Capítulo: 37

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Ruby

Raphael nutria um enorme apreço por Henry, se sua filha gostasse de homens gostaria de tê-lo como genro. Já fazia um tempo que descobrira que o rapaz guardava sentimentos por Ruby, mas teve pena dele, já que ele jamais teria uma chance com sua única herdeira.
Quando Ruby se assumiu ainda nova, Raphael achou que era uma fase e não deu muita importância, mas Greta sempre lhe disse que sabia que a filha deles era diferente, começou a desconfiar quando a menina pedia brinquedos voltados para os meninos ou pedia fantasia de super-herói no Halloween. Ruby odiava bonecas e sempre as quebrava, quando ia para casa do pai sempre pedia carrinhos e ele lhe dava. Raphael não separava brinquedos por gêneros, pra ele eram apenas brinquedos, Ruby era criança e queria vê-la feliz. Mas no fim Greta tinha razão, obviamente não foram os brinquedos que a fizeram lésbica, Ruby nasceu assim, seus pais sempre a aceitaram e a acolheram. Raphael nunca teve vergonha dela, mas sabia que o mundo se tornaria mais perigoso para Ruby por conta de sua orientação sexual, e para piorar, a jovem também não tinha sorte no amor, achou que por ela gostar de mulheres nunca sofreria mas se enganou redondamente, ela não só sofria por elas, como chegou a apanhar de uma.

- Sua filha está me contando que não sabe onde está o carro, não é Ruby?

Ruby se enfurece, Henry não tinha esse direito, sabia que o pai a encheria de perguntas.

- Como assim? Perdeu o carro também além do celular? Filha você só não perde a cabeça porque está grudada no pescoço.
- Credo pai, também não é assim, Henry está exagerando.

Henry solta uma gargalhada, Raphael não fazia ideia de onde sua herdeira passou a noite, levaria esse segredo para o túmulo.

- Exagerando ou não, cuide melhor de suas coisas, não é porque você pode ter tudo que vai queimar dinheiro à toa. Você sabe bem o que penso sobre isso.

Ruby se aborrece com o comentário do pai.

- Então o senhor devia falar pra vagabunda da sua mulher parar de torrar dinheiro com frivolidades. Não vem com hipocrisia pro meu lado.

Extremamente irritada, Ruby fala o que tinha entalado na garganta referente a madrasta, embora não faltasse com respeito ao pai, ligou o botão do "foda-se".

- O que você disse mocinha? Que linguajar é esse? Não foi essa educação que eu te dei. Sarah merece respeito.
- Meu cú.

Raphael fica chocado, não ligava que Ruby falasse  palavrão, entretanto, não permitiria essa falta de respeito na sua frente. Costumava lidar bem com as oscilações de humor da filha desde que começou a namorar com Sarah, mas Ruby passou dos limites.

- Vá pra casa mocinha, tome um banho frio pra arejar sua cabeça e suas ideias e só volte aqui quando decidir me pedir desculpas. Não me falte com respeito, eu continuo sendo seu pai, não um amiguinho de escola.

Ruby fica perplexa com a atitude do pai.

- Não pode fazer isso, tenho uma reunião pra conduzir.
- Farei isso com Henry.
- Ah! Só pode ser brincadeira, nem fodendo...
- RUBY CALE-SE.

Raphael perde a paciência de vez e altera seu tom de voz, embora fosse uma pessoa paciente e tolerante, Ruby estava insuportável, nem quando ela vociferou que não iria ao coquetel de Sarah perdeu a paciência. Entretanto, já fazia muito tempo que Ruby deixou de ser sua garotinha, seu gênio e personalidade tinham mudado muito nos últimos meses, volta e meia ela soltava suas indiretas e não se importava com quem as recebia.

- Pai por favor, esperei duas semanas por essa merda.
- Ruby controle essa boca e fale direito, pense antes de falar besteiras. Retire-se e não adianta vir fazer beicinho pra mim, que não vou cair nas suas artimanhas.

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