Feelings...? - Chapter Two

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Lee acordou sentindo uma fisgada intensa no pescoço, o que o fez contrair os ombros enquanto lutava contra o incômodo de uma noite mal dormida. Seu corpo parecia pesado, como se os músculos protestassem a cada movimento enquanto ele se levantava com cuidado. Caminhou devagar até o banheiro, e ali, entre o som da água da torneira e o leve eco de seus passos, fez sua higiene matinal, tentando ignorar a tensão que parecia travar os nervos em sua nuca. Sob o jato quente do chuveiro, relaxou um pouco, permitindo que o calor aliviasse a rigidez do corpo.

Após o banho, escolheu uma calça jogger preta e um moletom largo de um vermelho vibrante, que caía sobre seus ombros com conforto. Calçou um par de tênis de cano alto, sem prestar muita atenção ao estilo, apenas desejando algo prático. Estava pronto para higienizar seus machucados e cobri-los com curativos, mas uma campainha ecoou pela casa, quebrando o silêncio familiar e o surpreendendo. Ele piscou, confuso, ao perceber que há tempos não ouvia aquele som.

"Droga, quem será a essa hora da manhã?" pensou, meio irritado, enquanto caminhava até a porta. Ao abri-la, seus olhos se arregalaram, e seus lábios se entreabriram em choque. À sua frente estava alguém que ele jamais imaginaria ver ali.

— Você?! — exclamou, encarando o líder de sala, que lhe devolvia um sorriso suave. Minho piscou, confuso, sem entender como ele havia descoberto seu endereço.

O garoto o fitava de forma quase hipnótica, como se Minho fosse a coisa mais bela que já havia visto — e, de fato, ele era. A combinação do preto e vermelho no traje de Minho parecia destacar cada detalhe de seu rosto, e o cabelo, ainda úmido, acrescentava um toque de charme despojado. Minho o olhou de cima a baixo, notando a camiseta social larga e branca que moldava o corpo do garoto, a calça jeans preta rasgada no joelho e o clássico All Star Converse que parecia feito sob medida para ele.

— Não vai me convidar para entrar, fofo? — perguntou o garoto, com um sorriso desafiador, arqueando uma sobrancelha e cruzando os braços.

Minho franziu a testa, incomodado com o apelido.

— E por que acha que eu faria isso? — replicou, com um sorriso sarcástico, mantendo a postura firme e enigmática.

— Só me convida para entrar logo! — respondeu o garoto, com um suspiro exasperado, já imaginando que teria de lidar com a teimosia habitual de Minho.

Minho hesitou, mas acabou cedendo, abrindo espaço para que ele entrasse. Assim que o garoto se acomodou no sofá, Minho pegou a caixa de curativos e a colocou sobre a mesa, sem dizer nada.

— Já que está aqui, pode me ajudar com isso. — Minho disse, lançando-lhe um olhar intenso. O garoto acenou em concordância, sem pestanejar, enquanto se aproximava para pegar os materiais de primeiros socorros.

Sentando-se ao lado dele, o garoto abriu a caixa e retirou o necessário: gazes, bandagens e antisséptico. Ele ajustou a posição, ficando de frente para Minho, que o encarava fixamente, os olhos escuros não desviando um segundo sequer. O garoto aproximou-se silenciosamente, e Minho pôde sentir o calor da respiração dele em seu rosto. Com movimentos cuidadosos, ele limpou as feridas com a gaze e o soro, sem pressa. Aproximou-se ainda mais para soprar levemente o machucado, secando-o antes de aplicar o remédio. Minho murmurou uma reclamação, mas o garoto ignorou, continuando o trabalho em silêncio até terminar de colocar as bandagens com precisão.

A proximidade com Minho era perturbadora para ele, um tanto intimidadora. Sentia o coração disparado, e os dedos ligeiramente trêmulos ao perceber o olhar constante de Minho sobre si, observando cada gesto. Quando terminou, afastou-se abruptamente, sentindo-se estranho e exposto.

Minho, no entanto, manteve o semblante inalterado, desviando o olhar com uma expressão indiferente, ainda que algo em seus olhos traísse uma centelha de curiosidade.

Angels like You - Minsung Onde histórias criam vida. Descubra agora