Capítulo 42

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Aida Santher

Michael estremece. As minhas suspeitas são confirmadas, ele tem tanto medo quanto eu, só que ele sabe esconder de uma forma mais convincente.

– Então, é simplesmente impossível... por um tempo? Não podemos ter esperanças até que descubramos quem realmente somos e o que queremos um do outro?

– Eu... é. Não parece tão animador quando você coloca dessa forma. — Diz Aida.

– Está bem. Eu tomei minha decisão. Não vou ficar mais chateado com isso.  Eu vou perseguir meus sonhos. Todos eles. E deixar o destino cuidar do resto. Durma um pouco, meu amor.

Eu caio em um sono profundo e, finalmente, acordo ao som da voz suave e baixa de Michael.

– Aida. Ei. Meu sinal voltou.
– Ah, ótimo. Finalmente.

Michael liga para o seguranças do hotel e uma pessoa vem destrancar a porta em tempo recorde. Ele acompanha eu de volta ao quarto. Ele abre aporta para mim. – Arielle, eu... — Ele para olhando para o chão. – Eu sinto muito, vejo você em breve.

Eu pega o braço dele, mas ele se afasta sem dizer uma palavra. –"Espero não ter chateado ele..." — Entro no quarto, ou melhor na suíte particular dele, sentindo que esqueci algo. Pego o meu celular e vejo três chamadas perdidas de Janet. –"Aí meu Deus. É melhor eu ligar para ela." — Disco o número dela e, em uma fração de segundos, ela atende.

Janet
chamando..

Janet
– Aida! Onde você está? Você está bem?

Aida
– Eu estou, bem. Está tudo certo agora.
– Como está o Matteo? Ele está bem?

Janet
– Ele está bem. O que aconteceu? Você ficou sem sinal a noite toda.

Aida
– Foi complicado. Fiquei presa na estufa do Michael, um espaço que ele construiu para ele nesse hotel.

Janet
– O quê?! Como isso aconteceu?

Aida
– A porta emperrou durante a tempestade. Felizmente, Michael estava lá comigo,
então ficamos acordados até tarde e... — Eu limpo a garganta antes de falar o que não devo.
– Hum, nós conversamos. Desculpa por deixar meu filho para você cuidar...

Janet bufa do outro lado da linha.

Janet
– Não se sinta culpado nem por um segundo. Adoro cuidar do Matteo. O Alexandre também!
– Você é uma supermulher. Você é mãe e pai do seu filho ao mesmo tempo.

Aida
– Obrigada, Janet.

Janet
– Você está se saindo muito bem, todos nós pensamos assim. Agora volte para casa logo!

Aida
– Sim, senhora. Te vejo em breve.

Vou até o banheiro para tomar um bom banho quente. –"Ah, muito melhor. Agora, é só colocar uma roupa. Este está ótimo um visual boho casual." — Vou arrumar as Minhas coisas, e descer com minhas malas  para o saguão.

Quando eu me aproximo da recepção, a recepcionista sorri como se estivesse esperando por mim com ansiedade. – Eu gostaria de fazer o check out, por favor. E pagar minha conta.

– Boas notícias, Sra. Santher! Você não tem nenhuma conta para acertar! — Disse a recepcionista.

– Ahn... Não que eu queira ser ingrata, mas...

– Não se preocupe, senhorita. Posso explicar. Seu quarto era a suíte máster. Tecnicamente, ele não é para ser alugado, então não podemos cobrar. Não é que você não tem que pagar, é que na verdade não temos como cobrar. Literalmente, não podemos aceitar seu dinheiro. — Disse a Hostess.

– Então, foi tudo de graça?

– Exatamente! Um quarto grátis, cortesia do White Rock Hotel do Sr. Jackson. — Diz a Hostess.

– Ah. Bem obrigada por tudo.

– Agradeço! Na verdade, amo meu trabalho. O Sr. Jackson oferece essa vaga como um estágio para alunos de turismo. Não só recebo um salário razoável, mas também uma bolsa de estudo e orientação. — Diz a Hostess.

– Eu não fazia ideia disso. Isso é realmente muito gentil do Sr. Jackson...

– Esperamos que tenha gostado da sua estadia. Por favor venha nos visitar novamente. — Fala a Hostess.

Pego as minhas malas e sigo pela entrada, indo para o estacionamento do hotel. Verifico o celular distraidamente enquanto caminha em direção a um banco. O meu carro deve chegar em breve. Escuto passos ao lado e me depara com Michael.

– Ah, oi. — Olho para ele.
– Hum.

Sem dizer uma palavra, ele pega a minha bagagem. Uma Ferrari verde para na minha frente.

– Espere, o que você está fazendo? Não vamos para o mesmo lugar... vamos?

Michael entrega a minha bagagem ao manobrista e abre a porta do passageiro do carro. – Entre.

– Não, não. Eu estou esperando um carro vir.

– Sim. O meu. Vamos. — Fico parada de boca aberta por um momento. – Você vai entrar ou eu terei que carregá-la? Há um lugar especial que quero levar você.

– Ah... Acho que mais uma aventura não faria mal.
– Assim que eu gosto.

Entro no carro dele. Michael senta no banco do motorista e o motor ruge enquanto nos dois partimos.  Já estamos na estrada por um tempo, sem dizer nada. Michael limpa a garganta algumas vezes.

– Está gostando do passeio?
– Não vi nada especial até agora.
– Logo isso vai mudar. Não se preocupe.

Depois de mais alguns minutos, nós chegamos a um penhasco com vista para um vasto lago cristalino.

– Nossa...
– Isso é especial o suficiente para você?
– É lindo. Eu não sabia que um lugar poderia ser tão bonito.

– Sim. Venho aqui de vez em quando apenas para apreciar a vista.  — Michael sorri enquanto toca o meu queixo e me faz olhar para ele.

– Mas essa não é a única vista com a qual estou impressionado.

– Michael... — Morde o lábio quando ele se aproxima dos meus lábios. –"Achei que as coisas seriam diferentes quando saíssemos do The Arielle, mas ele ainda está sendo tão gentil comigo. Eu quero beijá-lo. Quero que ele saiba que ainda sou a mesma."

Me inclina, beija-o enquanto ele entrelaça os dedos nos meus cabelos. Seguro a camisa dele, puxando-o para mais perto de mim. A língua dele desliza sobre mim. Deixo escapar gemidos suaves enquanto a mão dele desce pelo meu corpo.

– Michael... — Ele começa a beijar o meu pescoço. Alguém abre o cinto de segurança e eu percebo que foi eu mesmo, foi puramente por instinto. Ele se afasta e suspira o meu nome. – O que você está fazendo comigo?

– Aparentemente, nada que você não queira.

– Mas é isso que você quer, Michael? Mesmo agora que não estamos presos em uma estufa?

– É o que sempre quis. Desde o momento em que coloquei os olhos em você. — O momento vai de ardente e apaixonado para caloroso e gentil. Ele me abraça e beija os meus cabelos, murmurando seus elogios em um francês suave.

– Nunca trouxe ninguém aqui além de você. Já pintei muitas coisas nesse lugar. Algumas das minhas melhores peças. Seria errado compartilhar isso com qualquer pessoa que não fosse a única mulher que já sonhei em transformar em uma obra-prima.

Luto contra as emoções em meu peito. Ele sorri e liga o carro. Eu me recosto no banco e caio no sono enquanto ele dirige de volta para casa.

Encontrando um amor em ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora