Estupida

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Carolynna Borges

Malu me olhava preocupada e Priscila já estava bufando impaciente por minha demora para decidir aquilo. Dani batia os dedos na mesa enquanto eu encarava o papel sem piscar. Até que finalmente peguei a caneta e assinei, e Priscila fez o mesmo. Dani sorriu e assinou também seguido por Malu. Ela se levantou da mesa e Priscila fez o mesmo

- Como podem ter tanta certeza que não vão odiar a gente pelo menos fato que alguns vão gostar? - Perguntei e Priscila revirou os olhos.

- Do que você tá falando agora, garota? - ela perguntou irritada.

- Eu não estou falando com você! - Eu disse e Priscila já ia rebater, mas foi interrompida por Dani.

- Vocês vão ter que se esforçar para se darem bem. Vão passar bastante tempo juntas. - Dani falou se sentando novamente e Priscila cruzou os braços bufando. Parecia uma daquelas garotinhas mimadas e irritante. Estúpida. - E respondendo a sua pergunta, Carolynna, gays são adoráveis! Vão ter pessoas odiando, mas as que gostam vão ser a maioria e vão defender vocês com aquele discurso de
preconceito. - Dani disse e me senti mal.

Nunca me imaginei numa situação dessas, enganando as pessoas por dinheiro e divulgação. Nunca pensei que poderia ser tão baixa, mas estava enganada.

- Ok, vamos explicar algumas coisas pra vocês. - Malu disse e nós olhamos para ela. - você vão ter que ser discretas no início como se quisessem esconder, porque se
forem muito abertas sobre isso vão descontiar já que todo mundo acha que vocês se odeiam.

- Na verdade, muita gente acha que a gente finge que se odeia, mas no fundo se ama - Priscila disse rindo. - Povo imbecil.

- Por enquanto vocês vão ser vistas "sem querer" em alguns lugares, apenas para serem vistas juntas. Vocês vão ser questionadas sobre essas saídas, então apenas vão dizer que conversaram e agora são amigas.

- Isso é uma porcaria - revirei os olhos. - Vou ter que ficar aturando essa coisa por um ano mesmo? - perguntei e Priscila riu sarcástica.

- Vai ter que aprender a ser atriz agora também, lindinha - Priscila disse e Dani a olhou com um sorriso de orelha a orelha.

- Ta vendo? Já estão se apelidando - Dani disse e Priscila ficou séria. - Vai dar tudo certo, relaxem meninas. Vamos nos sair bem!

- Tanto faz. Quando isso começa?-perguntei.

- Agora! - Dani respondeu e Malu olhou para ele confusa.

- Como agora? -- perguntou.

- Tem um carro esperando vocês duas lá em baixo. Vão levar vocês para um hotel e vocês vão ficar lá por um tempinho - Dani falou colocando uns papéis dentro de uma bolsa.

- Quanto tempo dura esse "tempinho"? E pra que isso? - Perguntei.

- Liguei para uns caras e eles vão fotografar vocês saindo do carro e depois vão fotografar vocês saindo do hotel daqui algumas horas - Dani se levantou já andando em direção a porta.

- Vou ter que ficar "algumas horas" trancada em um quarto com ela? - perguntei apontando para Priscila. - Não vai dar certo!

- Vai sim - Malu se apressou em responder. - melhor vocês descerem logo.

- Não podemos ficar em quarto separados? - Priscila perguntou e eu olhei para Dani ansiosa para que a resposta fosse um "Sim.

- Não! - Ela disse. - Não quero arriscar. As pessoas que estão no hotel tem que afirmar que vocês estão no mesmo quarto.

- Que droga! - Reclamei e todos saímos da sala. Entramos no elevador e Dani ficou ao lado de Malu de frente para Priscila e eu. Nós duas mal conseguíamos nos olhar, não sei como faríamos aquilo.

- Tentem sorrir pelo menos - Malu pediu e eu assenti.

- Boa sorte. - Dani e Malu falaram juntos quando Priscila e eu estávamos prontas para sair pela porta. Quando saímos, alguns paparazes se aproximaram ligando seus flashs. Priscila abaixou a cabeça e agarrou meu braço andando rápido me puxando para dentro do carro. Não comentamos e não trocamos uma palavra até chegar no hotel.

- Obrigada. - Priscila disse já pronta para abrir a porta do carro.

- Pelo o que? -- perguntei confusa.

- Pelo seu silêncio. Você é bem mais legal quando tá com a boca fechada. Continue assim! - Falou e sorriu. - Brincadeira.

- Temos muita intimidade mesmo pra você fazer brincadeirinhas.. - Disse friamente e Priscila me olhou com desdém.

- Que mau humor, hein? Alguém ta precisando transar aqui. - Priscila falou e fiz cara de indignada. la rebater, mas ela abriu a porta do carro segurando para que eu pudesse sair também. Respirei fundo e mostrei o dedo do meio para ela que sorriu debochando.

Não sabia como isso seria, mas só esperava pelo pior já que Priscila era simplesmente insuportável. Não sabia no que esse tempo ao lado dela resultaria.

Talvez Sabina parasse de me perturbar um pouco e eu me acostumasse com a situação, mas agora eu só conseguia ter medo do que estava por vim. Mas não abaixaria a guarda pra ela, agiria com Sabina da mesma forma que ela agisse comigo. Sabina que me aguarde.

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