Capítulo 15

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Antonela tinha dado algumas voltas no parque, o que a fez refletir que realmente deveria estar ficando maluca, já que a natureza não era exatamente sua coisa preferida no mundo.

Naquele momento estava parada na frente de casa dentro de seu carro, refletindo sobre o que deveria fazer.

Havia beijado Lucas e isso era um fato, não tinha como voltar atrás, e ignorar seu melhor amigo só por conta daquilo não era certo, eles precisavam conversar, mas ela queria entender o que sentia antes de dizer qualquer coisa.

A jovem suspirou, olhando para si mesma no retrovisor.

— Certo, Antonela, vamos ajeitar esses pensamentos — falou, como se aquelas palavras pudessem clarear sua mente.

Antonela suspirou, tentando traçar uma linha do tempo em sua cabeça, como se precisasse encaixar os fatos para que as coisas fizessem mais sentido.

Se lembrou de quando era mais nova. Lucas já fazia seu coração disparar e aquelas borboletas idiotas, que tanto temia, aparecerem em seu estômago.

Também recordou de como apenas um selinho foi capaz de a desestruturar no ano anterior e em como ficou com a imagem de seu melhor amigo, apenas de cueca no quarto, em sua cabeça por alguns dias.

Lembrou de como ela estava se sentindo cada vez mais próxima de Lucas e em como parecia que a qualquer momento ela poderia cometer um erro, o que acabou a fazendo voltar para casa de um dia para o outro.

Não pode evitar cogitar mais uma vez que Lucas ia beijá-la se não fosse pela ligação de Mateo, que a fez sair correndo.

Pensou também no beijo que tinha esquecido, e no que tinha roubado do rapaz na noite anterior. Apenas a lembrança das mãos de Lucas passando pelo seu corpo foi capaz de fazer um arrepio subir sua espinha. Com toda certeza, mesmo dizendo que nunca mais aquilo aconteceria, não era exatamente o que a jovem desejava.

Ninguém era capaz de fazer ela sentir o mesmo. Não com apenas um beijo. Muito menos com só a presença.

Talvez...

Talvez ela estivesse apaixonada por seu melhor amigo.

Antonela sorriu, como se admitir aquilo tivesse tirado um peso dos seus ombros, o que fez a jovem abrir a porta do carro e descer.

Era isso, ela iria contar para Lucas como se sentia, iria o abraçar e não permitir que o rapaz a soltasse jamais. Não aguentaria nunca, em nenhum outro momento se separar dele novamente, não como tinha sido obrigada há cinco anos atrás.

Antonela caminhou decidida até a porta e como se estivesse indo fazer um grande gesto romântico, abriu de maneira dramática.

— Lucas? — chamou, passando pela parede que separava a entrada da sala e não encontrando o rapaz no sofá.

Talvez ele tenha dormido, pensou, enquanto subia as escadas.

A garota abriu a porta do quarto dele, se deparando com o lugar vazio, então se esgueirou até a cama do rapaz, deitando-se lá e se aconchegando nas cobertas. Ainda estavam com o cheiro dele e ele tinha um cheiro torturantemente bom.

Antonela pegou o celular, mandando mensagem para Lucas.

Antonela: Oi, baby!

Antonela: Cheguei em casa e não te achei, você saiu?

Antonela: Quero conversar sobre ontem e preciso te contar uma coisa.

Ela esperou durante longos quarenta minutos, enquanto mexia em suas redes sociais, mas nem sinal de Lucas. O que acabou a fazendo ligar para ele.

Uma...

Guardiãs • 2021Onde histórias criam vida. Descubra agora