His Friend

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Visitar os pais do Naruto não foi tão ruim quanto imaginei que pudesse ser. Mas, claro, devo concordar com o loiro que, provavelmente, a minha presença lá foi o que deixou tudo mais neutro. Apesar de Kushina já ter dado um chilique em minha casa, parece que seu desejo não era repetir o comportamento. E agradeço por isso, não estava lá muito no saco para lidar com qualquer mal criação vinda de uma adulta que não aceita que seu filho já é um homem crescido que se sustenta e governa. Tenho plena noção do estigma que agora carrego de acordo com a família dele, antes, eu era o amigo, colega de trabalho também. Hoje em dia, tenho certeza absoluta de que somente me enxergam como alguém que se relaciona com o Naruto. Não que eu esteja realmente me importando com qualquer tipo de tarja que estejam a fim de usar, mas só posso pensar que lhes falta maturidade.

Amanhã teremos o dia livre. Naruto já ressona calmamente por já dormir, enquanto que eu estou aqui ainda olhando para o teto, pensando nas coisas que visualizei lá na casa dos Uzumaki. Desde os olhares furtivos de Kushina para nossas mãos, buscando nossos anéis, até a aura constrangida que se estabeleceu quando o filho deles partiu para a cozinha. Com certeza eu não sou a melhor pessoa para quebrar esses gelos. E eu podia sentir que a ruiva ainda se encontrava envergonhada pelas coisas que fez em meu apartamento — Não se envolva, isso são assuntos de família, o dedo apontado e o olhar de desprezo ainda estão fixos em minha mente. Porém, ela não deixou uma palavra escapar sobre o acontecimento.

Tentamos aproveitar o dia seguinte da melhor forma; levamos o Kurama para esticar as patinhas na praça que sempre frequento, tomamos sorvete e somente voltamos para casa quando a lua já estava alta no céu. Depois de nossos corpos devidamente limpos e confortáveis, recebemos o alerta sobre a chegada de nossa janta. Naruto parecia muito empolgado com a ideia de finalmente conseguir encontrar seu amigo no dia de amanhã. Desde a nossa viagem que esse encontro está sendo prometido. Não o conheço muito bem, mas sei que são bons amigos desde há muito tempo atrás, quando Naruto sequer imaginava que estaria hoje estrelando uma série. Também não sei se faço muita questão de conhecê-lo melhor.

Pela manhã o loiro avisou que estaria indo embora, fiquei surpreso, o plano era que passasse pelo menos metade do dia aqui comigo.

— Posso te levar.

— Não, não pode. — Rolava os olhos, chamando o cachorro para colocar a guia. — Não faz sentido que vá e volte. — Não discuti muito, sabia que não adiantava nada do que eu falasse para fazê-lo mudar de ideia. — Aqui estamos novamente, na mesma situação — comentou quando já estávamos à espera de um táxi.

— Dando margem aos fotógrafos alheios. — Finalmente vi um carro com o sinal apagado, ajudei a arrumar as malas dentro do porta malas. — Me avise quando chegar em casa, do seu passeio também.

— Pode deixar, senhor Uchiha. Saberá de todos os meus passos. — Me selou os lábios. — Até mais.

— Até mais.

Acompanhei o carro com o olhar até que não foi mais possível saber onde estava.

Voltei para o apartamento, sentindo novamente aquele sentimento de vazio de quando estava com o meu irmão e ele aqui. Gostaria muito de saber se alguma hora irei me acostumar a estar só outra vez. Não que antes Naruto não passasse alguns momentos aqui em casa, mas depois de toda essa reviravolta em nossa relação, esses poucos momentos se tornaram mais constante. E então tivemos a situação com sua mãe.

Com ele fazendo planos para sair com seu amigo, resolvi que deveria fazer algo do tipo para me distrair também. Enviei uma mensagem ao Deidara, sabia que estava ocupado com umas peças de teatro que anda apresentado, mas esperava que tivesse um tempo para mim no dia seguinte. E fiquei feliz quando recebi uma resposta positiva ao meu convite.

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