Uma Semana depois...
Mesmo a três badaladas após o fechamento do Portão do Sol, Piltover ainda estava cheia de vida. Vida essa que estava empatando o seu caminho no momento. Caitlyn saiu correndo pelo Crescente do Resorte, abrindo caminho entre os habitantes que passeavam à noite pelo calçadão dos cafés e bistrôs da moda. Os clubes refeitórios estavam esvaziando, assim como os teatros no Centro do Projetista, e a rua começava a ficar bem mais movimentada. Se não alcançassem Devaki logo, iam perdê-lo.
-- Você o viu? _ gritou Clarke logo atrás.
-- Se eu estivesse vendo, já estaria mirando nele! _ indagou Caitlyn irritada.
O rifle hextec pendurado no ombro de Caitlyn estava carregado e pronto para ser disparado, mas ela precisava de um alvo e Devaki era mais ágil do que um cervo em fuga. Ele roubara três oficinas dos clã (até onde se sabia) nos últimos meses e Caitlyn já o havia associado a outros dois roubos. Com a impressão de que algo maior estava acontecendo, ela e Violet ficaram de olho nas oficinas da Casa Morichi, e, como previsto, Devaki aparecera. Mas eles só tiveram certeza quando os iluminadores da cidade foram às ruas para acender as lamparinas e Caitlyn viu o seu reflexo no vidro de um café do outro lado da rua. Devaki a viu naquele mesmo instante e deu no pé como um rato de porto assustado.
Caitlyn parou repentinamente no cruzamento seguinte. As chamas cativas nos postes de luz ornamentados banhavam dúzias de rostos surpresos que olhavam para ela com uma luz cálida e âmbar. Seus olhos azuis claros iam de pessoa a pessoa, buscando a silhueta de Devaki.
Um jovem de feições coradas pela alegria da noite atravessou a rua na sua direção. Ele acenou para ela.
-- Está procurando por um sujeito em fuga? _ perguntou ele. _ Um com um chapéu grande?
-- Sim. _ respondeu Caitlyn desconfiada. _ Você o viu? Para onde ele foi?
-- Seguindo reto por esse caminho. _ O jovem apontou para a esquerda e disse.
Ela seguiu o seu olhar e viu a alegre clientela do teatro saindo do Centro do Projetista, uma edificação em arco, com vidros coloridos e colunas de ferro trabalhado. As pessoas no teatro se misturavam com os donos dos estandes que vendiam refrescos e as garotas do calçadão em busca de um alvo rico. Clarke finalmente a alcançou, suando e com dificuldade para respirar. Ela se curvou e apoiou as duas mãos sobre os joelhos.
-- Era de se esperar que ele tentaria se perder na multidão. _ disse a loira entre goles de ar.
Caitlyn parou um instante para analisar o tão zeloso informante. Suas roupas eram de corte fino e deviam ter-lhe custado bastante, mas os punhos estavam puídos e os cotovelos gastos. Seus olhos se estreitaram enquanto ela observava as cores da temporada passada e um colarinho que saíra de moda há pelo menos um ano.
Rico, mas não nos seus melhores dias.
-- Anda, Caitlyn! Senão vamos perdê-lo! _ Clarke voltou-se para a rua movimentada e disse.
Caitlyn ajoelhou sobre uma perna para observar a rua de outro ângulo. Os paralelepípedos estavam escorregadios por causa da chuva do fim da tarde e bastante desgastados. Daquele ângulo, ela via as marcas de calcanhares na pedra que apenas um homem correndo deixaria. Mas elas não iam para a esquerda, e sim para a direita.
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Cupcake De Cereja
Science FictionA água é conhecida como solvente universal porque uma grande quantidade de substâncias se dissolve nela. Porém, isso não acontece com todas as substâncias, como mostra o caso do óleo. Como a grande maioria sabe, ao colocarmos óleo na água, eles não...