Em Busca da Cidade da Luz

A BATALHA NO CASTELO NEGRO

     A tristeza invade a torre Leste, o laboratório de Mallener onde se elaborou e construiu o engenho baseado no uso malicioso do magnorubrinium, era o local de onde podia se ouvir um lamento, choro incessante e o barulho de objetos sendo arremessados pelo chão e pelas paredes por Calsiggar tomado pela dor da morte de Frigiara.

     Drakan e Nariza assim que se direcionaram para a batalha, tinham por objetivo inicial ajudar Authenar que havia caído, abatido pelo próprio pupilo em virtude de tirar de Vullkar a vantagem de manter o general de Beninstar por prisioneiro, servindo como moeda de troca pela rendição de todo Exército de Beninstar.

     Defensores e Supremos se equilibravam na luta enquanto seus líderes iam se mantendo de pé. Se anos atrás o mundo mudou numa batalha com o infortúnio de um terremoto criando a maior história conhecida, A Batalha do Fim do Mundo, a luta em Mallener não ficaria menos famosa ou importante, e muitos contariam suas façanhas, vitórias e perdas.

     Assim que o rei foi surpreendido pelo ataque que Authenar sofreu estando sobre prisão de Vullkar e ordenou o ataque, os planos traçados anteriormente por Mallener e Beninstar começaram a ser postos em prática por cada um dos grupamentos. Mais ao Sul Cidriel e Kaumur enfrentariam Koriól saindo do calabouço com parte do Exército de Supremos. Ao Norte onde se localiza a mina de magnorubrinium, de onde sairia Terjëin Najahoss e sua guarnição para enfrentar a rainha Nédria e parte do Exército de Defensores, ao centro Sorana e Anatérius iriam em busca dos Generais dos Supremos, Vullkar e Serine.

     Do calabouço, após o comando de ataque pela trombeta de Mallener, Koriól liberou a saída dos Supremos que lutariam, e partiu calmamente assobiando e atirando setas com sua besta. Tratava a batalha como se fosse uma caçada qualquer. Cidriel batalhou com dois soldados de Mallener por muitos minutos até receber a ajuda de um dos Defensores e conseguirem prevalecer, e no próximo combate o Defensor que lhe ajudara caiu por uma flecha de Koriól a última de seu alforje. Jogou a besta de lado e partiu para o ataque a Cidriel, quando desferiu o golpe antes que Cidriel pudesse defender a espada de Koriól encontra a espada de Kaumur em defesa da conselheira.

     A mulher olha fixamente para Kaumur, que não tira os olhos de Koriól:

     - Essa luta é minha! Vá Senhora Cidriel!

     Koriól apenas ri e ironicamente diz:

     - Uma luta a minha altura? Seria isso que quer dizer? - menciona por ser um homem baixo e muitos o chamerem de wärkin embora seja humano.

     - Cale essa boca imunda seu assassino, hoje acabo com seu prazer em atear fogo seu desgraçado! - Kaumur diz logo desferindo lum soco no estômago de Koriól, que revida tentando o atingir com um punhal, o mesmo que roubou de Terjëin.

     Kaumur escapa de ser apunhalado por pouco, mas não tem a mesma sorte com o golpe Koriól aplica em seu rosto, mesmo com a espada em punho Koriól atinge o rosto de Kaumur com um soco. Os dois continuam a batalha que é pessoal para Kaumur.

     - Vou te cortar dedo por dedo da mão que jogou aquela tocha seu monte de estrume!

     - Amiguinho, penso que furou fila na sua vingança contra mim! - Koriól diz isso e pisca para Kaumur em sinal de provocação.

     - Foram tantos que fiz virar cinzas, em tantos lugares diferentes, precisa me contar onde foi ou ficarei em dúvida!

     - Seu maldito filho de uma porca, vai se lembrar, logo depois vou ter o prazer de te matar! - Kaumur vai ficando cada vez mais tomado por ódio e Koriól em três ou quatro notas sombrias de seu assobio se mantem frio.

     Embora suspeite que Kaumur seja da família de wärkins que incendiou por engano e acabou por adotar o garoto que salvou das chamas por remorso, só teve certeza quando Kaumur mencionou que cada dedo seria por um dos irmãos mortos. Mesmo tendo sido muitas as barbáries, matar cinco wärkins queimados de uma só vez não era um fato de se repetir com frequência.