Capítulo 38

25 5 0
                                    

Aida Santher
Dentro da estufa

Respira fundo e invento outra mentira. Eu dou um sorriso com uma dor no coração. – Meu pai estava muito ocupado administrando a empresa. Não faria diferença se Matteo estivesse ou não lá.

Michael bate os dedos no queixo e respira fundo. – É que Matteo não fala sobre seus pais. Ele parece próximo do Alexandre, mas não dos seus pais.

Tomo outro gole do vinho e tento manter a minha expressão calma. – Ah. É assim as crianças são, você sabe. Elas têm seus favoritos. Ele passa muito tempo com os primos.

Michael bebe e me observa, ele franze testa. É a expressão dele antes de fazer outra pergunta. – Você sempre trabalha até tarde?

– Eu...Trabalho duro.
– Entendo.
– Quero poder cuidar de mim mesma e do meu filho. Sozinha.

– Você não estudou design? Ser uma estrategista corporativa não parece parte do seu currículo.

– Na verdade, me formei em administração de empresas. O design foi mais um sonho para mim.

– Dois campos diferentes, sem nenhuma ligação, hein? — Michael pensa por um momento, então sorri para mim. – Posso ver porque Leon está tão chateado com o rompimento do noivado. Ele queria uma esposa para cuidar dos negócios dele.

– Ele queria uma esposa para controlar. Duvido que ele me deixasse fazer qualquer coisa ou tomar decisões. — Nos dois ficamos em silêncio até que eu dou um suspira profundo.

– Desculpe. Tenho certeza de que falar sobre ex é a última coisa que você gostaria de fazer agora. — Michael, me serve mais um pouco de vinho sem eu lhe pedir. – Então, se você não fosse responsável pela área de estratégia da Adams industries, o que você faria?

– Eu iria... Passar todo meu tempo com meu filho.

– Ficar em casa apenas sendo mãe?

– Sim, mas com outra ocupação. Algo produtivo, mas que me dê tempo para viver a minha vida com tranquilidade.

– E quanto ao design?

– Acho que ao longo dos anos... meio que desisti desse sonho. Quando criança, eu costumava passar horas fazendo projetos de casas imaginárias. Eu tinha um que chamei de Casa de Arielle. Trabalhei nesse projeto durante toda a minha infância. Até eu ir para a faculdade. Todo o ano, eu acabo tendo idéias novas e mudava alguma coisa. A Casa de Arielle cresceu comigo. Quando finalmente parei de mudar de ideia, parecia que a casa fazia parte de mim.

– Então, por que ela não existe?
– Ahn? Era uma casa imaginária, só isso.

– Mas não precisava ser assim. Por que você nunca construiu a Casa de Arielle?

– Eu tenho um filho para criar. Sonhos como esse não são mais minha prioridade. —  Dou um suspiro quando Michael apenas concorda. A chuva cai e nos dois apenas permanecem em silêncio. – Estamos realmente seguros aqui?

– Claro. Eu me certifiquei de que essa coisa pudesse resistir a um terremoto.

Dou uma olhada em volta novamente e solta um suspiro triste. Os sons serenos da água fluindo e o farfalhar das árvores cercam nos dois. – Você realmente vai destruir este lugar, hein? Eu gostaria que você não fizesse isso.

– Este santuário tem um nome. Acho que o destino ajudou a escolher.

– É mesmo?

Michael confirma com um aceno de cabeça. – Eu o batizei há sete anos, logo após sua construção. Depois que ouvi o nome, não consegui tirá-lo do coração.

– Qual é? Que nome você deu para a estufa?

– Arielle. — O meu coração para por um minuto. Morde o lábio inferior enquanto desvio do olhar dele. – Verdade seja dita... é por isso que eu queria derrubá-lo. Este lugar costumava me trazer alegria. Mas então...quando pensei que você tinha me abandonado... de repente não fez mais sentido. — Michael se levanta. Dá a volta em movimento, ele toca o meu pescoço.

