Cap. 36

645 81 3
                                    

Só me vinha à mente o fato de eu ser estupidamente fraca, a ponto de não ter conseguido salvar o homem, em meio à tantas súplicas de sua filha.

Eu só desejava morrer. Eu merecia morrer lá.
Sukuna não tinha o direito de interferir desse jeito na minha vida.

Não tem sentido ele ter me salvado.

Em questão de instantes estávamos em uma rua deserta, desconhecida por mim.

Ele me solta no chão com rispidez. As lágrimas não param de descer. Minha cabeça parecia que ia explodir de tantos pensamentos.
Ele encosta a mão sobre meus ferimentos e instantaneamente eles são curados.

–Por quê?

Encaro o chão, estou sem reação. Foi a única coisa que saiu da minha boca.
Ele segura meu queixo, me conduzindo a ficar frente a frente com seu rosto.

–Há muitos mistérios nessa vida que sempre serão mistérios, S/N.

Congelo ao ouvir suas palavras. Sinto um calafrio, ele continua a me encarar.

Desvio o olhar e tiro sua mão do meu queixo. Ele sorri malicioso.

–Não vai conseguir me evitar pelo resto da vida.

–Morra, seu desgraçado!

Ele dá uma gargalhada.

–Não seja assim, S/N. Eu sei que você não me quer morto. Ainda temos muito que aprender um com o outro.

Dito isso ele se aproxima novamente de mim, desvio o rosto.
Isso deixa uma passagem livre para meu pescoço, ele roça sua boca absurdamente quente no espaço entre minha clavícula e o pescoço. Instintivamente reviro os olhos, mas consigo relutar.
Me levanto.

–O que você quer de mim? Anda, responde, o que eu tenho de tão especial pra você ser assim comigo?

–Você não sabe o quanto eu quero te dizer.

Sua voz havia mudado, não era mais Sukuna. Era Yuuji.

Parecia que meu corpo necessitava fazer isso, foi tão naturalizado que nem senti, apenas percebi que o estava abraçando. Ele retribui o abraço e afunda seu rosto em meus cabelos.

–Precisamos relatar sobre o ocorrido. O que vamos dizer que aconteceu com a maldição?

–A verdade. Diremos que foi Sukuna que o exorcizou.

Chegando ao Colégio, avistamos o diretor e Gojo na entrada.
Eles já deviam estar sabendo do incidente, com certeza.
Apesar de tudo, ambos pareciam estar agindo normalmente conosco.

Entramos e fizemos o relatório. Demorou pelo menos uns 30 minutos.
Eu e Yuuji fomos dispensados.

–Posso dormir com você hoje?

Ele arregala os olhos. Fica em silêncio por uns instantes.

–Por quê esse interesse repentino?

–Sinto que se ficar sozinha não vou conseguir dormir.

–Pode sim.

𝕷 𝖚 𝖝 𝖚 𝖗 𝖞 Onde histórias criam vida. Descubra agora