O SEQUESTRO

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     As luzes já estavam apagadas por toda casa dos Najahoss, a noite já imperava ao clarão da lua, a família após um breve jantar, visto a caçada render apenas um esquilo, Barador diz então que para evitar erros iria ao brejo ao Oeste sozinho, na intenção de não sobrecarregar Émerid e Barcci, e também os aldeões de Najahoss, a família concorda, mas Drakan mantém um olhar de descontente, algo o preocupava, era o ataque ao galinheiro, do qual Terjëin tinha o assunto por encerrado.

     - Terjëin! acorde! acorde! - sussurra Drakan ao meio do sono profundo do irmão rabugento.

     - Não me importune, me esqueça, ou amanhã acabo com tua raça, me deixe dormir! - diz Terjëin se virando e cobrindo a cabeça.

     - Podemos aproveitar a ausência do tio Barador e irmos procurar aquela raposa maldita que matou nossas galinhas! Tia Émerid e Barcci, estarão no plantio do milho até por volta do Sol ao meio do dia, nessa hora já teremos consertado o galinheiro e partido para caçar! Vamos? Deixe de ser medroso e todo certinho!Estaremos de volta antes do jantar! - diz Drakan, aos sussurros tentando convencer seu irmão.

     - Nada disso, já disse! Você é um miolo mole, irresponsável! - diz Terjëin como forma de repreender o irmão que só tem a ideia a título de aventura, nada mais que isso.

     - Medroso e estraga prazer, é isso que você é! - retruca Drakan, se virando para retornar ao sono.

     - Volte logo a dormir seu cabeça de vento, temos muita coisa a fazer com aquele galinheiro amanhã, não quero ninguém bocejando, noite mal dormida, trabalhando ao meu lado, entendeu miolo mole? - retruca novamente Terjëin, que fica mais um tempo acordado pensando em toda conversa.

     O Sol nasce em meio a neblina das manhã como é natural da Floresta da Noite Eterna, lugar ao qual a Vila Najahoss se encontra mais ao Sul.

     Desde a terremoto da Batalha do Fim do Mundo, as localizações ficaram um tanto confusas, vales inteiros, partes de florestas, rio e montanhas foram engolidos como se a terra estivesse faminta! Regiões inteiras sumiram, inclusive a Região do Grande Carvalho e toda sua floresta onde ocorreu a Grande Batalha que virou história e infelizmente até hoje é tudo misterioso!

     Nunca se explica o acontecido, as pessoas mais velhas sobreviventes da Batalha parecem ter esquecido ou se fazem de esquecidos, tornando os contos e as lendas sobre aquela guerra e a explosão do terremoto, girar mais em torno de feitos heróicos e formas de motivar crianças e jovens que propriamente revelar os fatos e a realidade dos acontecimentos da data em questão. Talvez jamais saibamos a verdade dos fatos ou quem sabe sejam um dia revelados!

     Todas essas questões fazem Beninstar e os Defensores não passar de uma lenda infantil para Terjëin, e uma força propulsora para Drakan, que já acorda Barcci como se estivessem em plena Batalha do Fim do Mundo.

     Ainda tomando a refeição da manhã, o Sr. Diorv, aldeão de Najahoss, chama Drakan e Terjëin ao galinheiro novamente.

     - Meus filhos, sinto muito, mas foram mais duas galinhas essa noite, se continuar assim, não teremos mais galinhas e muito menos ovos em não mais que quinze ou vinte dias! - diz ele num sentimento preocupado e misto com tristeza e raiva.

     - Malditas raposas! - diz Drakan, socando a mesa e se levantando e indo em direção aos currais para ver o que ocorreu durante a noite!

     - Tio! Devemos colocar armadilhas em redor da vila hoje, seria melhor que não fosse caçar javalis no brejo, não antes de resolvermos isso. Colocar armadilhas por aqui seria o mais sensato! - diz Terjëin, para Barador com certa preocupação.

Em Busca da Cidade da LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora