Filling the Holes

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O dia, hoje, amanheceu levemente nublado, com ameaças de chuva para o final de tarde. Dessa forma, Sasuke e eu decidimos que seria uma boa quarta-feira, meio de mês, para ficar enrolados na coberta e assistindo qualquer coisa que possa estar passando na televisão à cabo ou em alguma plataforma de streaming. No entanto, nossos planos foram levemente arruinados quando a campainha tocou.

— Está esperando alguém ou alguma coisa, meu bem? — Sasuke perguntou, dando pause no filme.

— Não. — Franzi a testa. — Aqui está tão quentinho. — Me encolhi um pouco mais contra seu peito antes de tomar atitude de levantar e atender a porta. — Já vai — avisei quando escutei o novo toque, Kurama latia enquanto me acompanhava.

Não pensei muito ao não olhar pelo olho-mágico para ter um vislumbre de quem era do outro lado. Somente destranquei e abri, sentindo um belo arrepio subindo pela minha coluna quando encarei os olhos de Shikamaru.

— Oi, Naruto. — Trazia um pequeno sorriso nos lábios.

Apenas senti meu coração batendo forte ao me perguntar que porra ele estava fazendo em minha casa?!

— O que você faz aqui? — perguntei rudemente.

— Quem é, amor? — Sasuke se manifestou da sala. — Naruto? — Ouvi seus passos para perto até que parou às minhas costas. — O que faz aqui? — perguntou para o homem à porta.

— Oi, Sasuke — cumprimentou. — Gostaria de conversar com você, Naruto. — Desviou os olhos do maior para mim.

— Não temos absolutamente nada para conversar — repliquei.

— Sei que não deveria aparecer do nada em sua casa — começou.

— Mas ainda assim apareceu — cortei sua desculpa. — Não temos nada para falar — tornei a repetir.

— Eu gostaria de ter um diálogo de verdade, Naruto. — Estava sério enquanto falava. — Tive bastante tempo para refletir enquanto estive fora e gostaria de falar sobre o seu acidente. Além disso, que bom que está aqui, Sasuke, você será bem-vindo na conversa.

— Não é você quem diz se ele é bem-vindo na conversa ou não — apontei.

Sinto o coração batendo forte, assim como parece que estou tremendo. Se ele quer falar sobre o acidente, isso significa que já teve tempo o suficiente de conversar com Kushina e saber as coisas que aconteceram naquele dia — isso caso ela não tenha feito qualquer joguinho para distorcer as verdades e colocar o Sasuke, principalmente, em uma posição ruim sobre o que houve.

— Podemos conversar, então? — perguntou em tom ameno.

— Seja breve. — Dei passagem, ouvi seu agradecimento quando passou por mim.

— Trouxe isso como pedido de desculpas. — Me estendeu uma sacolinha decorada.

— Não quero nada. — Cruzei os braços. — Você pode começar a falar.

— Por favor, tome o presente no final, caso aceite as minhas palavras.

— Vamos sentar, amor — Sasuke se pronunciou, pegando em minha cintura para me guiar ao sofá.

Senti a tensão que havia em meu corpo apenas pela rigidez com que caminhei para o estofado, no entanto, ao sentir seu toque mais firme em mim, consegui relaxar, sabendo que não precisarei lidar com nada sozinho.

Meu namorado sentou atrás de mim, Shikamaru à nossa frente. Claro que foi impossível que alguns flashes, do dia em que todo o nosso desentendimento aconteceu, não pulassem em minha cabeça. Nada poderia ser mais desagradável do que foi naquele momento e sendo sincero, lidar com isso não era algo que eu estava planejando para tão cedo, não diretamente com ele. O ano já começou recheado de surpresas.

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