Capítulo 13

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Sasuke

Todos estávamos reunidos em família. Quer dizer, minha família, já que os pais de Sakura não puderam vir. Eles realmente viajam muito.

A sala de jantar está iluminada por um lustre imponente, espalhando uma luz suave sobre a mesa longa e farta. O aroma de comida caseira preenche o ambiente, e o barulho dos talheres sendo dispostos é abafado pelo burburinho das conversas. Minha mãe está sentada na cabeceira, tamborilando os dedos na mesa com impaciência.

— Pode falar, menino! Eu sei que você tá namorando, só confirma e tudo certo! Eu tenho o direito de saber antes de todo mundo, já que sou sua mãe! — Ela sorri meigamente para alguém que passa atrás de mim, mas quando volta a me encarar, seus olhos são puro fogo.

Suspiro e balanço a cabeça em negativo.

— Eu já disse, daqui a pouco.

Ela franze o cenho, como se estivesse checando alguma coisa, e de repente, seus olhos marejam.

— Eu não acredito que você fez isso! Pensei em várias possibilidades, mas como você está com as mãos no bolso, já entendi tudo. Você se casou no civil e só vai comunicar a família agora!

Não entendi o que uma coisa tem haver com a outra, talvez deva perguntar.

— Mãe...

— Aquela vez que eu te disse para esfregar as coisas na cara dos parentes, era para os parentes, não pra mim!

— Mãe...

— Não acredito que você foi capaz disso...

Tomo fôlego e murmuro, num tom baixo, mas firme.

— Eu vou ser pai. — Faço uma pausa. — E você vai ter que fingir surpresa.

Melhor falar logo, antes que o drama comece.

Por isso o Itachi é tão dramático, puxou nossa mãe.

Por um segundo, o silêncio se instala. Então minha mãe pisca e abre um sorriso radiante, me puxando para um abraço apertado.

— Meus parabéns, filho!

Ela sai quase saltitante, olhando para todos como se fosse a maioral. Respiro fundo e viro para Sakura. Ela está distraída, saboreando um brigadeiro com uma expressão de puro deleite.

Quando percebe que a observo, ela sorri, e eu não consigo evitar sorrir de volta. Me aproximo e a envolvo em um abraço, deixando um beijo suave em sua testa. Meu corpo pede para beijá-la de verdade, mas me contenho. Depois de rejeitar meu pedido de namoro — e também o de casamento —, decidi que vou esperar.

— Tá com fome? — pergunto, olhando em seus olhos verdes.

Minha cor favorita depois de rosa.

— Não — responde, antes de enfiar outro brigadeiro na boca, e não entendo se está sendo sarcástica ou se falou sério.

Sorrio e beijo sua bochecha.

— Tá nervosa?

Ela desvia o olhar.

— Um pouco. Ainda não sei por que temos que contar para sua família inteira. Por quê?

Seguro seu queixo, forçando-a a me encarar.

— Pra eles verem quem vai ser a grávida mais linda desse mundo.

Sakura revira os olhos, mas sorri. Antes que eu possa dizer mais alguma coisa, minha mãe nos chama para almoçar.

Nos sentamos, e os olhares se voltam para nós. Na verdade, para ela. Reprimo a vontade de gritar para todos que ela é minha futura esposa e apenas puxo a cadeira para que ela se sente.

GolpeOnde histórias criam vida. Descubra agora