- Eɪɢᴛʜ

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— Você está brava, [Nome]? – Keisuke observou você apertar cada vez mais o volante.


Você estava possessa de raiva com a atitude dele, mas deixaria para descontar e brigar com ele pela manhã, você talvez estaria mais calma e com mais cabeça para resolver com Keisuke e com Hanma.


— Cara, você tá vendo que ela tá possessa, por que ainda pergunta? – Haruchiyo disse se virando para o banco de trás.


— Vocês dois não se odeiam? O que está fazendo aqui, Sanzu? – Keisuke perguntou.


— Você quer que eu fale sutilmente que eu estava prestes a transar com a sua irmã, mas você atrapalhou? Porque foi isso que aconteceu.


— Calem a boca vocês dois, ou eu costuro elas. – Você disse apertando os olhos de raiva.

O silêncio se instalou no carro e você apenas dirigiu até a casa de Haruchiyo. 

— Haruchiyo, te trago o carro amanhã. Se reclamar, eu ainda trago ele batido. – Você o encarou tediosamente.

— Sem objeções! – Haruchiyo esboçou um sorriso e saiu do carro, entrando na casa que o pertencia. 

Você não disse mais nada e tomou rumo até o apartamento de Keisuke, que era mais perto que o seu e você não estava no seu melhor estado para dirigir longas distâncias, por isso o de Keisuke foi o lugar escolhido para ficar a noite. 

Quando vocês dois chegaram, Keisuke pegou as chaves no próprio bolso e então vocês entraram no apartamento. 

— Vai tomar banho, Keisuke. Vou fazer algo rápido para nós dois comermos e irmos dormir. Amanhã de manhã vamos ter uma conversa bem séria. – Você disse o encarando e ele apenas concordou com a cabeça.

Enquanto ele foi tomar banho, você procurou alguma coisa rápida nos armários para comer. Já era bem tarde, mas como ambos haviam bebido de estômago vazio, precisavam de algo para comerem. 

A única coisa que você achou nos armários, foram dois pacotes de peyoung yakissoba instantâneos. Você decidiu que seria isso mesmo que vocês dois iriam comer e logo colocou água para esquentar. 

Quando a água ferveu, você abriu um pouco de cada pacote e despejou a água e os fechou novamente para esperar o tempo de cozimento que os dois precisavam e foi se sentar na sala.

— Tá fazendo Peyoung? – Keisuke perguntou enquanto secava os cabelos com a toalha.

— Estou. 

— Perfeito. Estou morrendo de fome. – Ele se jogou ao seu lado no sofá.

Você estava de cara fechada e não queria olhar para ele. Você estava brava e Keisuke reconhecia isso. 

— [Nome], me desculpa. Eu sei que fui um merda fazendo tudo isso, mas eu realmente só queria proteger a sua honra. Podem falar mal do caralho que seja, mas se falam de você, estão pedindo para morrer. Me desculpa, vai. 

— Kei… eu sei que você estava me protegendo, mas mexer com o Hanma não é coisa boa. Você sabe disso, eu sou amiga de muita gente que faz parte da Valhalla e também sei como é se envolver com ele. Te quero bem longe de confusão quando se trata dele. 

Você se virou e encarou Keisuke que estava de cabeça abaixada.

— Hanma é um merda, mas ele também é meu colega. Não estou defendendo ele, pelo contrário, eu vou arrebentar a cara dele amanhã. Mas o que ele fala de mim, muitas vezes pode ser verdade e muitas vezes podem ser apenas coisas para ele se vangloriar. Não leve para o coração coisas ditas por Hanma Shuji.

— Me desculpa? Eu prometo que vou tentar não me envolver em brigas desse jeito.

— Claro que sim. Agora para com essa merda e vai comer. 

— Você quebra todo o nosso momento sentimental de irmãos. – Keisuke revirou os olhos.

Vocês dois se sentaram no sofá e cada um comeu o Yakissoba que havia ficado pronto. Depois de um tempo vocês escovaram os dentes e Keisuke deitou no sofá e mandou você ir para a cama dele. Você não discutiu e foi dormir na cama de Keisuke. 

Estava difícil para dormir. 

Eram 4:56 da manhã e você se revirava na cama sem conseguir pregar o olho. O sono havia sumido e você sabia que já não conseguiria dormir.

Você se deu por vencida e se levantou da cama e andou sorrateiramente até a sala onde pegou seu casaco que estava no sofá e saiu do apartamento em silêncio. 

Tokyo era fria naquela época, você fez bem em pegar o casaco antes de sair. Como era madrugada, você conseguia sentir os resquícios de neve caindo em seu rosto.

E lá estava você, perdida em sua própria mente, andando sem rumo pelo bairro num clima frio de pelo menos 9°C. 

— Patética, [Nome]. É o que você é! – Você disse para si mesma enquanto tirava um cigarro do bolso e acendia.

Você se sentou num banco que tinha em frente a praça central e ficou ali, pensando em como sua vida tinha virado de cabeça para baixo e em tudo que você tinha que resolver. 

— Ainda com problemas para dormir? 

A voz conhecida por você fez com que você levantasse o rosto e encarasse o indivíduo que falou com você.

Era Mikey.

— Você se importa? – Você respondeu simplista.

— No fundo, talvez. – Ele deu de ombros e se sentou ao seu lado.

— Há, no fundo… – Você soltou uma leve risada.

— Não respondeu às minhas mensagens.

— Eu estava ocupada demais. – Você o encarou.

— Transando com o Sanzu? – Mikey indagou curioso.

— Não é da sua conta.

— Fiquei sabendo que o Baji brigou com o Hanma. O Mitsuya me contou. 

— Ele é um idiota. – Você suspirou e soltou a fumaça do cigarro no ar.

Era a primeira conversa civilizada que você estava tendo com Mikey desde o término de vocês. E bom, estava indo bem até demais se não fosse pelo fato dos dois estarem conversando de madrugada num banco da praça central de Shibuya.

— Ele é impulsivo… igual você. – Mikey riu e você mostrou o dedo do meio para ele.

— Por que você não cala essa sua boca?

— Certo, certo. Tem um cigarro? – Mikey perguntou e você assentiu tirando mais um de seu bolso e entregando para ele junto de um isqueiro.

— Vou voltar para casa. Fica com o isqueiro. 

— Até mais, [Nome]. 

— Até, Mikey.

𝐇𝐀𝐁𝐈𝐓𝐒, 𝐦𝐚𝐧𝐣𝐢𝐫𝐨 𝐬𝐚𝐧𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora