Capítulo 12

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Daryl De Lucca

 Os raios do sol atingem meu rosto me acordando, o som das cortinas chicoteando junto ao vento soam pelo quarto e resmungo me virando na cama estendendo a mão sob a cama sentindo o espaço vazio e frio. Pulo na cama no mesmo instante.

 Quando olho para a cama desarrumada e vejo apenas a imagem de Danion adormecido de bruços entre os lençóis, me levanto no mesmo instante indo em direção ao banheiro não encontrando a presença da pequena encrenqueira.

_Merda! _xingo e corro pelo quarto apanhando o short jogado no chão e não encontro nenhuma peça de roupa dela pelo ambiente _Danion, acorda _chamo o empurrando sem nenhuma delicadeza e o vejo pular no meio dos lençóis se assustando.

_Porra! Enlouqueceu!? _exclama coçando a sobrancelha de forma irritada, mas logo olha para a cama e arqueia a sobrancelha _onde ela está? _pergunta voltando sua atenção para mim.

_Acho que pequena gatinha fugiu _declaro e ele salta da cama começando catar suas roupas com tranquilidade e caminha em direção ao banheiro _por quê está tão calmo? _pergunto confuso.

_Já previa algo como isso acontecendo! _exclama e ouço o barulho de água caindo e resmungo tendo que entrar no banheiro para ouvi-lo _sei onde pode estar, não vai tão longe depois de tudo que aconteceu na noite passada _diz e me lança um sorriso malicioso que entendo na mesma hora _vamos pegar a gatinha fujona, mas vamos deixá-la acreditar que conseguiu nos despistar _diz com seu típico tom ameno.

 _Filha da puta esperta! _exclama irritado lançando a mochila contra a parede da viela nos confins do mundo do interior de Sidney, pela primeira vez vejo Danion expressar raiva.

_Não é atoa que ela nos despistou e nos fez rodar o globo, sua anta _digo indiferente _admita, estamos lidando com uma mulher tão esperta quanto nós.

_Isso é frustrante _resmunga passando as mãos pelos cabelos de maneira irritada e sorrio, meu irmão não tinha as coisas sob seu controle pela primeira vez, isso mexia com ele _ainda temos a Yaman, ela terá que aparecer naquele prédio em algum momento! _rosna de frustração.

_O que faremos até lá? _pergunto e o vejo soltar um suspiro alto de cansaço, seu rosto voltado para o céu nublado.

_Faremos o que sempre fizemos, vamos encontrá-la _diz de maneira firme.

  Rosalie Esposito

  Lanço o corpo robusto de Darius contra o chão da van desconhecida, muito machucado, o rosto sujo do próprio sangue e desfigurado de tantos socos que recebeu.

_Cadê o pacote? _pergunta o homem bem vestido demais para uma van tão acabada. Lhe estendo o envelope amarelado lacrado e ele o segura mas não o tira das minhas mãos.

_Sua parte do acordo, docinho _ironizo e ele bufa sacando o celular discando algumas coisas e o celular em meu bolso vibra e ele vira o aparelho para mim mostrando os cinco zeros da transação e sorrio soltando o envelope e ele cambaleia _foi muito bom fazer negócios com vocês _saúdo subindo na ducati negra e acelero roncando o motor e rumo ao norte.

  Faziam quase duas semanas que eu não ia à Yaman, resolvia as coisas apenas de casa, duas semanas que não via os gêmeos e tentava não me lembrar da melhor foda da minha vida, mas em contrapartida, faziam duas semanas que eu mudava de lugar enlouquecidamente, de celular e não parava por conta da insistência de Danion em me rastrear, da insistência de Daryl em tentar me pegar.

  Fito o rosto calmo de Hanzel pela tela do notebook, suas expressões não condiziam em nada com as informações que acabava de me passar, não condizia com o meu estado de humor.

_Não _declaro simplesmente e ele revira os olhos para mim.

_Sinto muito querida, mas "não", não faz mais parte do seu vocabulário e tampouco da sua agenda, vai participar sim e vai aparecer linda _diz em tom calmo mas os olhos me lançam uma ameaça velada _e por qual motivo a madame não tem comparecido na empresa? Os gêmeos gostosões tem me perguntado constantemente sobre você. _reviro os olhos para a sua afirmação.

_É claro que procurariam você _resmungo irritada.

_Sua filha da puta sortuda, você fodeu com os gêmeos deliciosos! _exclama do outro lado da tela, lhe arqueio a sobrancelha para intimidá-lo porém falho miseravelmente _você transou mesmo, puta merda _murmura assombrado.

_Aconteceu, foi sem querer _resmungo.

_Como assim sem querer? Você escorregou e caiu em cima de dois paus? _ironiza mas sua fala me faz gargalhar _merda é por isso que eles vivem atrás de mim, e eu achando que era por causa dos meus olhos azuis _debocha.

_Cala a boca! _exclamo e ele me lança um sorriso malicioso.

_Vá ao evento beneficente sua vagabunda sortuda, é uma ordem do seu assistente pessoal _comanda _e já encomendei seu vestido para a festa, lembre-se de estar presente as vinte horas _orienta e desliga na minha cara, bufo.

  Resmungo fechando o aparelho e me levantando indo em direção a sacada e encarando a mata fechada soltando um suspiro baixo, todos acreditavam na Rosalie Maria autoconfiante que não existia, então, o que eu fazia com essa? Essa que precisa se esconder de tudo e de todos ou morrerá?

   Meus dedos trêmulos tentam trancar a porta do quarto sem chave com a cadeira que havia ali no cômodo, enfio o encosto contra a fechadura e me encolho para entrar debaixo da cama ao ouvir os passos pesados dele sobre o piso se aproximando cada vez mais. 

_Rosalie mia Bella _sua voz carinhosa ressoa do outro lado da porta, cada célula do meu corpo se tremendo junto do meu corpo _abra a porta Rosie, não quero arrombar essa porcaria _comanda e tampo a boca com as duas mãos no momento em que ouço a porta se soltando das dobradiças, a porta batendo contra a parede, o estrondo do chute ecoando pelo espaço pequeno _não adianta se esconder Rosie, eu sempre vou achar você _diz, vejo seus pés parados diante da cama e prendo a respiração, logo, a coberta é arrancada e seu sorriso débil aparece no meu campo de visão _te encontrarei sempre mia Bella _assevera.

 Fecho as mãos em punhos tentando controlar o medo, o sentimento que sempre me persegue, algo sempre me diz que ele sempre está por perto não importa o que eu faça.

    Subo as escadas que dão em direção a entrada para o enorme salão onde a festa beneficente ocorria,  minhas mãos suam em ansiedade assim que entro no enorme salão, sinto olhares em minha direção mas finjo não notar, quando meu olhar recai sobre eles, os olhos verdes queimam a minha pele pela intensidade, mas o que chama minha atenção é a mulher que se aproxima com um largo sorriso no rosto para eles, as mãos tocando seus peitos cobertos pelos smokings idênticos, a pele branca imaculada, os olhos castanhos gananciosos.

  Vejo a desconhecida implorar pela atenção dos homens que se mantinha firme sobre mim, ela estava no meio deles, sendo tocada por eles, mas era a mim quem Danion e Daryl De Lucca desejavam, era até mim que eles caminhavam naquele momento.

BonequinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora