Cap. 26

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Um sentimento diferente toma conta do meu consciente, sinto meu coração acelerar e um formigamento. Solto o ar pela boca, estava a ponto de hiperventilar, estranho. Ele não havia feito nada, por quê me sinto assim?

–Ainda não me disse o que veio fazer aqui.

–Você não perguntou.

Novamente ele ri, sua risada invade meus ouvidos e automaticamente um arrepio desce pela minha espinha. Ele se levanta e, por um momento acredito ter sentido minhas pernas cambalearem, que poder é esse?
Ele coloca as mãos no bolso.

–"Não se atreva a tocar nela, seu desgraçado!"

Ele diz, dou um passo para trás, já encontrando a porta. Posiciono minha mão na maçaneta, estava pronta para fugir à qualquer sinal de ameaça.

–Não estou entendendo.

–Ah, é o garoto. Sabe, apesar de tudo eu quase suei para conseguir prendê-lo. Ele está sofrendo, tentando sair, mas não vai conseguir. Pelo menos pelos próximos dez minutos.

Sinto que estou começando a hiperventilar, a mão escorrega da maçaneta pelo suor que surge na palma das mãos, as perna estão trêmulas.
Todos estes sinais físicos são completamente diferentes do que estou sentindo por dentro, na verdade não sinto aflição, não sinto nada.

Ele dá outro passo e eu instintivamente giro a maçaneta. Mas a porta não se abre.
Isso foi um gatilho para eu querer entrar em desespero, me viro e tento incessantemente com as duas mãos abrir a porta, não me lembro de tê-la fechado.
Parece que a qualquer momento minha garganta vai fechar, procuro o ar mas não o acho e a cada passo que ele dá ao meu encontro sinto como se a morte estivesse se aproximando.

Ele segura minha cintura com força, mas com uma certa cautela. Estremeço ao seu toque, e parece que instantaneamente meu corpo derreteu.
Perdi as forças, como se eu estivesse incapacitada de usar meu corpo. Aperto os olhos.

–Não, S/N, não quero que reaja desta forma.

Com a outra mão ele segura meu pescoço, e inclina levemente para trás, deixando assim minha cabeça encaixada em seu ombro.
Sinto sua língua absurdamente quente bem próximo à minha clavícula, ele vai lambendo lentamente até chegar no lóbulo da minha orelha.
Não consigo evitar revirar os olhos, mas não posso deixar transparecer nenhum tipo de sentimento aprovador.
Penso que me debater será pior, então apenas o deixo fazer o que tem vontade.
Chegando à minha orelha ele morde, não com força, o suficiente para me fazer estremecer.
Posso ouvir nitidamente sua respiração pesada, o ar quente de sua boca e nariz aquecendo minha orelha que estava gelada. Sinto meu corpo sucumbindo, estava muito trêmula.

𝕷 𝖚 𝖝 𝖚 𝖗 𝖞 Onde histórias criam vida. Descubra agora