𝙻𝚊𝚋𝚒𝚛𝚒𝚗𝚝𝚘 𝙼𝚎𝚗𝚝𝚊𝚕 - 𝚅𝚒𝚗𝚐𝚊𝚍𝚘𝚛𝚎𝚜

𝙲𝚊𝚙 7

Estou estudando sobre esquizofrenia, sobre os comportamentos então se eu cometer algum erro me perdoem.
Aproveitem a história.
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Virgínia segurava o relógio entre as mãos, o vidro frio da cela, os fios caindo na frente do seu rosto, as mãos trêmulas. A mente dela não parava de reproduzir aquela cena, aquele acontecimento, sempre que ela lembrava um detalhe amais aparecia, e ela conseguia sentir as dores, o frio.

— vai ficar ai encarando esse relógio por quanto tempo? — a criatura cheia de olhos perguntou e riu em seguida.

— o tempo que for necessário — Virgínia sussurrou.

— Ele está quebrado, igual a sua mente — ele falou agachado na frente dela, com o sorriso doentio permanecia no seu rosto.

— Esse relógio era dela, Virgínia Arianna Stark, eu não lembro de ter matado nenhuma Virgínia.

Ela é muito burra. Como pode ser uma soldado de elite? Ahahahahaha. Olha só para ela, parece um rato encurralado hahahahahaha.

As portas do local se abriram em um estrondo, fazendo com que Virgínia se assustasse. Em um segundo a alucinação sumiu no ar. Lá estava novamente, depois de um dia, uma mulher ruiva de olhos verdes.

Ela estava usando calça jeans e camiseta de manga comprida, os braços cruzados enquanto se aproximava da cela. Ela acenou para Virgínia enquanto a mesma ficava séria, pronta para atacar a ruiva. Seu comportamento hostil estava sendo causado pelas vozes contínuas que sussurravam pela sua cabeça, houve um intervalo de algumas horas dos sussurros, 6h de silencio.

— Podemos conversar? — ela perguntou.

Virgínia permaneceu séria, mas assentiu. Ela encarou os movimentos da ruiva com atenção.  

Nat colocou suas digitais no painel, sem tirar os olhos dela, imediatamente a porta se abriu e Nat entrou lentamente seus passos cautelosos.

— Continuo achando isso uma loucura — a voz de Steve soou através do ponto de Natasha, mas ela manteve sorrindo.

— quando vai tirar esse ponto do seu ouvido? Pensei que seria uma conversa normal, já basta eu ser vigiada à todo momento. — ela falou olhando para o relógio. 

Pela primeira vez, Virgínia encarou Nat diretamente nos olhos. Natasha viu os olhos gélidos da morena cravados nela, Natasha encarou as suas cicatrizes dela. O vazio que possuía nos olhos antes deveria estar cheio de luz anos atrás, ela deveria ser inteligente quando ela ainda era a Virgínia. Quem sabe, ambos poderia ter sido grandes amigo em outras circunstancias, mas agora aquela garota não passava de uma prisioneira de HYDRA.

— É uma questão de segurança só isso. — Ela afirmou calmamente, dando de ombro. — Gostou do relógio? — Nat apontou para o relógio nas mãos, Virgínia olhou para as suas próprias mãos. 

— Ele me faz lembrar de coisas.

— Que tipo de coisas? — ela falou interessada.

— Momentos esquecidos até então. — foi a vez dela à dar de ombro. — Não lembro dela. Por que? Por que? 

Nat se sentou na frente dela, no chão mesmo, ela estava se aproximando de Virgínia. Ela estava frente-a-frente com ela quando a morena percebeu a aproximação, mesmo que hesitante. 

— Não vou te matar, se é esse o seu medo. — ela afirmou deixando Natasha surpresa.  

— Não, eu...