Cap. 52

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–Ei, ei! Chega!

Com uma agilidade atroz ele consegue me paralisar, ainda alterada nos seus braços, me debatendo e pouco me importava se algum movimento o iria atingir.

–S/N, para!

Estou cega pelos meus próprios sentimentos. Sem muita alternativa ele me joga na cama com uma certa ferocidade, imediatamente pairando seu corpo sobre o meu, segurando meus pulsos com as duas mãos e juntando minhas duas pernas para que não se movimentassem mais.

O canto da sua boca estava escorrendo sangue, provavelmente meu acesso de raiva o atingiu. Devido à gravidade, uma gota do sangue pinga tenuemente bem em cima do meu lábio superior.

Nossos olhos formam uma rede de conexão enquanto nossas bocas entreabertas procuram um meio mais fácil de recuperar ar para os pulmões. Meu peito subia e descia num ritmo atordoado.

Quebro imediatamente o contato visual enquanto aos poucos vou me recompondo.

–Sai de cima de mim.

Com relutância ele obedece, se afastando consideravelmente. Sem muitos gestos ele sai à procura da pequena maleta de primeiros socorros.
Depois de uns poucos minutos ele volta com a mesma em mãos, eu estava olhando para o nada, apática.

Enquanto ele enfaixa minha mão, meus pensamentos resolvem visitar as antigas, não tão antigas lembranças com Megumi. Por quê logo agora?

Sou imersa de corpo e alma em meus pensamentos que nem percebo os chamados de Yuuji.

–Aqui.—Ele fala enquanto coloca um copo d'água em uma das minhas mãos.–Não faz bem você ficar desse jeito.

Dou um gole breve, ele continua com seus olhos pousados sobre mim, o que no momento me incomoda.

–Pode não olhar para mim?

Ele cora levemente e desvia o olhar.
Enquanto dou outro gole na água, o observo através do vidro, ele estava cabisbaixo.
Coloco o copo em alguma superfície retilínea e volto a o encarar.
Eu não iria mais conseguir ficar perto dele, mas eu acho que realmente estou apaixonada por ele.

Que dilema, que situação. O que eu vou fazer?

–Preciso falar uma coisa.

–Pode falar.

Ele responde meio que de imediato.

–Yuuji, não me abandone.

Apesar de tudo, foi como se meu egoísmo falasse mais alto, relembrando o caso com Megumi, meu cérebro acabou interpretando como se tivesse sido um abandono e agora me encontro com medo de ele desaparecer também.

Mas se ele não sumir, Sukuna também não irá. Isso me deixa irrequieta e com um nó cada vez mais inchando no meio da minha garganta.

Sem dizer uma palavra ele me abraça, me abraça tão forte que posso sentir meus ossos estralarem.

𝕷 𝖚 𝖝 𝖚 𝖗 𝖞 Onde histórias criam vida. Descubra agora