Capítulo: 01

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Ruby

Já era perto do meio-dia quando Ruby Bismarck decidiu que era hora de levantar, odiava acordar antes das 10:00, só fazia isso se tivesse que trabalhar, o que tanto faz já que era dona da empresa Bismarck/Co, ou melhor, seu pai Raphael um respeitado e importante advogado era o dono. Ruby era uma das sócias majoritárias, trabalhava para ter o que fazer, não porque precisava.
Ruby suspira profundamente ao olhar para o lado e ver o espaço vazio, já fazia um tempo que não estava mais com Alex. Na verdade, a ex-namorada nunca dormiu na casa que morava atualmente, a CEO mudou para um apartamento amplo, não quis dividir mais a casa com suas melhores amigas e assim ter privacidade para ficar com seus affairs.
Desde que terminou com Alex era um vaivém de mulheres em seu apartamento, no fundo sabia que tentava tapar um buraco que se formara desde o fim do seu relacionamento fracassado.
Ruby era uma mulher extremamente bonita e atraente, tinha 1,75 de altura, olhos verdes-azulados, cabelos curtos e castanhos, magra e encorpada não passava muito tempo na academia, só o suficiente pra manter o tônus muscular e a barriga seca por conta de suas tatuagens, que aliás, eram inúmeras...seus seios eram pequenos e constantemente era elogiada pelas garotas que vislumbravam seu corpo nu, Ruby ficava embevecida adorava receber elogios pelo seu corpo, porém não demonstrava para não ser taxada de metida, dona de uma personalidade doce e calma odiava conflitos, mas tinha o hábito de manipular as pessoas quando lhe convinha.
Com pensamentos no café da manhã, levanta e vai para o chuveiro, seguida por seu cachorro Billy.

Stella

Stella estava irritada e impaciente, passava do meio-dia e seu estômago se contorcia de fome, era seu primeiro dia nas empresas Bismarck/Co como estagiária de administração, entretanto, separava correspondências. Mesmo tendo aceito a função, por dentro bufafa e pensava em como o mundo era injusto.
Desde os 15 anos teve que começar a trabalhar e ajudar nas contas de casa, era esforçada e não reclamava por reclamar, detestava isso, mas estava no seu limite.
Morava com a irmã Esther, ambas se davam muito bem e dividiam não só as contas como as lamúrias, sua irmã havia terminado o noivado após descobrir uma traição e a consolava como podia.
Quando tinha 18 anos, assumiu em prantos para a irmã que gostava de meninas, tinha medo de perder seu único elo, Stella só podia contar com ela pois seus pais já eram falecidos. Para sua surpresa, Esther a abraçou e lhe disse que nada iria mudar que a amava como era, desde então as duas tinham um acordo tácito entre irmãs de sempre uma apoiar a outra e era a vez de Stella consolar sua irmã e dizer que tudo ia ficar bem.
A Sra. Reed, uma das supervisoras a chama e a estagiária corre com o estômago roncando.

- Stella pode ir almoçar agora, como é seu primeiro dia vou lhe dar uma hora e meia de almoço, a partir de amanhã é só uma hora ok?

Stella responde com um aceno de cabeça e se retira da sala em seguida, aliviada por finalmente poder desfrutar de sua marmita.
Seguindo o fluxo de alguns funcionários, encaminhou-se até o refeitório, lá conhece Eric e Beth, eles também eram estagiários, mas ao contrário dela, estagiavam no setor de Direito da empresa. Eric lhe fala:

- Que bom ter pessoas novas para conversar, os estagiários veteranos se acham os reis daqui, mal falam com os novatos.

Stella sorri e responde:

- Agora sei porque quase nenhum deles falou comigo hahaha.

A estagiária dá uma risadinha nervosa e fica feliz por poder conversar com outros estagiários novatos assim como ela. Beth diz ao amigo um tanto quanto aborrecida.

- Eric a Srta. Bismarck ainda não chegou, preciso que ela leia o relatório antes das 15:00 para ser enviado ao cliente, detesto ter que ficar correndo atrás dela.
- Com certeza está distraída com um novo affair, não estranharia nada ela chegar aqui com cara de sono ou irritada porque a foda foi ruim.

Eric responde com uma risada irônica, mas Beth se aborrece mais.

- Mas ontem antes dela ir embora, eu falei que era importante. Não suporto ser "secretária" da assistente dela, das duas não sei qual a pior.

Eric ainda que compreendesse a irritação da amiga emenda achando graça.

- Poderia ser pior, já pensou ser secretária do pai dela? Hahaha.

Os dois amigos riem juntos, Stella ficou curiosa pra saber quem era a mulher que eles falavam, porém achou melhor não perguntar e se concentrar no seu almoço, quanto menos se envolvesse em fofocas melhor.

Ruby

Ruby vestia um terno de cor azul feito exclusivamente pra ela, gostava de se vestir de terno ainda que tivessem o corte feminino sentia-se sexy e sempre roubava os olhares.
Apressada para entrar no elevador e ir para sua sala, esbarra em alguém e fica puta ao sentir o café que segurava virar em sua roupa, controlando a irritação ergue a cabeça para ver quem era o idiota que acabara de estragar sua roupa.

- Presta atenção por onde anda, não tem olhos não?
- Me desculpe.

Stella responde sem jeito, Ruby bufa e sai pisando duro, seus saltos fazendo eco. A estagiária a observa sair, se perguntando quem seria a pessoa mal educada e metida.

****

Em sua sala, extremamente irritada, Ruby pede para sua assistente achar outra roupa pra ela, joga o paletó longe e fica só com a camisa e a calça.
Em seguida, liga para o pai que trabalhava na sala ao lado, ao notar que faltava um documento em sua mesa.

- Bom dia papai, não estou vendo na mesa meu relatório.
- No caso é boa tarde minha princesa, dormiu bem?
- Sim, mas podia ter sido melhor...

Ruby responde fazendo um beicinho ao pensar na solteirice.

- Minha filha, você precisa se organizar, um dia herdará a empresa tem que se concentrar nas coisas se quiser ter êxito.
- Aí pai, sem sermão logo cedo, estou irritada porque derrubaram café na minha roupa e não preciso de alguém dizendo o que fazer no meu trabalho.

Raphael suspira e assente, sabia que não adiantava argumentar com Ruby, sua filha fazia o que queria e quando queria, era a única pessoa no mundo que tinha extrema paciência e zelo.
Ruby era sua paixão, a realização de um sonho, e o ser humano mais importante do planeta, fazia de tudo por ela e se orgulhava da criação que deu a filha, embora não tenha acompanhado o tempo todo seu crescimento sempre esteve por perto e largava tudo pela única filha.

- Converse com sua assistente, ela já deve ter o relatório, e antes da mocinha ir embora, passe na minha sala que eu quero te ver. Te amo princesa.
- Ok, te amo pai.

Ruby chama sua assistente através do telefone interno:

- Lilly o relatório?
- Você levou para casa.

Ruby se aborrece no mesmo instante, não só não leu a droga do relatório como teria que inventar uma desculpa para o cliente, seu pai tinha razão, realmente precisava se organizar.

- Verdade eu acabei de lembrar...

Ruby desliga e pensa no que fazer.

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