Capítulo 52

20 2 0
                                    

John dá alguns passos em direção ao carro antes de parar e olhar para mim. – Você sabe... Michael pode ter a reputação de ser implacável, mas eu sei que ele tem um coração. Você já pensou que o melhor para o Matteo possa ser ver os pais dele juntos?

– Mas no final das contas... Michael já está comprometido com uma herdeira do ramo da hotelaria. Não importa que as palavras dele sejam doces, eu sei a verdade. Eu não sou boa o suficiente para ele. Não temos futuro. Não um que ele mereça, pelo menos.

– É por isso que está deixando ele acreditar que você dormiu com todo mundo e ele não significou nada? Que o Matteo não pode ser filho dele, porque você teve vários casos ao mesmo tempo? É por isso que o está deixando ele pensar em voltar para Paris? — Fala John.

– O que isso importa? Como eu disse, ele tem um casamento arranjado em andamento.

– Ele vai pensar duas vezes antes de se casar com Monica Berthier. Na verdade, está claro que ele já está fazendo isso. — Diz John.

– Ele está apenas atrasando o inevitável. Ele faria qualquer coisa pelos negócios de sua família. Você não conhece Michael Jackson.

– Talvez não, mas também sou um homem. Eu sei como pode ser difícil deixar alguém especial partir. — Diz John.

Nos dois nos olhamos profundamente por um momento. O sorriso dele está mascarando uma dor profunda.

– Olha, Michael Jackson estará em sua vida. De uma forma ou de outro. Você tem um filho que é 90 por cento ele e 10 por cento você.

– 90 por cento ele? Por que não 50-50 de cada um de nós?

– Matteo parece um mini Michael e ele é ótimo em conquistar qualquer coração. É melhor eu ir embora. Mas estamos de boa, OK? Você pode me ligar quando precisar.

– Você é um bom homem. Sr. Donnell.

John ri enquanto caminha para o carro. – Anjo é meu nome do meio.

– Não duvido. — Eu me recupero do dia intenso, vou até o gazebo no quintal para falar com Alexandre e Janet. Ao subir os degraus, vejo Michael encostado em uma das grades. Ele está fumando um cigarro.

"Michael, ainda está aqui? E.... desde quando ele fuma?"

– Olá, Aida. Como você vai? — Pergunta Michael com sarcasmo.

– Ah.... Eu estou bem. Muito bem! E você?

– Bem. — A voz do Michael é baixa e monótona. Ele dá outra tragada enquanto olha para o jardim.

– Ignore-o, Aida. Ele está naqueles dias ruins. — Alexandre está sentado em uma cadeira, lendo algo em seu celular. Janet está em um pequeno sofá. Me aproximo e senta o perto de Janet. Ela sorri e olha para mim animadamente. – Então... como foi seu encontro com John.

– Foi.... Bom. Patinar é uma boa escolha para um encontro.

– Se você souber patinar, no caso. — Fala Janet.

– Janet morre de medo. Sem chance de um encontro assim para nós. — Fala Alexandre.

– Na verdade, não tem como errar com lugares como esse. Talvez vocês possam ir ao boliche na próxima. — Diz Janet.

Dou uma olhada para Michael esperando uma reação. Ele não parece se mover.

– Vocês ficaram fora o dia todo. O encontro foi bem longo. — Fala Janet.

– O que mais me surpreende foi você ter voltado hoje. — Fala Michael.

– Como é?

– John é um homem bonito. E você está solteira. Algumas mulheres considerariam isso uma boa oportunidade. Por que não passar a noite fora? — Fala Michael

– Michael! Você mal conhece ela garoto. Não se intrometa... — Fala Janet.

Os olhos de Michael fixos em mim. Ele me observa de um jeito profundo e cheio de uma emoção que eu não consigo explicar. É algo entre o desejo e o desespero.

– Bem, Michael. Verdade seja dita... eu não sou uma mulher qualquer.

Michael ri. Eu não sei se ele está sendo sarcástico ou está aliviado. – Claro que não. Você é uma Santher.

"O que ele quer dizer com isso? É um elogio ou um insulto?"

Ele também é uma ótima pessoa, independentemente dos parentes dela. — Fala Janet.

– Ah, eu não duvido. Aida parece ser uma pessoa maravilhosa mesmo. Mas para a maioria dos homens, o dinheiro fala mais alto.

– Aida merece mais do que isso. — Janet fica brava com o irmão.

– Nesse caso, tenho uma ótima ideia, Aida. Use um nome falso. Dessa forma, as pessoas com quem você sair não vão saber que você é uma Santher. Só tome cuidado para não deixar o cara se apaixonar. Caso contrário, as coisas podem ficar feias no futuro. — Olho para Michael. Ele dá um sorriso tímido enquanto desvia o olhar.

– Só estou dizendo. Esse John parecia pronto para cair aos seus pés se você pedisse. Eu sempre espero ver uma mulher linda como você voltando para casa pela manhã quando encontram homens assim. — Michael dá outra tragada no cigarro, desta vez de uma forma mais impaciente. – Então o que aquele idiota fez para estragar as chances dele com você?

– Desde quando você se interessa por esse tipo de coisa? — Janet pergunta para o irmão.

– Só um minuto. É assim que você julga as mulheres, Michael? Pela frequência com que elas saem com um cara? — Alexandre está muito bravo com o Michael.

– Não. Eu não conheço sua prima, então não posso julgá-la. — Michael e eu trocamos um olhar por apenas um segundo antes que ele dê outra tragada no cigarro.

– Exatamente. Então, vamos encerrar essa conversar por aqui, antes que você diga algo que passe dos limites. — Diz Alexandre muito bravo com ele.

Após uma pausa, Michael solta uma lufada de fumaça, tocando seu próprio rosto enquanto olha para o lado. – Desculpe. Tive uma semana difícil.

Alexandre guarda o telefone. Ele encara Michael pensativamente. – Seja o que for que te deixou tão azedo, você não pode simplesmente descontar nas pessoas o tempo todo. Você costumava ser o cara mais legal do mundo. Aprendemos a aceitar esse Michael novo, irritado e angustiado, mas isso não significa...

– Alexandre... Está tudo bem, Michael não feriu meus sentimentos. As pessoas podem pensar o que quiser ou fazer suposições. Eu não tenho que levar isso para o lado pessoal.

– Sim, mas meu irmão precisa aprender quando manter seu pessimismo para si mesmo. — Fala Janet.

– Olha, sinto muito. Como eu disse, estou tendo dificuldade em me expressar ultimamente. Eu não sou como o resto de vocês. Meu passado me condena e eu tenho dificuldade para lidar com certas coisas que vocês nem imaginam. Podem me chamar de angustiado, pessimista, tanto faz. Mas há algo que não consigo segurar. Não agora e talvez nunca.

– É aquela mulher que você passou todos esses anos perseguindo pelo mundo, né? É por isso que você não consegue se libertar do passado. — Diz Alexandre.

Sinto meu estômago embrulhar. Michael não diz uma palavra. Em vez disso, ele joga o cigarro na grama e encara as árvores sem dizer mais nada.

Encontrando um amor em ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora