Capítulo 35

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Aida Santher

Sozinho, por pura força de vontade, ele rastreou Janet e devolveu a ela a vida que ela havia perdido. Se ele fez tudo isso pela irmã que ele nem conhecia, eu nem posso imaginar o que ele fez por "Arielle Adam"... Não é de se admirar que ele esteja com o coração tão partido ao me ver. Ele deve ter me procurado até destruir o próprio coração...

Respiro fundo e me prepara para o próximo golpe, clicando em novas páginas sobre Michael Jackson. –"Hum. Há muitas informações. Vou ler...A entrevista com Michael sobre sua vida pessoal." — Rolo o artigo, procurando mais detalhes sobre ele.

Este artigo saiu pouco tempo depois de eu ter passado um tempo com 'Mike' em Paris. Parece que ele ficou por lá apenas por mais um mês depois que eu fui embora. Nessa entrevista, ele diz que estava em uma viagem de negócios.... É verdade? Não, não pode ser. Ele estava fazendo arte. Eu vi seu estúdio. Na verdade, passei muitas noites com nele... Ele prossegue dizendo que, graças à viagem, ele nunca se sentiu tão apaixonado por sua vocação na vida. Não parece que ele está falando sobre negócios...

Leio mais algumas páginas e paro a pesquisa para olhar a previsão do tempo. Não parece que vai ser fácil eu voltar para Chicago. A tempestade está piorando... Há uma grande chance de eu não conseguir voltar para casa amanhã. Sinto muito falta do Matteo. E depois de hoje, não tenho certeza se aguento ficar perto de Michael Jackson sem perder minha cabeça. Sou grata por ele ter me salvado de Leon, mas ele parecia tão vingativo e amargo.

Bufo impacientemente. Eu sei que ele está sofrendo, mas não posso consertar as coisas se ele não me der uma chance. Mais do que isso. Não consigo consertar as coisas, a menos que ele prove que posso confiar nele. Mas então... é isso que eu quero? É o melhor para nós dois? Ele é o herdeiro do Jackson Corp. Ele fará de tudo para estar no topo do império dos negócios.

Balanço a cabeça enquanto puxo as cobertas cobrindo meu corpo. Não sou Mônica Berthier. Ele vai ficar melhor sem mim. Eu tirei uma soneca e, ao acordar, vejo que é quase meia-noite. –"Nossa, acho que estava mais cansada do que pensava."

Levando e olho em volta, ainda me sentindo um pouco grogue. Pisco algumas vezes. Vou explorar um pouco o hotel. Tenho certeza de que há algo para fazer por aqui. Caminho até o saguão e encontro um pequeno e elegante café. Peço algo simples. Eu vou querer... Um doce francês, para me lembrar de tempos mais felizes.

Mordo o delicioso pain au fraise, um delicioso pão de morango, e me sinto teletransportada para as ruas de Paris. A Jackson Corp tem bom gosto. Quem quer que seja que eles contrataram como chef pâtissier, com certeza é uma pessoa incrivelmente talentosa. Revigorada, ando pelos corredores próximos para dar uma olhada.

Os corredores são adornados com pinturas abstratas. As misturas de cores são fascinantes. Todas as pinturas parecem familiares. Não tenho dúvidas de que Michael fez a maioria delas. Ele é um artista muito talentoso.

Conforme eu caminho, Encontro a pintura de um jardim iluminado pela lua, com uma estufa de vidro brilhante no centro. Chego mais perto e vejo a inicial "MJ" no canto. Passo a mão levemente na superfície da pintura. Me viro para o lado e encontro uma porta que leva para fora.

Eu preciso de um pouco de ar. Estar rodeado pelas incríveis criações de Michael está me afetando... Ele disse que eu estava errada. Que eu deveria ter ficado com ele. Ele realmente acha que não sei disso? Eu deveria ter sido honesta. Ter dito a verdade. Agora é tarde demais para mudar alguma coisa. Ele ainda não sabe que o Matteo é filho dele. E ainda estou com muito medo de contar a ele.

Saio do corredor e encontro algumas escadas que levam a uma cúpula de vidro. Que adorável. É a mesma cúpula da pintura?  A lua brilha iluminando o caminho à frente. O caminho é sinuoso e estreito. Envolvo o meu casaco com mais força ao seu redor, estremecendo ligeiramente com a brisa fresca. Desço os degraus e corro para a estufa de vidro.

É ainda mais bonita na vida real. Do lado de fora, vejo uma névoa meio esverdeada e dourada. Pego na maçaneta. A porta não abre. –"Eu encontrei meu caminho em Paris confiando no meu instinto. E essa noite, meu instinto diz para entrar neste lugar incrível. Deve estar trancado. O que vou fazer para abrir?"

Eu vejo algo ao lado, embaixo de um pequeno vaso. O objeto brilha levemente ao luar. –"Aqui vamos nós." — Pego a chave e gira a fechadura. Com um clique a porta se abre. – Excelente! — Agora, vou trancar por dentro para que ninguém me incomode enquanto eu dou uma olhada e... Ah, isso é estranho. Sem fechadura. Eu acho que só fecha por fora.

Conforme meus olhos se ajustam à luz fraca, fico boquiaberta com a beleza contida na pequena cúpula de vidro.  Uau...  É um enorme jardim interno. Há pequenas lâmpadas nas laterais, iluminando as plantas. É um pouco maior do que parece. Há tantas plantas aqui. Há um som agradável e tranquilo de água corrente, correndo pela cúpula.

Um sofá de aparência confortável fica no centro. Sorrio enquanto caminho até ele. – Adoraria me sentar e olhar as estrelas daqui. Eu me pergunto se é isso que Michael faz. — Vejo uma coleção de frascos artesanais em um armário. – Eu costumava colecionar frascos como esses...

– Eu lembro.

– Michael! Você me assustou! O que você está fazendo aqui?

– Eu é que deveria fazer essa pergunta. Como você encontrou esse lugar?

– Eu vi a pintura e então olhei para fora. É tão bonito.

– Obrigado. Você tem sorte de ter chegado aqui. Estávamos planejando demolir essa área.

Sinto-me atordoada com o que ele diz e franzo a testa. – O quê? Por quê? É tão lindo. Você não pode querer...

– Vai tudo pelos ares daqui a duas semanas.

Balanço a cabeça. – Acho que está não é a primeira coisa bonita que você destruiu.

– E você, Arielle? Tenho certeza de que não sou o único homem a quem você deu um nome falso.

Solto um gemido. – Você nunca vai esquecer isso, não é?

– Talvez algum dia. — Michael sorri suavemente, há um pedido de desculpas nos olhos dele. – Eu não queria irritar você. É que você fica charmosa quando deixa cair a máscara de princesa de coração gelado. O que aconteceu com a mulher apaixonada e expressiva que conheci em Paris?

Desvio o olhar me sentindo sem graça. – Fale por você mesmo. Mike Joseph Scruse era um sonhador de bom coração, cheio de amor e carinho. Mas Michael Jackson é.... não sei, mau! Deve ser, para querer destruir esta estufa!

Michael murmurou uma resposta, mas para e olha para o chão. – Você não sabe o que é ser mau, ma belle. Ainda não.

Levanto o queixo para ele. Não posso demonstrar fraqueza.– As pessoas ao seu redor agem como se você fosse.... Uma pessoa completamente diferente. Como se o velho Michael tivesse morrido. Todo mundo fala sobre você no passado, como se você tivesse desistido de viver sua vida há sete anos. Não é "Michael é", é "Michael era"... É como se o homem que você é agora não fosse capaz de reconhecer o homem que você foi.

Encontrando um amor em ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora