Cap. 40

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–O que você tá fazendo aqui, conversando com esse cara?

Era Yuuji. Ele parecia ter vindo até meu encontro correndo, percebo seu peito subindo e descendo aceleradamente.

–Por quê veio atrás de mim?

–Fui atrás de você no seu quarto e não te achei.

Percebo que o cara estava bem atento a nossa conversa e, quando Yuuji chegou ele ficou mais atônito.

–Então você é uma feiticeira.

Ele fala com uma certa convicção, dá um sorriso fechado e se levanta. Yuuji o olha de cima a baixo com uma expressão séria.

–A gente se vê por aí, S/N.

Ele dá as costas e some do nosso campo de visão rapidamente.

–Você conhece ele?

–Acabei de conhecer.

–S/N, pode soar estranho de alguma forma. Não se aproxima desse cara, sério.

–Ué.

–Sério, esse cara é encrenca.

–Não me pareceu grande coisa. Você tá tentando colocar terra na minha fogueira?

–Não! Só não se aproxima dele.

Eu diria que esse é um episódio de ciúmes, mas ele realmente parecia estar falando sério.
Andamos juntos até o Colégio.

Já estávamos na manhã de sábado, nestes dias o colégio é praticamente um museu, todos saem. Porém o Colégio era protegido por uma barreira extremamente forte que o Gojo-sensei preparava.

Estávamos apenas eu e Yuuji sozinhos no meu quarto.

Abro as portas da varanda e recebo a brisa fresca da manhã no rosto. Eram mais ou menos por volta das 8h agora, já havíamos tomado café.

Tiro outro cigarro da carteira e o acendo.

–Estou impressionado. Achava que você só bebia.

Ele está esparramado na minha cama. Sinto como se nosso vínculo estivesse se aprofundando, eu realmente gosto de Yuuji.

Mas acho que se algum de nós tocar novamente no assunto, acaba estragando isso que temos e eu não quero isso.

Pressiono a metade do cigarro no concreto da varanda e jogo fora.

Me sento na cama e logo ele deita sua cabeça no meu colo, afago minhas mãos no seu cabelo rosado.

Ele acaricia meus quadris com as duas mãos. Permanecemos assim por um bom tempo, em silêncio.

Apoio a cabeça na cabeceira a elevando, ficando assim olhando para o teto.

–S/N, posso falar uma coisa? Não precisa responder de volta.

–Chora.

–Se tu quisesse eu casava fácil contigo.

Aquelas palavras me pegaram de surpresa. Permaneço imóvel e sem emitir nenhum som.

–Mas eu já entendi como você quer prosseguir e pra mim tá tudo bem. É melhor ficar desse jeito do que não te ter mais de jeito nenhum, sabe.

𝕷 𝖚 𝖝 𝖚 𝖗 𝖞 Onde histórias criam vida. Descubra agora