Capítulo 15

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Dylan Griffin

Aperto as chaves e caminho pela calçada até meu carro, olho para o lado e paro de repente vendo o que nunca achei que veria. Lucy está em cima da mesa do bar e está rodando a camisa nos dedos.

Ela está usando a garrafa de microfone e um monte de cara parece estar acompanhando ela, respiro fundo e vou até a porta do bar. Entro rapidamente e Lucy está cantando uma música que posso chutar que seja da Britney Spears, mas ela está muito bêbada.

-Lucinda!- afasto um cara que está gravando e o celular dele cai no chão, piso nele e o ignoro quando começa a gritar.- Lucinda!

-Mais uma!- Lucy pega outra cerveja e começa a beber.- Muda a música, DJ!

-Para com a música!- aponto o dedo para ele e o cara para a música.- Lucinda, desce dessa merda!

-Quem?- olha envolta.

-Você.- afasto outro cara.- Vamos, desce.

-Não atrapalha.- ela me empurra com pé e travo o maxilar.

-Lucinda.- respiro fundo.- Desce.

-Cadê a música?- ela deixa a blusa dela cair e pego.- Bota a música!

O cara começa a colocar outra música e olho para ele, o DJ aperta o botão para parar e Lucy bufa. Então começa a sentar no balcão e me deixa colocar ela no chão, empurro um cara que tenta tocar nela e Lucy se atrapalha vestindo a camisa.

-Que merda foi essa?- pergunto baixo enquanto passo seu braço pela manga.

-Eu vou começar a fazer shows.- sussurra no meu ouvido.

-É, sem dúvidas.- seguro sua mão e a puxo.

-Ei, cara!- o dono segura meu braço e me encara.- A conta.

-Aqui.- tiro trezentos dólares da carteira.- Isso paga?

-Paga.- os olhos brilham para o dinheiro.

-Vamos pagar para todos!- ela levanta os braços e várias pessoas no bar gritam.

-Lucinda.- minha voz falha quando a puxo.

-Ai.- ela aperta a mão que está segurando ela.- Ai, Dylan.- faz bico quando saímos.- Você tá me machucando.

Pisco surpreso e solto ela, vejo a marca da minha mão ficar vermelha em seu antebraço e olho para Lucy percebendo que ela já está distraída com o vendedor de cachorro quente da rua. Não acredito quando ela atravessa a rua que nem louca para ir até ele.

-Lucinda!- me irrito.

-Eu quero dois.- fala para o cara.

-Moça, a senhora pode pagar?- ele pergunta sorrindo.

-Ele pode.- cutuca meu peito e o cara olha para mim.

-Dá logo.- pego uma nota de vinte.

-Aqui está.- ele dá os dois cachorros quentes e pago.

-Ok, agora você vai comer isso fora do carro e eu vou deixar você em casa.- coloco ela na frente do carro e Lucy começa a comer.

-O seu.- estende um para mim.

-Eu não como....

-Pega logo.- coloca na minha mão e respiro fundo.

-O que deu em você para fazer aquilo?- pergunto irritado.

-Eu bebi.- fala enrolado.- Cerveja. Eu sabia que depois de seis cervejas eu fico meio doida, mas quando vi já estava na dezoito....

-Claro.- dou uma mordida no cachorro quente.

-Olha, você até parece normal.- ela ri.

-Não quero nem falar com você.- olho para o lado e dou mais uma mordida.

-Eu que não deveria querer falar com você, sua pedra.- bufa e olho para ela.- Palavras machucam.

-Tudo que eu estava fazendo era tentando escapar do seu cunhado maluco.- digo com calma.

-Sabe, é que eu sou muito nova e fico com raiva de coisas idiotas.- ela me encara e reviro os olhos.- Não revire os olhos para mim, Griffin!

-Você pode terminar logo essa merda?- pergunto.

-Não precisa se incomodar!- ela começa a andar de forma bêbada e respiro fundo tentando me controlar.

Jogo o resto do cachorro quente no lixo e a acompanho enquanto ela anda, alcanço já umas quadras depois e coloco o meu sobretudo em seus ombros por estar quase nevando na cidade e Lucy estar praticamente encolhida.

Andamos lado a lado enquanto ela come e não faço ideia de para onde ela está indo, então termina de comer e cruza os braços, sua expressão se torna confusa e ela olha envolta lentamente.

-Para onde estamos indo?- pergunta.

-Puta que pariu.- murmuro.

-Olha a boca.- faz careta.- Onde estamos?

-Eu vou pedir um táxi.- pego meu celular.

-Parece a vez que eu me perdi na rua.- ela ri olhando envolta e a observo.- Só que tinha neve. Cadê a neve?

-Só começa em uma semana.- digo vendo as decorações de Natal.

-Ah.- suspira quando senta em um banco.- Nunca ganhei presentes de Natal.

-Como?- termino de pedir o Uber e a observo.

-Minha mãe nunca deixou eu ter presentes de Natal.- coça o olho de forma sonolenta.- Só fui começar a ganhar quando ela morreu.

-Isso faz um ano.- murmuro.

-É?- fica confusa.

-Vamos.- a levanto quando o carro chega.

-Tá.- abro a porta e Lucy entra.- Olha, barraquinha de sorvete!

-Não!- entro no carro e fecho a porta.

-Eu queria sorvete.- os olhos dela se enchem de lágrimas e minha garganta seca.

-Eu compro para você quando chegarmos em casa.- a acalmo.

-Ok.- ela vira e olha pela janela.- Podemos passear na frente do parque?

-Isso sai mais caro.- o motorista fala.

-Eu pago.- informo e ele sorri dobrando.

Olho para o lado vendo Lucy com a testa encostada no vidro, olho para o outro lado e fecho os olhos para passar a mão pelo rosto de forma cansada. Sinto algo no meu ombro e olho para Lucy de novo.

Fico surpreso quando ela fica com a cabeça deitada no meu ombro e abraça meu braço, continuo tenso e engulo em seco sentindo vontade de passar minha mão por sua cabeça e abraçar ela. Lucy parecia tão magoada e ao mesmo tempo tão...

-Minha câmera quebrou.- fala baixo e fico surpreso.- Eu parei de tirar fotos por que terminei com minha namorada e ela quebrou a câmera.

Fico calado e pouso minha mão na sua coxa para acariciar com os dedos, Lucy ajeita a cabeça no meu ombro mais confortável e fica vendo enquanto o motorista passa pela frente do parque. Não falamos mais nada enquanto estamos no carro e apenas deixo ela se apoiar em mim.

Lucy Gallagher - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora