Surtando

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Priscila Caliari

A essa altura eu já estava enlouquecendo, e acredito que Carolynna também. Tive que passar alguns dias longe dela e de Isabela por conta de compromissos que não podia faltar. Agradeci eternamente a Ananda por passar o tempo de suas férias cuidando de Carolynna quando eu não podia estar.

Quando não era ela, era Jessie, que agora estava morando em Los Angeles também com a gente.

Eu me sentia mal em deixa-la sozinha.
Queria simplesmente parar com tudo e dar mais atenção a sua gravidez. Eu sabia que minha ausência a incomodava, pois ela me ligava de dez em dez minutos para saber o que eu estava fazendo e dizer que estava com saudades. Aquilo acabava comigo,
mas eu simplesmente não podia desmarcar coisas que já estavam marcadas, isso me traria grandes problemas. Já havia pedido a  Dani para não colocar mais nada em minha agenda, pois queria passar os próximos meses somente ao lado de Carolynna. Ela também já tinha dado uma pausa em tudo, o que me fez pular de alegria. Ela estava animada e assim como eu não queria colocar em risco ela e o bebê.

- Você já está chegando? - Ananda perguntou impaciente do outro lado da linha.

- Eu entrei no carro quase agora. Espera.
- Falei impaciente e ela bufou. - Como ela está?

- Chorando. - Suspirei. - Desde que você foi embora. E ela tá ansiosa pra vocêvoltar desde o mesmo dia. Eu ainda não matei Carol por causa do bebê mesmo.

- Não fale assim, tadinha. Ela está grávida.
- Falei sorrindo.

- Pri, você não entende. Ela chora o tempo todo. Come o tempo todo. Depois chora porque comeu demais. Depois vomita e chora porque não consegue parar de vomitar. - Ananda dizia e eu só conseguia rir imaginando a cena.

- Queria ver isso.

- Não, Pri. Você ia enlouquecer também. E ela ainda fica me pedindo carinho. Sério, eu acho isso estranho.

- Ela tá grávida, Ananda. Fica carente, emocional, irritada...

- Ela é uma grávida bem irritadinha. Morro de rir quando ela da a louca aqui. Carol tem ciúmes do mundo agora. Ficou com ciúmes da entrevistadora que estava te entrevistando ontem. - Ananda falou e eu ri.

- Você não viu o texto que ela me mandou reclamando disso. Falou que a mulher olhava pra minha boca enquanto eu falava. Eu não sabia se ria ou se chorava.
- Ananda e eu rimos. - Mas eu não gosto dessa irritação toda dela, isso pode fazer mal pro bebê. Por isso vou ficar por perto e tentar deixa-la zen.

- Acho meio difícil. Mas também acho que ela tá meio louca assim porque você tem se ausentado. Te aconselho a ficar bem pertinho dela, se não daqui a pouco ela começa a jogar isso na sua cara junto com alguns sapatos e jarros de vidro.

- Ah, pode crer. Eu não vou sair de perto dela mais. Não posso deixa-la passar por tudo sozinha. - Falei e olhei pela janela vendo que já estava bem próxima da casa de Carolynna - Ananda, já estou chegando. Me espere aí na frente.

- Ok. - Ananda disse e desliguei.

O carro entrou no condomínio e depois estacionou bem em frente a casa dela.

Assim que sai do carro as duas vieram em minha direção, porém Carolynna veio correndo e pulou no meu colo. Estava simplesmente linda. Vestia apenas um moletom gigante cinza e usava os cabelos soltos. Ela me agarrou com força e tentei segura-la no meu colo.

- Que saudade amor - Ela disse e me beijou. Um beijo suave e cheio de saudade.

- Você está linda. - Falei e ela sorriu. A soltei e dei um beijo em sua barriga que já estava um pouco maior do que da última vez que nos vimos.

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