Virgínia abriu os olhos com esforço, com muito esforço, ainda se sentia um pouco grogue ainda, talvez fosse pq devesse estar dormindo ainda. Ela percebeu então onde estava, na enfermaria, o aparelho que media seus batimentos emitia um som continuo de "bip... bip...bip"
Ela ergueu a cabeça para olhar para seus pés, lá olhando para ela, viu uma cabeça com um par de olhos amarelos a encarando fixamente, "mais uma? Não... não... não..."
Virgínia se deitou novamente com a respiração ofegante, cobriu seus olhos com as mãos enquanto ouvia as risadas na sua cabeça.
Ela ouviu a porta ser aberta e as risadas cessarem. Virgínia olhou em direção à porta um pouco relutante para enxergar os cabelos vermelhos e os olhos verdes da agente.
Ela seguiu a ruiva com os olhos pelo quarto até parar ao lado da janela onde as cortinas permaneciam intocadas e fechadas. Natasha vestia calça jeans e moletom preto, as mãos escondidas nos bolsos.
Não caia nos joguinhos dela. Ela mentiu para você. A visão de olhos amarelos falou com a voz sussurrante.
As lembranças a inundaram como uma enchurrada, as palavras da ruiva corroeu seu coração como ácido, seu peito se apertou ao perceber que aquilo que ela pensou ser algo especial na verdade não era nada.
As vozes riam e sussurravam coisas dentro da sua cabeça, sua mente era uma verdadeira selva de vozes e coisas perturbadoras.
Virgínia abaixou seus olhos para a coberta azul-clara.
– Você está péssima.
Virgínia apertou a coberta.
— Saia daqui — Sua voz saiu rouca, doía — não quero ver ninguém.
Entrando dentro da mente de Natasha percebeu que faziam cinco dias que estava internada na ala medica do complexo.
— não quer me ver? — Natasha enfim olhou para ela.
Virgínia riu baixo negando com a cabeça.
Ela mentiu para você. A visão fala ao pé da cama.
— você muito menos, pra você eu não sou nada.
— Como assim?
Natasha se aproximou da cama tentando tocar sua mão, mas Virgínia rapidamente olha para ela paralizando a ruiva.
— Não lembra? — ela pendeu a cabeça para o lado. — Não sou o seu tipo, juro que pensei que você sentia algo mas parece que é só uma coisa da minha cabeça, mais uma das minhas loucuras. — Ela falou rindo.
O tempo está acabando, está acabando! As vozes falavam.
Virgínia estava ficando eufórica, a presença da ruiva causava esse efeito nela, seus pensamentos, seu coração, seus nervos ficavam todos agitados com a presença dela. No momento, o seu único desejo era ficar sozinha, ela e seus pensamentos.
— Você ouviu...
— Saia.
Virginia falou a forçando mentalmente a sair do quarto.
Ela ouviu a porta ser fechada com força. Para seu alívio a visão tinha desaparecido, finalmente pode se deitar na cama e relaxar.
Já do outro lado da porta, a culpa corroía o coração da ruiva, ela queria entrar de novo e falar o que sentia pela Stark, mas sabia que seria uma proposta arriscada, ainda mais naquelas condições em que Virgínia estava.
Natasha se encostou na porta, a madeira fria causou uma pequena onda de arrepios pelo corpo da ruiva. Ela jamais imaginou que uma conversa poderia causar tantos problemas com alguém que ela gostava tanto, talvez até mais que um simples "gostar".
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𝙻𝚊𝚋𝚒𝚛𝚒𝚗𝚝𝚘 𝙼𝚎𝚗𝚝𝚊𝚕 - 𝚅𝚒𝚗𝚐𝚊𝚍𝚘𝚛𝚎𝚜
Ficción General𝚅𝚒𝚛𝚐𝚒𝚗𝚒𝚊 𝚂𝚝𝚊𝚛𝚔 𝚏𝚘𝚒 𝚍𝚊𝚍𝚊 𝚌𝚘𝚖𝚘 𝚖𝚘𝚛𝚝𝚊 𝚚𝚞𝚊𝚗𝚍𝚘 𝚝𝚒𝚗𝚑𝚊 𝚍𝚎𝚣𝚘𝚒𝚝𝚘 𝚊𝚗𝚘𝚜, 𝚚𝚞𝚊𝚝𝚛𝚘 𝚊𝚗𝚘𝚜 𝚍𝚎𝚙𝚘𝚒𝚜 𝚜𝚎𝚞 𝚍𝚎𝚜𝚝𝚒𝚗𝚘 𝚜𝚎 𝚎𝚗𝚝𝚛𝚎𝚕𝚊𝚌𝚊 𝚌𝚘𝚖 𝚘 𝚍𝚘𝚜 𝚟𝚒𝚗𝚐𝚊𝚍𝚘𝚛𝚎𝚜.