Capítulo 14

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Rosalie Espósito
Sinto as presenças fortes demais dos gêmeos as minhas costas, suas mãos sempre buscando uma maneira de me tocar, de se imporem sobre mim enquanto rodamos o salão para falar com os mais variados empresários e CEO's ali presentes.
Afinal eu não estava ali pelos De Lucca, eu acho...
_Então você é a filha que Victor nos escondeu? _pergunta Stefan Vermont, filho da mesma mulher que me recebeu, o olhar desdenhoso não me passa despercebido.
_E você o homem com quem todos querem um contrato _comento sorvendo o champanhe calmamente _todos, menos eu _digo indiferente e vejo sua pose orgulhosa murchar, e algo mais superior aparecer.
_Você se acha inalcançavel não é mesmo Yaman? _debocha se aproximando perigosamente para me intimidar.
_Não é com você que eu tenho que falar para conseguir um contrato Vermont _devolvo o tom, vejo os gêmeos se aproximarem ao perceberem o que acontecia _você é apenas um peão no jogo da família _murmuro vendo seu maxilar trincar, sua raiva sendo dirigida a mim _quem consegue os contratos é sua mãe _afirmo por fim _a Vermont de ferro.
_Não sabe do que está falando sua negrinha insignificante _rosna.
_Não sei? _dou uma baixa risada _então vejo você na semana que vem na reunião de união entre as empresas, Stefan _retruco lhe lançando um sorriso maldoso.
  Dou as costas a Stefan e vejo os irmãos De Lucca se aproximarem, rapidamente me enfio no meio da multidão de pessoas ricas e esnobes, sentindo-os vir atrás de mim.
Rapidamente aceno para Alicia Vermont, a Vermont de ferro que me sorri e indica a saída rápida do salão por de trás de uma das cortinas próximo aos corredores. Viro o rosto e vejo Daryl me procurar no meio das pessoas e rapidamente me espreito entre as cortinas, dando de frente com uma porta que dá acesso a uma estaria de emergência. Sorrio, mas uma vez escapando dos gêmeos.

  Suspiro de alívio ao entrar na parte de trás do carro, fugir com um vestido daqueles não era fácil, me sento ereta no banco ao ouvir um assovio irreconhecível.
_Olá Rosalie _murmura o homem sentado no banco do motorista.
_Xavier... _sussurro sentindo o frio na barriga tomar os meus sentidos _ele...
_Ele não está na cidade, ainda _enfatiza me olhando pelo espelho retrovisor _está ficando mole Espósito _debocha.
_Se for me levar até ele, faça de uma vez, cachorrinho de Bordeaux _rosno.
_Não vim para isso Rosie _diz indiferente _ele está atrás de você _afirma calmamente _e está muito perto _dá de ombros _da próxima vez que me ver, será para levá-la, Espósito _afirma e o vejo sorrir _agora saia do carro _comanda.
  Trêmula, salto do veículo ainda parado na lateral da mansão Vermont, vejo o veículo sair cantando pneu me deixando para trás assim como a poeira e a minha dignidade, rosno de irritação pelo medo e a apreensão que me cercam, tomando minhas veias e me consumindo.
_Não vai fazer isso de novo comigo Bordeaux _rosno arrancando os saltos _não vai me dar medo novamente, babayaga _praguejo.
  Bufo ao encarar a enorme caminhada que eu tinha pela frente, o corpo gélido, os pensamentos no homem sem sentimentos, o homem que acabou com a minha vida.

  Resmungo ao finalmente alcançar a maldita estrada movimentada, carros iam e vinham, mas nenhum parava para me ajudar, meu estômago reclama de fome, meus pés pedem socorro, maldito Xavier, queria matá-lo agora!
_Perdida princesa? _a voz ironiza atrás de mim e vejo o belo mustangue vir em direção ao acostamento, os olhos verde oliva me encarando debochados.
_Vai pro inferno _praguejo e continuo a caminhar.
_Nesse ritmo chega na sua casa em dois dias gatinha _retruca e o carro para alguns poucos metros atrás de mim.
_Merda! _praguejo agarrando as saias malditamente longas e me ponho a correr, me amaldiçoando mentalmente por escolher um vestido tão pesado.
Para a minha infelicidade, não vou tão longe ao ser enlaçada pela cintura e ser jogada sobre o ombro de Daryl, bufo.
_Tão lenta bonequinha _ironiza.
_Me coloca no chão Daryl! _comando socando suas costas o que parece nem mesmo lhe fazer cócegas.
_Dissemos que não escaparia Bordeaux _diz calmamente me jogando no banco de trás do veículo, maldito seja Xavier Francis!
_Chega de fugir bonequinha, essa brincadeira de gato de rato está me irritando _murmura Danion sentado no motorista.
_Deveria ter ido para a França _resmungo assim que o carro é colocado em movimento.
_Nós sempre a encontraremos Rosalie _diz Daryl, o sorriso presunçoso nos lábios.
Eu sempre a encontrarei Mia Bella
Engulo em seco.

  Não sei o momento em que acabei adormecendo, mas sinto meu corpo ser suspenso e aconchegado em algo firme, me aconchego mais a fonte de calor que me segura, o cansaço e o esgotamento físico e emocional me atingindo em cheio.
_Leve-a para a nossa cama, falei sério sobre as fugas _ouço a voz calma de Danion murmurar longe.
_Não sei o que aconteceu para ela estar no meio da estrada naquele momento, mas não foi algo bom _murmura Daryl, não ouço a resposta de Danion, apenas me sinto afogar no penhasco dos pesadelos.

_Rosie... _sua voz ecoa pelas paredes, calma demais, o que me amedronta mais do que quando ele está irritado _venha até mim mia bella _ouço o comando.
Meu corpo se nega a cumprir a ordem, mas se não o fizer, ele irá me punir.
Engulo em seco ao ouvir seus passos pelo assoalho de madeira e não se demora ao ver a figura descabelada, os olhos escuros anuviados, provavelmente chapado.
_Está noite, será minha _afirma e tento me encolher entre os lençóis, meus dedos fechados firmemente contra o tecido assim como os olhos.
_Não... por favor... _sussurro em uma prece.
_Reze para o seu Deus mia Bella, somente ele pode salvá-la de mim _gargalha arrancando a coberta do meu corpo _mas não esta noite _sussurra agarrando meus pulsos, seus dedos apertando a pele antes de me amarrar a cabeceira velha da cama.
_Não... não faz isso _choramingo me debatendo contra o corpo firme encima de mim mas nada posso fazer _para! _berro e sinto meu rosto arder pela bofetada que me atinge.
_Amo seus gritos Rosie, mas quando estou dentro de você _ronrona.
  Me debato furiosamente tentando escapar, sinto o suor se acumular entre os meus seios, meu rosto arde, não consigo escapar dele.
_Não! Me solta... _gemo desesperadamente _para! _berro entre soluços.
Sinto-me ser segurada, mãos acariciam meus cabelos e me debato com mais firmeza.
_Acorde boneca _ouço longe.
_Me solta! Para, para! _gemo desesperadamente, eu preciso sair, sinto o corpo quente dele encima do meu, suas mãos nojentos me apertando.
_Rosalie, é um pesadelo, acorde! _ouço a voz aveludada proximo ao meu ouvido _está segura princesa.
  Pulo na cama não conseguindo me sentar, braços me seguravam firmemente, procuro atordoadamente saber onde eu estava, vendo apenas o rosto enrugado de preocupação de Daryl, a luz do abajur acesa as suas costas. Ergo olhar e encontro outro par de verdes Oliva preocupados.
_Danion... _murmuro, minha voz rouca, onde diabos eu estava _onde eu...
_Está conosco bonequinha _afirma Daryl e viro o rosto para ele, os olhos claros de preocupação.
_Daryl... _sussurro.
Danion me senta no meio dos dois, a cama bagunçada, o peito e abdômen de Daryl vermelhos de arranhões fortes, assim como os braços e peito de Danion, provavelmente causados por mim durante o pesadelo.
_Rosie _chamam-me receosos. Meus dedos brancos pela força que apertava os punhos.
_Está tudo bem _sussurro e fito Daryl que rapidamente me puxa para sentar em seu colo, uma perna de cada lado de sua cintura.
_Não é o que parece princesa _afirma acariciando minha bochecha úmida.
  Sorrio de ladino para o homem a minha frente, minhas mãos buscando apoio em seu ombro, rapidamente me sento direito em seu colo, sobre o membro escondido na calça moletom, se eu seria pega, era melhor aproveitar os últimos dias de liberdade.
  Sinto as mãos de Danion nas minhas costas, subindo a camisa que eu usava.
_Me façam esquecer _sussurro contra os lábios de Daryl que arfa quando rebolo em seu colo.
_Seus desejos são a nossa prioridade, bonequinha _afirma Danion arrancando minha camisa, seu peito colando as minhas costas.

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