Capítulo: 30

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Ruby

Já em sua casa após um dia exaustivo, Ruby se arruma para ver Alex, no fundo sabia que não devia cair novamente na lábia da francesa, porém estava disposta a ouvir, já que a ex-namorada se mostrou sincera pela primeira vez.
Escolhe vestir uma calça de couro preta justa com uma camisa branca e jaqueta também preta, nos pés coloca novamente uma bota de cano curto mas em um tom de vermelho. Arruma o cabelo em um topete estilizado e faz uma maquiagem leve, com o mínimo de corretivo, máscara de cílios e um batom nude. Olhando no espelho dá um leve sorriso ao aprovar as roupas escolhidas.
Ruby chega na casa de Alex e sente um cheiro bom de comida, haviam combinado de jantar por ali mesmo e assim terem privacidade.

- Oi mon petit, pontual como sempre.

Ruby é recebida com um beijo e retribui com docilidade.

- Oi Alex, que cheiro bom.
- Sim, voltei a cozinhar mas só porque você está aqui.

Durante o jantar, ambas conversam coisas sem importância, no fundo nenhuma estava disposta a mexer em feridas cicatrizadas.
Ao terminar a refeição que compartilhavam, Ruby nota que  o apto da ex-namorada estava diferente, não notou na noite passada pois chegaram se beijando e logo foram para a cama, tampouco notou de manhã já que saiu correndo para a empresa.
Percebeu que a francesa trocou alguns móveis e que na parede principal um quadro seu, enfeitava a sala em tons de branco e creme. A foto do quadro, era uma foto que Alex havia tirado dela quando foram para França, era a foto favorita dela.

- Desde quando você tem esse quadro?
- Desde que sai da cadeia e redecorei, gostou?
- Quem tem que gostar é você, só acho meio bizarro.

Ruby fazia trabalhos esporádicos de modelo, então não ligava se tinham fotos dela por aí, mas achou o gosto de Alex um pouco excêntrico, embora a foto tenha ficado bonita e gostasse de saber que sempre era lembrada, pensou que talvez quem namorasse a francesa posteriormente não gostaria de ver o quadro ali.

- Acho que a garota de ontem não ia gostar de ver esse quadro.
- Hahahaha, mon petit, você acha mesmo que eu trouxe alguém pra minha casa depois de você? Me desculpe, mas eu não sou você que transou com metade de Nova Iorque, Ruby a única pessoa que morou comigo foi você, e nesse tempo que estamos separadas só dormi com a minha ex, e foi em uma tentativa frustrada de te esquecer.

Levemente constrangida, Ruby lembra dos últimos meses. De fato, esteve com muitas mulheres, só percebeu que a coisa saiu de controle quando passou a ler e ouvir fofocas envolvendo seu nome.

- Minha vida pessoal não é da sua conta, não estamos mais juntas já tem tempo.
- Verdade, mas não sou promíscua.

Ruby se aborrece e responde mudando um pouco o tom de voz.

- Eu acho engraçado que os homens ficam com um monte de mulheres e ninguém fala nada, mas se uma mulher fica com várias ou vários é puta, hipocrisia que fala.

Alex concorda, porém, sabia que a sociedade pensava de outra forma.

- Bebê, você sabe como o mundo funciona, não que você seja promíscua, mas as pessoas falam.
- As pessoas não tem nada com a minha vida Alex, eu faço o que quero e com quem quero.

Ruby revira os olhos, não devia nada a ninguém. Não entendeu porque Alex a julgava sendo que era uma mulher liberal. A conversa não estava caminhando bem, Ruby logo entendeu que a ex-namorada não mudou em nada, o sexo na noite passada como sempre foi incrível mas as duas juntas não davam certo.
Alex não tinha tato pra lidar com a personalidade tranquila de Ruby, a CEO gostava de conversar e fazer programas a dois, mas a francesa focava no trabalho e a noite se interessava apenas em sexo.
Com um suspiro, Ruby inventa uma dor de cabeça para ir embora, não queria outra recaída, estava irritada com si mesma.

- Você não pode ir, estamos conversando.

Com um suspiro longo, Ruby encara Alex e diz o de sempre.

- Sabemos onde essa conversa vai dar Alex, quer que eu diga o quê? Que transar com você é maravilhoso, que me faz me sentir única no mundo enquanto me dá orgasmos incríveis? Isso você já sabe, mas não é só isso que eu quero. Quero que você realmente se preocupe comigo como eu me preocupo com você, quero sair com você pra fazer programas como os casais geralmente fazem, quero conversar com você após fazer amor ou só ficar abraçada sem fazer nada, quero ter uma companhia não alguém só pra me foder.

Mesmo se esforçando pra não chorar, Ruby não aguenta a emoção e lágrimas surgem em abundância, mais uma vez discursava para Alex e como sempre sentia-se perdida como uma criança a procura da mãe.
Alex fica em silêncio, não tinha o que falar, sabia que a ex-namorada era muito sensível e no fundo tinha razão, a personalidade dela era muito diferente da sua, morria de ciúmes da CEO e quase enlouqueceu quando percebeu que a perdera. Não sabia como reconquistar Ruby e achou melhor deixá-la ir embora.

- Me desculpe se te fiz mal, se você se sentiu como uma lixo, mas não sei como lidar com você Ruby, é novidade pra mim.

Soluçando, Ruby a questiona:

- Como pode ser novidade se você já namorou outras mulheres? Alex, você nunca fez isso com outras namoradas, porque fez o que fez comigo?

Alex não aguenta a pressão e explode, sem querer acaba aumentando seu tom de voz.

- PORQUE VOCÊ FOI A ÚNICA MULHER QUE EU REALMENTE AMEI, A ÚNICA POR QUEM ME APAIXONEI, A ÚNICA QUE EU ME PREOCUPEI...
- Não grite por favor.

Respirando fundo, Alex atende ao pedido.

- Ruby será que você não percebe o quanto eu sou louca por você? Tenho ódio de todas as mulheres que passaram pela sua cama, tenho raiva de mim porque eu permiti isso ao ser uma idiota com você.
- Alex isso não é amor, é obsessão...
- Chame do que quiser, prefiro vê-la morta do que com outra.

Ruby se choca, a tristeza toma conta de seu espírito. Já conhecia o temperamento de Alex o suficiente pra saber que o pior poderia acontecer e tratou de se retirar.

- Eu tenho que ir, ontem a noite foi um erro e ter voltado aqui também foi um erro.
- Pode ir, boa sorte tentando me esquecer, eu enlouqueci e estraguei minha vida quando cruzei com a sua.
- Não fala assim Alex.
- Odeio ter me apaixonado por você um dia Ruby.

As palavras de Alex ferem como uma punhal, triste e se sentindo ainda pior, Ruby deixa o apto, com pensamentos horríveis sobre si.

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