Capítulo 18 - O amor consumado

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O amor consumado

Zogham espreguiçou-se lentamente, mas logo percebeu que não estava em sua tenda. Ainda deitado, apoiou-se nos cotovelos e olhou em volta. Marianna estava a sua frente e preparava algo no fogo. Naquele momento, sua mente fervilhava, revivendo cada instante da noite de amor que tivera com aquela mulher. Só em olhá-la, seu desejo despertava novamente. Com certeza, aquele era o dia mais feliz de toda sua existência mas, se quisesse que aquela sensação permanecesse, ele deveria imediatamente procurar o irmão e os conselheiros, por isso, obrigou-se a sair do estado de torpor no qual se encontrava. Ele ainda estava nu, então, levantou-se para pegar suas roupas estendidas ao lado da cama.

A tenda cheirava a amêndoas torradas e uma fumaça levemente doce se espalhava pelo ar. Marianna ouviu um barulho e virou-se, percebendo que Eik estava acordado, vestindo-se. Ela retirou do fogo a infusão amarronzada que havia preparado, colocou-a numa tigela e a deu a ele.

- Tome.

Eik sorriu e pegou a bebida, dando um gole curto.

- Tenho fome. – ele disse ansiando por algo caseiro, com paladar conhecido.

- Vou buscar. – ela virou-se e dois passos adiante pegou um prato coberto por um tecido fino. – Eu fiz para você.

Ele descobriu o prato e se deparou com uma pequena ave assada e um grande pedaço de pão. Ainda estavam quentes, provavelmente, por terem sido recém retirados do forno, onde as brasas ainda queimavam.

- Parece delicioso.

Ele contornou a cama e sentou-se à mesa. Ambos ficaram em silêncio, perdidos em seus pensamentos. Marianna tinha muitas perguntas como, por exemplo, onde estavam seu filho e sua mãe, mas deveria esperar que Eik falasse primeiro. Enquanto ele comia e bebia o que ela havia lhe preparado, Marianna o dissecava com os olhos. Eik não era só corajoso, correto e de bom coração. Ele também era bonito e robusto. Novamente, ela começou a pulsar em suas partes íntimas e sentiu que estava pronta para ele outra vez. Sua vontade era arrancar-lhe a roupa que ele acabara de vestir e cobrir seu corpo de beijos e carícias. Ela fechou os olhos lembrando das coisas que ele havia feito enquanto se amavam, das partes de seu corpo que ele beijara e lambera, e da convulsão que lhe acometera, acreditando mesmo que fosse desmaiar. Aquilo era algo que nunca sentira antes e que não sabia se deveria compartilhar com sua mãe. Ao mesmo tempo que desejava que se repetisse mais vezes, tinha medo que alguma coisa estivesse errada com ela.

- Você está bem? – Eik perguntou ao perceber que Marianna soltara um gemido.

- Sim, sim, eu estou bem. – ela respondeu tentando disfarçar. – Acho que queimei meu dedo.

- Posso ver?

- Não. – ela falou prontamente. – Quero dizer, não foi nada! Apenas um respingo quente, nada demais.

- Está bem. – Eik deu de ombros. – Obrigado pela refeição, eu estava precisando disso há muito tempo, alimento de humanos. – ele riu – Nada de comida da floresta ou de gwenos.

- Eu compreendo. – ela disse sorrindo e tomado-lhe o prato e a tigela das mãos enquanto ele se limpava com o tecido que antes cobria sua comida. – Onde estão minha mãe e meu filho?

- Eles estão na minha tenda. Desculpe-me por isso, espero não tê-la assustado. – Eik se levantou. – Eu vou agora convocar o conselho e informar que pretendo tomar-lhe do meu irmão. Talvez Novus não entenda e queira brigar, mas...

- Eik...

- ... eu tenho certeza que o melhor para você e para o salvador é ficarem sob a minha guarda e...

O Portal de Anaya - Livro 2 - Os mundosOnde histórias criam vida. Descubra agora