eu estou confuso, ok? - Fred disse passando as mãos no cabelo. - Ao mesmo tempo que eu a amo, e quero você perto de mim, eu temo que você deixe de ser a Catherine que eu conheci na Sede da Ordem da Fênix... Eu não quero perdê-la... - Ele fez uma pausa, e observou o rosto dela, as cicatrizes vagando pela face angelical, o olho esquerdo num tom de dourado, e então ele percebeu que já havia perdido ela, era só uma questão de tempo. Fred riu sem achar graça. - Eu já a perdi, não é?

- Você nunca me perdeu, Fred...- Catherine respondeu em voz baixa. - Mas com toda certeza está me deixando escapar.

Dizendo isto, Catherine passou pela porta deixando-o só, com um vazio enorme em seu peito. Ele queria correr atrás dela, e dizer que a amava também, que queria permanecer ao lado dela, mas Fred não moveu um músculo sequer, no fundo, ele sabia que ela tinha razão em tudo o que dissera, e por mais que o sentimento que ele sentisse por ela fosse genuíno, ele jamais deixaria de sentir-se inseguro próximo dela.

O rapaz encarou a porta por longas horas, tentando processar tudo o que havia acontecido. Seu peito subia e descia pesadamente, e suas mãos estavam suadas. Como se algo tivesse despertado dentro dele. Fred saiu pela porta, não ligando que estava vestindo seu pijama ainda, e desceu as escadas apressadamente.

Ao chegar no andar debaixo, a loja ainda não havia sido aberta totalmente, George terminando de dar os últimos retoques na sessão de Nugá - Sangra Nariz.

- Ela já foi? - Fred perguntou desesperado.

- Catherine? - George disse sem tirar os olhos da prateleira. - Acabou de sair com uma cara péssima.

- Merda! - Ele praguejou, sentindo seus pulmões ficarem pesados de repente e o desconforto apenas aumentou quando a sensação de náusea o pegou.

- Vocês terminaram? - George olhou espantado para o irmão. - Vocês são burros, ou o que? Por causa de um pesadelo, Fred? Jura?!

- Ah, cala a sua boca! - Fred disse em voz alta. - É muito mais do que um pesadelo imbecil! Você não vê? - Ele olhou para o irmão furioso. - E você não tem moral alguma para me dar sermão sobre término de relacionamento... Vive num vai e volta com a Angelina, e eu não fico dando pitaco!

- Você não sabe de nada, Fred. - George disse sério. - E não é da sua conta! Mas você deveria estar do lado dela... Essa não é a primeira vez que você a larga sozinha, ou já se esqueceu de que a deixou na enfermaria desacordada só para "cuidar" da loja, depois do confronto no Ministério. - Ele disparou as palavras contra seu irmão. - Sabe, Fred, você adora procurar desculpas esfarrapadas para sair fora das situações quando elas complicam, e depois fica por aí se fazendo de pobre coitado. Não ferra! E parabéns, por ser um baita cuzão!

LIVRO 1: Dangerous Reality | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora