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Por Bob

Eu sempre quis participar do clube.  Adorava quando Spencer chamava-me para passar o dia em sua casa. Tio Ruivo era um segundo pai, na verdade minha única referência de pai, pois nunca conheci o meu.
Estou indo para casa quando sinto alguém puxar meu braço.

_ Manda um recado para seu presidente - Escuto um estralo no momento em que meu braço é  quebrado. Por algum motivo minha voz não sai.

_ Não vai gritar e nem chorar? Então esperar aí.- Diz a pessoa segurando meu braço. Alguém chuta meu joelho fazendo o mesmo dobrar-se e eu cair. A rua está deserta. Fecho meus olhos e a única coisa que passa em minha cabeça é,  será que irei morrer aqui. Será que não vou ter a chance de tornar-me um Brother? Eu não sei explicar o porquê,  mas sinto que nunca estarei completo enquanto não vestir minha jaqueta. É como se o meu sangue pedisse por isso.

Alguém levanta meu rosto e olho para a pessoa a minha frente. Não a conheço. Sinto uma faca passar pelo meu rosto e chegar próximo aos meus olhos.

Então eu grito

__________________ Rock________________

Deito na cama e vejo minha esposa dormindo tranquilamente. Minha esposa não sabe, mas 15 anos atrás fiz a merda de me envolver com uma garçonete local e o pior foi que ela engravidou. Fiz um acordo com a mesma de  não deixar ninguém descobrir sobre Bob, mas o destino é muito filha da puta. Tem coisa que não tem jeito. Tem situações que o sangue puxa e para o meu azar Bob é melhor amigo do meu neto Spencer. Quando a gente era pequeno meu pai costumava dizer o lema do clube era lealdade,  glória,  proteção e sangue. A nova geração dicidiu tirar o sangue depois que Deus entrou, porém a nossa família domina 85% dos membros presentes do clube.
Agora são 4h33 e escuto meu celular tocar. Quando pego o mesmo vejo o nome Sérgio na tela. Sérgio na verdade quer dizer Solange. Atendo o telefone.

_ Pelo amor de deus vem para o hospital - Diz ela do outro lado da linha.

O que eu não sabia era que na mesma hora o Ruivo tinha recebido uma ligação. 

________________ Ruivo _______________

Escuto um barulho ao longe, mas decidi fingir que não ouvi, porém lembro o que aconteceu com Thor semana passada e pego o telefone.

_ Seu irmão está no hospital - É a única coisa que a pessoa diz antes de desligar o telefone. Levanto da cama e acendo a luz. Mikaela levanta com o rosto enchado.

_ O que aconteceu? - Pergunta ela

_ Levi está no hospital. - Digo tentando reconhecer a voz de quem era ao telefone.
Selo os lábios de Mikaela e vou em direção ao hospital.

Entro no hospital e digo o nome dele, porém não tem ninguém com nome internado.
Decido dar uma volta pelo local e é quando eu o vejo perto da máquina de café. Um homem usando uma jaqueta de couro e cabelo branco abraçado com uma mulher morena de mais ou menos 45 anos, ou seja, 5 anos mais velha que eu. Me aproximo ficando cada vez mais surpreso.

_ O que está fazendo aqui pai? - Digo vendo o mesmo largar a mulher.

_ Eu posso explicar- Diz ele. A mulher se afasta e vai se sentar. Quando meu pai ia começar a falar um homem vestido de branco aparece. 

_ Responsáveis por Bob Ronald- A mulher que estava abraçada ao meu pai se levanta. Meu pai caminha até ela e pega sua mão.  Meu Deus isso só pode ser uma pegadinha. Bob Ronald.  Espera esse é o nome do Bob. 

_ Espera de que Bob o senhor está falando- Pergunto ao médico. Ele não me responde e continua a fala.

_ Bob teve seu braço quebrado e um dos olhos removido. Porém se encontra estabilizado.

Vejo a mulher deita a cabeça no ombro do meu pai e chorar. O médico começa se afastar.

_ Ele pode receber visitas? - Pergunto vendo o médico parar sua caminhada de volta a sua sala. -Pode sim, porém ele só acordara mais tarde.

_ Pode me seguir - Diz o médico me levando a uma porta com o número 63.

Quando abro a porta vejo Bob deitado em uma maca. Isso Bob o melhor amigo do Spencer. O moleque não saía  da minha casa.
Meu pai não fez isso. Abaixo a cabeça. Sinto mãos em meu ombro.

_ Pai,  como você pode trair a mãe assim. Pai você tem um filho que ficou esse tempo inteiro sem proteção. - Digo enquanto olho para a cama que Bob está deitado.

_ Foi um acidente - Diz ele fazendo eu explodir.

_ Acidente? Por um acaso ela estava  andando de Bicicleta e caiu na sua rola? Pelo amor de deus você tem 68 anos e não 15. - Digo olhando para o menino.

Não acredito que tive meu irmão o tempo inteiro ao meu lado e não sabia. A primeira vez que Bob foi em casa ele tinha 5 anos, depois disso tudo era motivo para dormir lá. Lembro o dia que ele falou que queria que eu fosse seu pai, porque não sabia quem era o seu de verdade. O engraçado foi que ele falou: A minha mãe  podia ser a mesma.
Olho novamente para o moleque deitado naquela cama. Seu braço está  engessado e seu olho esquerdo está tampado com algum tipo de curativo.

Saiu do quarto e sento ao lado da mulher. Ela parece envergonhada.

_ Como você encontrou ele? - Pergunto. Ela passa a mão em seu rosto que parece cansado. Eu nunca tinha visto a mãe do Bob. Todas as vezes que ele ia dormir em casa quem entrava em contato com ela era Mika. Acredito que ela deixava ele ter esse contato com a gente para que de alguma forma ele sempre disse alguém da família por perto.

_ Me ligaram aqui do hospital. Não sei o que aconteceu, porque quando cheguei ele já estava desacordado.  - Diz ela.

_ Vai ficar tudo bem - Digo vendo meu pai se aproximar.

__________ 7h30 min depois __________

Entro no quarto e Bob está olhando para um ponto fixo na parede. Seu olhar parece distante.

_ Está melhor? - Pergunto ao sentar ao lado da sua cama.

_ Você sabia? - Ele pergunta.

_ Não.  Eu não fazia idéia.  Recebi uma ligação na madrugada dizendo que meu irmão estava no hospital, claro que pensei que era o Levi, mas quando cheguei aqui tive essa surpresa. - Falo enquanto vejo uma lágrima solitária rolar por seu rosto.

_ Eu fui um erro né? Um caso de uma noite que precisava ser escondido. - Conclui ele. Não posso dizer que ele está errado, porque infelizmente não está.

_ Mas ainda é meu irmão. - Ele sorri. A porta se abre e Deus entra junto com Galã e Kira.

_ Então quer dizer que ganhei um pirralho de primo. - Diz galã.  Kira dá uma gargalhada e Bob sorri.

_ Bem vindo a família garoto - Diz Kira.

_ Mas infelizmente não tem muito pra comemorar. O que aconteceu - Pergunta Deus.

_ Depois que saí do clube passei na casa de uma mina aí. Quando estava voltando para casa senti alguém pegar em meu braço esquerdo. - Conta ele sendo obrigado a para quando meu pai e levi entraram no quarto. Levi é 6 anos mais novo que eu e é responsável pela nossa mecânica e também é advogado. Bob não olha para meu pai.

_ Ele disse manda um recado para o presidente e quebrou meu braço. Acho que o medo me calou, porque não gritei e não chorei. - Ele abaixa a cabeça. - Então outro cara arrancou meu olho. Eu o vi, mas não o conheço. - Finaliza ele.

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