Cap. 10

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Entramos em seu dormitório, tinha uma boa vista da varanda, alguns pôsteres de ídolos femininos seminuas pela parede. Me sento na cama e pouso meus olhos sobre ele, que parece corado e um pouco tenso, olhava para baixo.
–Eu não sei como falar sobre isso sem pedir desculpas...
–Então não peça.
Cruzo os braços.
–Nossa, você é tão grossa, S/N. Eu entendo que está chateada e tudo mais, mas me dá um desconto também!
–Cara, assim, o que você fez é meio ridículo. Se não queria, pra que chegou até o ponto que chegou, sabe? Acho que você queria tirar sarro da minha cara ou algo assim.
–S/N, não! Por favor, não pensa isso, sério! Como eu disse, eu queria, mas não daquele jeito, é muito complicado pra explicar, mas eu prometo que vou esclarecer tudo. Depois que eu falar tudo, com certeza você vai se afastar. Mas pelo menos não vai ser tão doloroso, já que a gente não é tão íntimo assim.
–Não estou entendendo.
Ele coloca uma cadeira na minha frente, e senta apoiando os cotovelos nas pernas. Seu olhar está vazio, olhando para mim. Engulo seco, parecia realmente que ele estava falando sério. Descruzo os braços e o encaro com atenção.
–Eu sou um receptáculo, não há apenas "eu dentro de mim", há mais alguém, ou alguma coisa. Não sei denominar ao certo.
Ele faz gesto de aspas com os dedos.
–Como assim? Você é possuído?
–Bom, podemos dizer que sim, o lado positivo é que eu posso controlar isso, bom pelo menos eu tinha certeza até aquele momento com você.

Encaro ele fixamente, com o cenho franzido, eu não estava entendendo bem.

–Sukuna, é o nome da entidade que se hospedou dentro de mim, isso tudo aconteceu porque engoli um de seus dedos mas essa é outra história. O que eu tô tentando dizer, S/N, é que não era eu naquele dia, eu perdi completamente o controle do meu próprio corpo, quando eu estava com você. Entende? Isso não devia ter acontecido.

Fico paralisada, meus olhos perdem o foco é agora eu quem estava olhando para baixo, fitando o chão.
Eu estava prestes a me relacionar com uma entidade?

–Então eu não estava vendo coisas, isso explica o motivo de eu ter visto seu rosto coberto por marcas estranhas, seu rosto... Seu corpo, até seus olhos, pareciam ter uma cor, eles... Brilhavam!
–Eu sinto muito que tenha sido assim, eu não iria me perdoar se isso fosse mais adiante, eu estava lutando para tomar o controle e consegui.—Seus olhos tinham uma certa aflição, seu semblante estava tristonho, não conseguia parar de encará-lo, ele não olhava para mim, apenas fitava o chão.—Enfim, é muito perigoso ficar perto de você, ele pode tomar o controle de novo a qualquer instante e...
–Para de falar.
Digo me aproximando mais de seu rosto, ele olha para minha boca e em questão de segundos nós estávamos nos beijando. Ele não tem reações, o agarro pela gola do moletom e o jogo na cama. Ele olha para mim.
–S/N...
–Eu sei o que estou fazendo, Yuuji, nós vamos terminar o que estávamos começando, só eu e você, eu sei que você consegue fazer isso.

𝕷 𝖚 𝖝 𝖚 𝖗 𝖞 Onde histórias criam vida. Descubra agora