Capítulo 21

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Rosalie Expósito 

 Eu não saberia dizer exatamente como fiz para entrar na cozinha e sair pelos fundos sem ser vista, tampouco saberia afirmar como fiz para rapidamente agir ao ver os seguranças de Alexander rondando o prédio.

 Mas, uma coisa eu sei, como fiz para localizar uma das infinitas propriedades de Victor... minhas! Minhas infinitas propriedades e pular pela balancinha aberta na área da piscina e entrar na área de serviço, minhas costas batendo sonoramente contra a parede fria, o cansaço, o medo, a mágoa correndo por todas as partes do meu corpo.

_Maldita foi a hora que você foi morrer Victor! _berro chutando a porta que se abre em um baque sonoro.

  Caminho pelo corredor conhecido e sigo para a cozinha americana cheia de eletrodomésticos de última geração, dou a volta na bancada e me apoio na mesma encarando as janelas do chão ao teto que davam visão para o enorme quintal de cenário de filmes que me acalmava.

_Por que está com essa cara de quem comeu e não gostou? _pergunta risonho, os cabelos brancos longos quase lhe escondiam as orelhas, mais uma de suas modas "jovens" que o deixavam ridículo, mas eu achava adorável.

_Por que mesmo eu trabalho para você? _devolvo a pergunta de forma emburrada e ele abre um largo sorriso dando a volta na bancada e se debruçando a minha frente, a pele negra brilhando pelas luzes que invadiam o ambiente através das janelas.

_Porque você me adora e é linda demais para que eu lhe demita _admite baixinho de forma brincalhona.

_Seu velho tarado! Vou te processar por assédio _ameaço em vão, sua risada espontânea me derretendo _nunca me deixe Victor _peço baixinho.

_Não irei a lugar nenhum, minha rosa _declara calmamente _agora nos faça um dos seus chocolates com conhaque, essa sua cara de enterro está me entediando _declara e gargalho.

 Suspiro, a lembrança sendo levada pela neve que começa a cair lá fora.

_Chocolate com conhaque... _rio baixinho, correndo rumo as escadas que davam acesso ao segundo andar, saio abrindo as portas e rapidamente paro diante do quarto que Victor me disse uma vez que, em todas as suas casas sem exceção, tinham uma.

 Repouso a mão sob a maçaneta e me paro no instante seguinte, o som ecoante do aparelho celular ecoando pelos meus ouvidos, sabendo de pronto, que seriam eles...

 Estou pagando muito bem...

 Abro um sorriso de escárnio sacando o aparelho e me deparando com o número restrito, eram eles... viro-me rapidamente em direção a parede oposta e lanço o aparelho contra ela que vai de encontro ao chão no instante seguinte, em pedaços. Eu preciso sair desse país o mais rápido que conseguir, os gêmeos De Lucca terão tempo suficiente para sentir a minha fúria no futuro.

Danion De Lucca

   Praguejo ouvindo a voz eletrônica me informar que o celular está desligado e fito Daryl que tem a mandíbula comprimida com tanta força que quase sinto pena dos seus dentes.

_Não me olhe desse jeito! _exaspera me encarando enfurecido.

_Deseja que eu te olhe como porra?! _rosno cruzando os braços e me levantando da cadeira que cai no chão _essa merda toda, é culpa sua! _acuso sentindo a paciência esvair entre os meus dedos.

_Eu não ia entregar a minha mulher para aquele merda! _exclama alto também se levantando, as feições escurecidas pela raiva, a respiração ofegante, as mãos fechadas em punho, mas o que me chama a atenção, são suas palavras.

  Mesmo sem querer, o babaca que só pensa com o maldito pau, me faz abrir um sorriso de canto.

_Nossa _corrijo e o vejo franzir o cenho por um momento.
_Precisamos encontrá-la _suspira apoiando o punho sob o tampo da mesa, o braço ridiculamente trêmulo _precisamos explicar... ela precisa me ouvir... _rosna, mas vejo seus olhos entristecidos. Daryl sempre foi o mais intenso de nós dois, quando gostava de alguém, era para valer, éramos seletivos demais.
_Iremos achá-la mano, somos De Lucca's _sorrio convencidamente segurando seu ombro, apertando de leve.
_Que caras de Enterro são essas? _ouço a voz ironica às minhas costas e fico tenso no mesmo segundo, assim como Daryl que se ergue para encarar o homem atrás de mim.
_O que faz aqui? _pergunta e me viro para o homem que sorri e caminha em nossas direções mascando o maldito chiclete de forma despreocupada, a postura ameaçadora de sempre que há muito tempo não me assustava mais.
_Só passei para ver os meus meninos, o que tem de mau? _ironiza e cruzo os braços, Daryl se colocando ao meu lado, a expressão nada boa.
_O que te faz pensar que é bem vindo aqui? _rosna a cópia ao meu lado e ele abre o sorriso ladino para nós, os olhos castanhos amendoados nos fitando com ironia.
_Só pensei que gostariam de saber que agora eu vou assumir o negócio com Bordeaux _afirma calmamente e arqueio a sobrancelha de forma calma, o desgraçado estava me testando.
_Esse acordo é nosso, você não tem nada para fazer aqui _rosna Daryl, o fito em sinal de alerta e ele concorda com o olhar _está tudo sobre controle.
_Claro, com sob controle você quer dizer, estar comendo a mulher do seu cliente? _abro um sorriso de canto de forma debochada _não se preocupem maninhos, eu prefiro as loiras _debocha.
_A mulher é nossa, Klaus, não entre no nosso caminho _afirmo sério e o vejo me olhar com espanto.
Klaus De Lucca caminha em minha direção de forma estratégica, os olhos amendoados não saindo dos meus, quando está perto o suficiente, abre um sorriso de canto levando a mão direita em direção ao meu rosto, mão essa que nunca chega a me tocar, pois é interceptada por Daryl.
_Cuidado com o que pretende Klaus _adverte e ele ri baixinho se soltando.
_Não se esqueçam que é o sangue que conta _assevera de forma séria _esqueçam qualquer coisa que queiram da vadia, ela é apenas um negócio...
Sem pensar muito, agarro a jaqueta preta do mais velho e o puxo para mim, a barba por fazer quase encostando  em meu rosto, meus olhos fulminantes em sua direção, minha mandíbula trincada pela raiva, sua tranquilidade quase me minando o resto de paciência que eu tinha.
_Escute bem pois eu só direi uma única vez _murmuro firme o encarando _se encostar em um maldito fio de cabelo da garota, eu esquecerei qualquer consideração que tenho por você, não existe sangue no mundo que me impedirá de arrancar as suas vísceras e me dar o prazer de ouvir voce gritar por misericórdia _rosno e ele sorri para mim _não se meta no nosso caminho Klaus, não somos novos nessa merda _rosno e o solto e ele sorri recuando e ajeitando a jaqueta no corpo.
_Eu apenas vim alertar e não pedir permissão _declara sério e vejo Daryl rosnar _esqueçam a mulher, deixem que eu resolvo isso, não se metam, ou mesmo que sejam meus irmãos, não terei consideração por vocês _dá de ombros _negócios são negócios, deveriam ter pensado nisso antes de quebrar o acordo com Yaman.
  Klaus se vai pela mesma porta que entrou e fito Daryl que me encara, seus olhos pegando fogo.
_Klaus está na jogada, isso significa...
_Que Alexander Bordeaux não honrou o acordo _me conpleta _então tambem não iremos _assevera.
_Mais primeiro precisamos encontrar a nossa mulher _afirmo e ele concorda.




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