Dylan Griffin
Aperto as chaves e caminho pela calçada até meu carro, olho para o lado e paro de repente vendo o que nunca achei que veria. Lucy está em cima da mesa do bar e está rodando a camisa nos dedos.
Ela está usando a garrafa de microfone e um monte de cara parece estar acompanhando ela, respiro fundo e vou até a porta do bar. Entro rapidamente e Lucy está cantando uma música que posso chutar que seja da Britney Spears, mas ela está muito bêbada.
-Lucinda!- afasto um cara que está gravando e o celular dele cai no chão, piso nele e o ignoro quando começa a gritar.- Lucinda!
-Mais uma!- Lucy pega outra cerveja e começa a beber.- Muda a música, DJ!
-Para com a música!- aponto o dedo para ele e o cara para a música.- Lucinda, desce dessa merda!
-Quem?- olha envolta.
-Você.- afasto outro cara.- Vamos, desce.
-Não atrapalha.- ela me empurra com pé e travo o maxilar.
-Lucinda.- respiro fundo.- Desce.
-Cadê a música?- ela deixa a blusa dela cair e pego.- Bota a música!
O cara começa a colocar outra música e olho para ele, o DJ aperta o botão para parar e Lucy bufa. Então começa a sentar no balcão e me deixa colocar ela no chão, empurro um cara que tenta tocar nela e Lucy se atrapalha vestindo a camisa.
-Que merda foi essa?- pergunto baixo enquanto passo seu braço pela manga.
-Eu vou começar a fazer shows.- sussurra no meu ouvido.
-É, sem dúvidas.- seguro sua mão e a puxo.
-Ei, cara!- o dono segura meu braço e me encara.- A conta.
-Aqui.- tiro trezentos dólares da carteira.- Isso paga?
-Paga.- os olhos brilham para o dinheiro.
-Vamos pagar para todos!- ela levanta os braços e várias pessoas no bar gritam.
-Lucinda.- minha voz falha quando a puxo.
-Ai.- ela aperta a mão que está segurando ela.- Ai, Dylan.- faz bico quando saímos.- Você tá me machucando.
Pisco surpreso e solto ela, vejo a marca da minha mão ficar vermelha em seu antebraço e olho para Lucy percebendo que ela já está distraída com o vendedor de cachorro quente da rua. Não acredito quando ela atravessa a rua que nem louca para ir até ele.
-Lucinda!- me irrito.
-Eu quero dois.- fala para o cara.
-Moça, a senhora pode pagar?- ele pergunta sorrindo.
-Ele pode.- cutuca meu peito e o cara olha para mim.
-Dá logo.- pego uma nota de vinte.
-Aqui está.- ele dá os dois cachorros quentes e pago.
-Ok, agora você vai comer isso fora do carro e eu vou deixar você em casa.- coloco ela na frente do carro e Lucy começa a comer.
-O seu.- estende um para mim.
-Eu não como....
-Pega logo.- coloca na minha mão e respiro fundo.
-O que deu em você para fazer aquilo?- pergunto irritado.
-Eu bebi.- fala enrolado.- Cerveja. Eu sabia que depois de seis cervejas eu fico meio doida, mas quando vi já estava na dezoito....
-Claro.- dou uma mordida no cachorro quente.
-Olha, você até parece normal.- ela ri.
-Não quero nem falar com você.- olho para o lado e dou mais uma mordida.
-Eu que não deveria querer falar com você, sua pedra.- bufa e olho para ela.- Palavras machucam.
-Tudo que eu estava fazendo era tentando escapar do seu cunhado maluco.- digo com calma.
-Sabe, é que eu sou muito nova e fico com raiva de coisas idiotas.- ela me encara e reviro os olhos.- Não revire os olhos para mim, Griffin!
-Você pode terminar logo essa merda?- pergunto.
-Não precisa se incomodar!- ela começa a andar de forma bêbada e respiro fundo tentando me controlar.
Jogo o resto do cachorro quente no lixo e a acompanho enquanto ela anda, alcanço já umas quadras depois e coloco o meu sobretudo em seus ombros por estar quase nevando na cidade e Lucy estar praticamente encolhida.
Andamos lado a lado enquanto ela come e não faço ideia de para onde ela está indo, então termina de comer e cruza os braços, sua expressão se torna confusa e ela olha envolta lentamente.
-Para onde estamos indo?- pergunta.
-Puta que pariu.- murmuro.
-Olha a boca.- faz careta.- Onde estamos?
-Eu vou pedir um táxi.- pego meu celular.
-Parece a vez que eu me perdi na rua.- ela ri olhando envolta e a observo.- Só que tinha neve. Cadê a neve?
-Só começa em uma semana.- digo vendo as decorações de Natal.
-Ah.- suspira quando senta em um banco.- Nunca ganhei presentes de Natal.
-Como?- termino de pedir o Uber e a observo.
-Minha mãe nunca deixou eu ter presentes de Natal.- coça o olho de forma sonolenta.- Só fui começar a ganhar quando ela morreu.
-Isso faz um ano.- murmuro.
-É?- fica confusa.
-Vamos.- a levanto quando o carro chega.
-Tá.- abro a porta e Lucy entra.- Olha, barraquinha de sorvete!
-Não!- entro no carro e fecho a porta.
-Eu queria sorvete.- os olhos dela se enchem de lágrimas e minha garganta seca.
-Eu compro para você quando chegarmos em casa.- a acalmo.
-Ok.- ela vira e olha pela janela.- Podemos passear na frente do parque?
-Isso sai mais caro.- o motorista fala.
-Eu pago.- informo e ele sorri dobrando.
Olho para o lado vendo Lucy com a testa encostada no vidro, olho para o outro lado e fecho os olhos para passar a mão pelo rosto de forma cansada. Sinto algo no meu ombro e olho para Lucy de novo.
Fico surpreso quando ela fica com a cabeça deitada no meu ombro e abraça meu braço, continuo tenso e engulo em seco sentindo vontade de passar minha mão por sua cabeça e abraçar ela. Lucy parecia tão magoada e ao mesmo tempo tão...
-Minha câmera quebrou.- fala baixo e fico surpreso.- Eu parei de tirar fotos por que terminei com minha namorada e ela quebrou a câmera.
Fico calado e pouso minha mão na sua coxa para acariciar com os dedos, Lucy ajeita a cabeça no meu ombro mais confortável e fica vendo enquanto o motorista passa pela frente do parque. Não falamos mais nada enquanto estamos no carro e apenas deixo ela se apoiar em mim.
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Lucy Gallagher - Livro 3
RomanceLucy Gallagher tem vinte e um anos e é o primeiro ano dela na empresa imobiliária da família, ela tem que equilibrar sua vida pessoal com a vida no trabalho e ainda se preocupar com os negócios mais obscuros da família Gallagher. Seus relacionamento...