There's still time - Chapter Five

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Ao acordar, Minho mal teve tempo de entender o que estava acontecendo antes de sentir um chute em cheio o jogando para fora da cama. Caiu no chão com um baque, sentindo uma leve dor ao bater a cabeça no criado-mudo. Com um olhar incrédulo e irritado, ergueu o rosto e viu Jisung, que tentava em vão conter o riso, as mãos cobrindo a boca.

— Minho... Desculpa! — Jisung falou entre risadinhas abafadas.

Minho arregalou os olhos, ainda meio sem reação, sentindo a raiva misturar-se com a surpresa.

— Você... — apertou o cobertor com força, respirando fundo — Você me chutou da minha própria cama?!

— Ai meu Deus, EU POSSO EXPLICAR! — Jisung soltou, e no mesmo instante se levantou, já prevendo o que viria.

Minho não perdeu tempo. Em um salto, foi atrás dele, e ambos saíram do quarto correndo e gritando como duas crianças enlouquecidas. Jisung tropeçava nas próprias gargalhadas, dividindo-se entre o desespero e o riso incontido, enquanto Minho o perseguia incansavelmente. Quando finalmente parou de correr para recuperar o fôlego, Minho o alcançou, empurrando-o suavemente para o chão, onde ambos caíram juntos, ofegantes e gargalhando.

— Tá rindo, é?! — Minho disse, com um brilho de travessura nos olhos, e sem mais delongas, começou a fazer cócegas no amigo que estava preso debaixo dele. — Agora você vai ter motivo pra passar mal de rir!

Jisung se debatia, engasgando entre risos e pedidos de piedade, mas Minho não tinha a menor intenção de aliviar. Cada vez que Jisung tentava se afastar, Minho encontrava um ponto ainda mais sensível e insistia em torturá-lo com as cócegas.

— Por favor! Minho, eu faço tudo o que você quiser por uma semana! CHEGA! — Jisung implorou, até conseguir que Minho, finalmente, se jogasse ao lado dele no chão, rindo baixo e ofegante.

Ambos ficaram ali deitados, olhando para o teto enquanto recuperavam o fôlego, o eco das risadas ainda enchendo o ambiente. Jisung, ao virar-se para Minho, notou o sorriso que ainda brincava nos lábios dele, um sorriso raro e sincero, que fez o coração de Jisung pular uma batida.

— É tão bom quando eu consigo tirar um sorriso seu... — murmurou, quase sem perceber, mas o suficiente para captar a atenção de Minho, que o olhou com intensidade, aquele olhar que parecia ver além da superfície. — Você nunca sorri.

— Hm, é... parece que você tem um dom, Hannie. — Minho respondeu, sorrindo levemente enquanto observava Jisung, como se quisesse gravar cada detalhe de seu rosto.

[...]

Os dias em que Jisung ficou naquela casa pareciam mais ensolarados, como se o lugar estivesse mais vivo. Minho percebia a diferença; com Jisung ali, tudo parecia menos vazio, menos frio. Ele havia sorrido todos os dias que o garoto esteve com ele, mas, agora que era segunda-feira, o momento de despedida se aproximava. Após a escola, Jisung não voltaria para a casa de Minho, e essa ausência já parecia pesar.

Enquanto observava Jisung dormir, com o rosto sereno e angelical, Minho não pôde evitar um sorriso triste. Aproximou-se, passando delicadamente o dorso da mão pela bochecha de Jisung. Era a despedida silenciosa antes de enfrentar o dia. Respirando fundo, ele se levantou, cumprindo sua rotina matinal de banho e troca de roupa. Finalmente pronto, decidiu acordar o mais novo.

— Hey, sua cópia barata do Teodoro! Acorda. — Disse em meio a risos, bagunçando o cabelo de Jisung até que ele abriu os olhos. — Oh, sem soco na cara ou chute, hein?!

— Cópia barata do Teodoro é a sua bunda! Gato de botas do Chernobyl! — respondeu Jisung, se levantando e tentando arrumar os fios bagunçados por Minho. — E quem vê pensa que eu te bato todos os dias. Por que tanta humilhação?!

Angels like You - Minsung Onde histórias criam vida. Descubra agora