Cap. 2

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Meu instinto me diz para correr o máximo que posso dali, eu estava morrendo de medo, mas como sabiam meu nome? Quem seria?
–Quem está aí?
Gritei, mas não obtive resposta. Respiro fundo e tremendo tiro o celular da bolsa e ligo a lanterna. Dou o primeiro passo para dentro da construção, mesmo com medo eu não sei o motivo de estar agindo assim tão contraditoriamente. Com certeza eu estava louca! Já dentro do térreo, ouço meu nome sendo chamado mais uma vez, lá de cima. Meu coração acelera, as mãos começam a suar frio, começo a subir as escadas. Sinto uma sensação estranha, um clima pesado. Não sei se era efeito do medo, mas estava ouvindo sussurros, vozes. Como se o ambiente estivesse cheio de pessoas.
–Quem está aí?-pergunto mais uma vez- Como sabe meu nome?
Não era nenhuma voz familiar.
A medida que vou andando sinto o clima pesando mais, como se estivesse carregando um peso nas costas. Quando estou prestes a virar o corredor sou surpreendida por uma pessoa. Instantemente um grito sai de dentro da minha garganta, a vista imediatamente fica turva.
–Se eu fosse você ficaria parada onde está! Não dê mais nem um passo!
No momento que estas palavras entram nos meus ouvidos eu congelo, obedecendo, seja lá quem for. Sinto milhares de sensações. Será que é um assalto? Um sequestro? Com certeza é alguém da família da moça de mais cedo, descobriram que tirei fotos. É o meu fim.
O peso que estava em minhas costas sumiu logo após a pessoa fazer alguns movimentos e falar algumas coisas.
Sinto mãos encostando no meu braço.
–Está bem?
–Sim.
–Não quero ser inconveniente, mas por qual motivo você está dentro de um edifício inativo?

Não respondo de imediato, estou encarando o chão, estou paralisada pela situação brusca. Consigo ver apenas um par de sapatos, vou levantando a vista e vejo que, tem a mesma vestimenta do cara que esbarrei mais cedo. Cabelo preto e arrepiado, alto. Vou recuperando o fôlego aos poucos e crio forças para dialogar.
–Eu estava passando, ouvi chamarem meu nome e...
–Espera, você ouviu alguém chamar seu nome? Viu alguém, ou algo?
–N-não. Por quê você está aqui também? O que é que está acontecendo?
–Não posso responder suas perguntas, digamos que só estou aqui por coincidência. Enfim, você está muito pálida, vamos, posso lhe ajudar.

Ele segura minha mão e nós caminhamos até a saída. Depois de insistir que deve desculpas pelo estado que fiquei ele me conduz até alguma barraca que estava aberta, depois de andarmos mais um pouco. Ele me traz água.
–Obrigada.
Depois de beber consigo acalmar mais meus sentidos.
–Eu realmente não sei se devo continuar neste assunto. Mas, achei estranho, você disse que ouviu alguém chamar, mas não viu ninguém. Você estava sentindo algo diferente enquanto estava lá?
–Tinha a sensação de que estava carregando algo pesado nas costas.
Ele engole seco e olha para os pés.
–Eu vou precisar entrar em contato com você em breve, pra saber se realmente devemos discutir sobre esse assunto.
–Mas eu nem te conheço, isso é alguma forma nova de conseguir o contato de alguém?
–Não precisa exagerar, você só estava no lugar errado e na hora errada, não se preocupe, não vou lhe importunar.
Passei meu contato para ele, logo ele se levanta.
–Pode me chamar de Fushiguro.-Ele olha o celular, lê o nome anotado no contato e novamente me olha.–S/N, talvez precisemos nos reencontrar outra vez.-Olho para ele e arqueio uma sobrancelha, ele logo percebe que estou desconfiada e cora, ele olha para os lados sem reação.–Não é nada disso que você está pensando! Eu estou aqui tratando de assuntos muito sérios, não preciso inventar histórias para flertar com ninguém, não que eu esteja flertando com você!
–Certo, certo, já entendi! Ah e obrigada pela água.
Rio internamente me levantando, ele ficou uma graça quando ficou sem jeito. Nos despedimos e saímos em direções opostas. Finalmente chego ao mercado.
São quase 20h quando saio do mercado, procuro um ponto de táxi mais perto, ansiosa para chegar em casa.

𝕷 𝖚 𝖝 𝖚 𝖗 𝖞 Onde histórias criam vida. Descubra agora