– Michael... eu sinto muito. Por tudo.
– Aida...

– Não, sério. De verdade. — Sinto as lágrimas se formando contra a minha vontade. Luto contra elas enquanto ele olha profundamente nos meus olhos. – Eu só achei que tudo seria assim, eu tentei tanto tornar isso mais fácil, mas...

– Tudo bem, Arielle. — O meu lábio estremeceu quando dou uma olha para ele. Michael está balança a cabeça. – Não mais. Estou aqui. — Ele me puxa para um abraço apertado. – Finalmente estamos juntos. Não precisamos dizer mais nada. Eu não estou mais chateado. — É tão bom sentir ele passa as mãos pelos meus cabelos, acariciando suavemente as minhas costas. Ele dá uma suspiro lentamente.

"Ele está agindo exatamente como em Paris. E aqui estou eu, chorando porque pensei que ele tinha ido embora para sempre..."

Lágrimas rolam pelo meu rosto. Ele passa o dedo enxuga antes de se inclinar, meu beijando suavemente. Ele se afastou um minuto para me olhar. Eu preciso usar todas as forças para não pedir outro beijo. E vários outros além desse.

– Michael... Por que não pode ser sempre assim?

– Por que você ainda ama o fantasma de quem eu fui. Aida... só desta vez, por favor.... Me escolha. — Dou uma piscada quando ele solta um suspiro profundo e quente contra a minha pele. – Não o Leon McClain. Não o Mike. Escolha o Michael Jackson. O homem que sou hoje. Aquele que eu poderia me tornar, para você.

A sinceridade dele e o desespero na voz dele ameaçam quebrar o meu coração. –"Meu coração está me dizendo para escolher Michael." – Eu escolho você, Michael Joseph Jackson. Agora me beije de novo, antes que eu mude de ideia.

Ele parece feliz em me obedecer. Sinto o toque da pele dele me tocando suavemente. Mordo o lábio inferior enquanto o meu corpo ganha vida própria. Ele também fez muita falta, esta me beijando com mais ferocidade do que a tempestade violenta lá fora.

Cada estrondo do trovão parece atingir o ritmo do meu coração palpitante. Envolvo-me na cintura dele enquanto a minha língua delicadamente tira qualquer insegurança sobre este momento que já tivemos.

– Ma belle...

– Eu senti tanto sua falta. Todos os dias, quando vejo minha tatuagem, penso em você. — Abaixo a minha mão e toca a minha tatuagem. Michael dá aquele sorriso lindo que só ele tem. – O tempo que passamos em Paris significou muito para mim. Eu nem tenho palavras para te dizer o quanto. Tudo que eu queria é ver seu rosto novamente. Sentir seu toque. Tudo isso é tão incrível.

Ele segura a minha mão  com força enquanto a pressiona contra o peito dele.– Eu sou seu, Aida. E estou aqui  agora. Por quanto tempo, apenas o destino sabe. Talvez seja para sempre.... Ou talvez seja apenas esta noite perfeita. O que você quer fazer?

Michael dá um respira fundo eu o observo o peito dele subir e descer lentamente. Os olhos dele dizem exatamente que o desejo está queimando dentro dele.

– Michael... Faça amor comigo. — O ar parece esquentar ao nosso redor. E a chuva aumenta lá fora.

Ele sente o meu perfume lentamente. – Eu ansiava por isso a cada segundo em que estivemos separados. — Ele está tirando minha roupa lentamente, beijando cada parte do meu corpo enquanto me faz isso, que eu me vejo nua diante dele, ele faz uma pausa para me observar.– Perfeita. Exatamente como me lembrava. Cada centímetro de você é uma obra de arte. "Tu es ravissante, ma belle. Restez avec moi." (Você é adorável, minha linda. Fique comigo.)

Encontrando um amor em ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora