Jogo de Afinidade

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Carolynna Borges

Eu poderia dizer que estava vivendo o melhor momento da minha vida. Me sentia aliviada agora que Priscila era oficialmente minha. É claro que aceitei seu pedido de namoro e agora estávamos finalmente juntas de verdade. Eu não podia estar mais feliz. Priscila mudou da água pro vinho, simplesmente.

Me tratava com carinho e até chorava de saudade quando estávamos longe
uma da outra.

Sofia, filha dela, estava passando mais tempo comigo agora. Eu não achava certo
Priscila deixar a filha a semana toda em casa com a babá. E Elana mal ia vê-la, a menina era muito sozinha. Então, dei a ideia dela ficar comigo enquanto eu não entrava em turnê.

Priscila parecia estar bem melhor agora, mas suas indecisões e seu humor instável ainda estavam presentes ali. Estava claro para mim que a vida de Priscila não foi fácil e que isso poderia ter desenvolvido algo nela, mas eu não sabia o que. Com toda calma e paciência do mundo a convenci a procurar uma psicóloga. Pra minha felicidade Priscila estava indo e parecia estar melhorando um pouco. Ela não me falava muito do que rolava nessas
terapias e eu também não fazia pressão.
Só queria minha Prica bem e saudável

Estava em Miami na casa de Priscila.
Iriamos no dia seguinte a um programa fazer uma brincadeira de casal que se chamava "Jogo da Afinidade". Era um jogo aonde a apresentadora fazia perguntas sobre meu companheiro e eu tinha que acertar a resposta. Cada pergunta valia uma contia em dinheiro, mas na hora que aceitamos não pensamos nisso. Muitas pessoas achavam agora que Capri era realmente marketing, e nós queríamos tirar essa imagem, já que nosso namoro era real. Bom, agora era, mas ninguém precisava saber.

- Meu Deus, Sofi, eu só quero lavar seu cabelo - Ouvi Priscila gritar do banheiro e corri até lá. Sofi gritava e se esperneava na grande banheira fazendo birra, não deixando Priscila passar o shampoo em seu cabelo.

- O que está havendo? - Perguntei e Priscila me encarou desesperada.

- Essa coisa não me deixa dar banho nela direito. - Priscila disse bufando. Estava vermelha e toda molhada, sendo que só estava dando banho em Isabela. Eu diria que Sofia não teve uma boa criação até agora, por isso sempre gostava de chamar atenção de Sabina fazendo birra.

- Fica calma, amor. - Pedi me aproximando. - Se você ficar nervosa, ela também fica. Você vai perder o controle. - Falei e Priscila sorriu assentindo.

Ela se abaixou e tentou conversar calmamente com Sofia, pedindo pra menina ser boazinha e deixa-la lavar seu cabelo. A menina ainda chorava, então Priscila deu um brinquedinho qualquer para distraí-la. Ela conseguiu passar shampoo no cabelinho de Sofia, mas o shampoo caiu em seu olho e ela começou a gritar novamente.

- Quer saber? Já chega. Toma banho sozinha, então. - Priscila disse perdendo a paciência. Ela jogou o shampoo no chão e saiu do banheiro. Sofi gritava coçando os olhos com a mão cheia de sabão.

- Perai, sua mão está com sabão, não passe nos olhos. - Pedi e Sofi virou o rosto pra mim de olhinhos fechados.- Deixa a tia lavar pra você, já vai parar de arder. - Falei calmamente lavando o olho da menina com água. - Você deixa a tia terminar de lavar seu cabelo?

- Não quero - Sofia disse um pouco desesperada. Me sentei na ponta da banheira e ela sorriu tentando me puxar para dentro. - Não querida, não quero me molhar - Ela fechou a cara, fazendo um bico gigante. Sorri ao ver que era a mesma cara de brava de Priscila. - Tá bom, vai. - Falei e tirei o shorts e a camisa que vestia, ficando agora só de calcinha e sutiã. Entrei na banheira e me sentei de frente pra
Sofia. Ela ficou de pé na minha frente passando shampoo no meu cabelo.

Aproveitei que ela estava distraída e lavei o seu cabelo e ensaboei todo seu corpinho minúsculo e magro. Priscila entrou no banheiro e encostou na parede, sorrindo.

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