Capítulo 20

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Daryl De Lucca
Fito a deusa do ébano sentada no banco de trás novamente pelo retrovisor e engulo em seco, não sou idiota para deduzir que a gatinha fujona confiava em nós dois de fato, mas também, Rosalie não era ingênua de achar que poderia não fazê-lo. A insistência e desconfiança da deusa no banco de trás não deveria, mas me incomodava profundamente.

  Quando paro diante do restaurante, fito Danion que sorri para mim antes de descer do carro e bater a porta, somente para abrir a porta de trás para Rosalie e ambos entrarem no restaurante enquanto coloco o carro em uma vaga mais distante.

  Quando entro no restaurante, sinto muitos olhares femininos em minha direção, uma delas, de Emíliia Cavill, uma das mulheres que já passou por nossa cama, seu olhar castanho me consome mas não sinto nada, nem um sinal sequer de tesão pelo convite descarado que recebo ao vê-la comprimir os lábios no papel toalha, sujando-o de batom, sem nem mesmo desviar os olhos dos meus, porém, Emília desvia seus olhos de mim para algo mais a frente e sua expressão é de descontentamento.

 Meus olhos recaem sobre a mulher que chamava a atenção de muitos homens no belo vestido amarelo que deixava os belos e deliciosos seios malditamente chamativos, as curvas nos lugares pareciam disputar por espaço com o tecido do vestido, caminho naquela direção, a expressão desgostosa de Danion me chamando atenção, quando chego perto o suficiente, encaro o homem de terno próximo demais da gatinha fujona, o olhar irritado.

_O que está acontecendo? _pergunto calmamente e fito Rosalie que tinha um sorriso delicado, mas os olhos escuros que pegavam fogo em direção ao garçom.

_Nada demais querido _afirma em uma calma absurdamente irritante _podemos pedir? _vira-se para mim e assinto, cedendo apenas para poder descobrir o que estava acontecendo.

 Sento a sua frente e fito-a que me sorri minimamente, tinha alguma coisa errada. Encaro Danion o questionando com o olhar, porém, ele me devolve um dar de ombros falsamente desentendido, aquilo me irrita.

_O que vocês pretendem? _sou despertado pela voz delicada e viro-me para a mulher que degustava o vinho com calma e arqueio a sobrancelha _não me sequestram para o outro lado do oceano a troco de nada De Lucca _afirma e sorrio abertamente.

_Dizer que queremos te proteger, não lhe convence Expósito? _pergunto baixo, cruzando os dedos sob a mesa ao mesmo tempo em que me apoio na mesma para encarar a mulher que não se intimida.

_Nem por um segundo se quer _garante com um sorriso de canto, os olhos cravados nos meus, puta merda da mulher.

 Rosalie tinha sã consciência de quão malditamente poderosa e gostosa era, isso era excitante para cacete.

_Temos negócios na cidade _digo calmamente e a deusa do ébano sorve o vinho com a esperteza gritante nos olhos escuros _e não podemos descuidar da sua... _capturo uma mecha encaracolada dos cabelos soltos e o enrolo do indicador, seu cheiro me consumindo sem reservas _segurança _digo rouco.

_Com a minha segurança, você quer dizer, a minha cama, Daryl? _sussurra provocante e seguro um rosnado no peito, Danion se remexe ao meu lado de forma incomoda e o fitamos _está tudo bem Danion? _pergunta, seu olhar minucioso o varrendo.

_Não _afirma e me ajeito na cadeira fitando-o com seriedade,  os olhos verdes me fitando com irritação ao seguirem rumo á algum lugar do restaurante e voltar a mim _teremos problemas muito em breve _afirma tenso.

_Qual tipo de problema? _pergunta a bonequinha tentando manter a pose calma.

_Bordeaux _afirmamos em uníssono, Rosalie ficando ereta no mesmo segundo.


Rosalie Expósito 

 Engulo em seco no mesmo segundo ao ouvir a palavra, o maldito nome que me assombra a tempo demais para contar. Ergo o rosto de forma discreta e me viro rumo ao lugar que Daryl e Danion lançavam olhares assassinos e fito as costas largas e fortes, o cabelo castanho grande demais, a roupa despojada, a fumaça consumindo o ambiente ao seu redor. 

_Alexander... _sussurro, meu corpo erriçando, meus dedos tremendo de ansiedade, o suor frio brotando na minha testa.

 Você não parece mais com a pessoa que ele conhece, Rosalie

 Ouço um pigarro ao meu lado direito e fito a morena que sorri largamente para os gêmeos e ajeita descaradamente o decote que faltava fazer com que seus seios pulassem para fora, a aliança gigantesca brilhando no anelar da mão esquerda.

_Senhores De Lucca! _cumprimenta alegremente, as expressões dos homens mal encarados à minha frente, totalmente frias.

_Senhora Cavill _cumprimenta Danion cortes, o sorriso cheio de Botox se alargando _quanto tempo? _sorri, o desgraçado sorri!

_Tanto, não é mesmo? _quase geme e puxa a cadeira ao lado de Daryl e se senta, as mãos curiosas voando em direção ao braço do brutamontes que pigarreia agarrando pulso delicadamente para afastá-la.

_Emília...

_Senhores De Lucca _a voz prepotente soa as minhas costas, meu corpo ficando tenso, o cheiro desagradável de maconha invadindo meus sentidos, o alerta de perigo gritante em minha cabeça. Os olhos de Danion cravados em mim.

_Bordeaux _afirmam os gêmeos ao mesmo tempo, os olhos frios e assassinos.

  Vejo o sorriso nojento pela visão periférica, os dentes amarelos, os olhos escuros me queimando, levo a taça aos lábios na tentativa desesperada de parecer indiferente.

_O que faz em Londres? _pergunta Daryl de forma controlada, sua mão direita ainda ocupada segurando firmemente o pulso da maldita Cavill.

_Daryl... está me machucando _geme baixinho e engulo em seco pela segunda vez.

_Minha esposa está na cidade _afirma sonoramente, quase sinto sua respiração contra a minha pele _decidi inspecionar de perto a caçada de vocês para me entregar mia Belíssima perla _declara.

 Meus olhos rumando nas direções dos homens idênticos, os olhos verdes brilhando rapidamente em minha direção mas logo voltando para o ser desprezível às minhas costas, os olhos identicamente frios.

 Filhos da puta!

_É claro _afirma Danion de forma calma, o nó na garganta e o medo se apossando de mim _mas não nos atrapalhe _afirma sério.

_Estou pagando muito bem por isso rapazes, não me decepcionem _declara e sinto sua mão repousar sobre meu ombro esquerdo _boa noite _declara, o aperto leve sobre meu ombro queimando, demorando-se demais para sumir.

 Estou pagando muito bem por isso rapazes...

_Bonequinha... _levanto o dedo indicador calando seja lá qual que seja dos homens que fala. 

_Com licença _sussurro me levantando, seguindo calmamente rumo ao toalete, meus olhos recaindo sobre o homem que desgraçou a minha existência, sua risada repugnante chegando aos meus ouvidos, meu rosto baixo para que ele não me veja.

  Me perdoe Victor...

BonequinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora