Capítulo 08

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Rosalie Esposito

Minhas costas batem contra o azulejo da parede do banheiro, a água quente escorre por meu corpo, tento controlar a respiração ofegante e fecho os olhos sentindo a frustração em cada célula do meu corpo, fito meus dedos umedecidos e ofego sentindo o corpo relaxado, me constatando o que eu mais temia.

Saio do banheiro enrolada na toalha e encaro a cama de casal de dossel, os lençóis negros em nada contrastam com a luz da lua que penetra pela sacada aberta, sigo em direção ao closet quando o celular ressoa do outro cômodo, reviro os olhos voltando para o quarto e fito o número desconhecido no visor, caminho até a sacada, encostando o corpo sob as grades e atendo encarando a escuridão da floresta.

_Tenho um trabalho para você _a voz desfocada soa pelo aparelho e nada comento _a proposta já foi enviada para o número, preciso de sua resposta imediatamente.

Coloco o celular no viva-voz e abro as mensagens, um sorriso brota em meus lábios.

_É muito dinheiro apenas por um pen drive _comento, minha voz disfarçada pelo modulador.

_Você não é pago para fazer perguntas _reviro os olhos _se me trouxer o que está especificado, dobro o seu valor.

_Darius Zurique não é exatamente o homem mais acessível do planeta _digo indiferente _mas para a sua sorte, estou de bom humor.

Desligo a ligação e volto para o closet, um sorriso em meu rosto, rapidamente prendo o cabelo em uma trança e visto um conjunto de calças e camisa branca, o coturno no mesmo tom, quando percebo estou encima da Ducati rumo ao centro de Sidney.

    Estou me aproximando da área mais privilegiada da cidade quando a imagem de sirenes aparece no meu retrovisor, resmungo e começo a encostar a moto. Vejo a viatura encostar atrás de mim e permaneço com as mãos presas ao guidão, meus dedos firmes a direção.

_Boa noite, retire o capacete, habilitação e documento do veículo _o tom de comando me faz engolir em seco e arranco o capacete negro e fito o rosto do policial que automaticamente abre um sorriso malicioso de canto.

_Boa noite _murmuro _irei pegar os documentos _digo com firmeza e enfio o capacete sob o retrovisor e mostro as mãos limpas, logo agarro a carteira no bolso da frente da jaqueta branca, seus olhos não deixando nenhum movimento meu _estou pegando a carteira _trago o objeto para a frente de seus olhos e saco os documentos que pediu e o vejo lançar a lanterna sob os mesmos, logo em seguida, sobre mim.

_O que a senhora faz por essas áreas a essa hora da noite? _arqueia a sobrancelha.

_Eu moro nesta área, senhor _minto parcialmente.

_Você? Onde? _debocha _aliás, onde conseguiu uma moto como essa, terei que leva-la para a delegacia para verificar a veracidade de seus documentos senhorita... Yaman _debocha e engulo em seco.

Nunca tente argumentar com esses caras Rosalie, isso os irrita.

_Tudo bem, eu só...

O som de uma acelerada brusca soa atrás do policial e uma bela Ducati Diavel vermelha freia ao meu lado, obrigando o policial se afastar violentamente para não ser machucado.

_Ficou maluco! _exaspera e encaro o corpo firme apoiar o peso da moto e arrancar o capacete vermelho me dando a visão do olhar verde-oliva, selvagem, frio, os cabelos castanhos desgrenhados.

_Desculpe a demora querida, o jantar irá atrasar _afirma me encarando e fico dividida em saber para qual dos gêmeos estou encarando _existe algum problema aqui policial? _fita o homem fardado que o encara, pálido.

BonequinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora