Capítulo 8

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- Muito bom, querida. Estou orgulhosa, a sua evolução é impressionante - Afirmou vovó e fiquei radiante com o elogio.

Os últimos meses foram intensos, cheio de descobertas e aprendizado. Os treinos são parte fundamental na minha rotina. Eu sei que ainda tenho muito a aprender, mas estou feliz com as conquistas que realizei de forma lenta e gradativa. Kol contribuiu trazendo grimórios antigos de sua mãe, permitindo acesso a uma série de encantamentos poderosos.

Eu soube através de outras bruxas que a família Mikaelson está com problemas. Kol se mantém em silêncio, ele não quer me arrastar para essa bagunça. Porém, eu sinto medo em seu coração e angústia na alma. Os olhos não brilham como antes, há uma névoa negra e de textura depressiva ao seu redor. Ouvi rumores dizendo que Marcel é responsável.

Há uma guerra silenciosa sendo travada nas sombras, longe de humanos curiosos. Kol simplesmente sumiu, ele não ligou ou enviou as mensagens bobas de sempre. Eu esperei o momento em que ele passaria pela porta com aquele sorriso provocador, mas foi em vão. Eu cansei de ser refém dos pensamentos ruins, é hora de agir e reunir informações.

Eu precisava descobrir onde meu amigo estava, e principalmente, se ele estava bem. A preocupação inundou meus sentimentos e foi uma sensação desoladora. Reuni ingredientes e o mapa de Nova Orleans, respirei fundo com o coração acelerado e cortei a mão. O sangue escorreu através da abertura na pele. A dor se misturou a ardência intensa e crua.

- Phasmatos tribum nas ex veras sequita saguines ementas asten mihan ega petous - O calor agradável inundou o ambiente.

Observei com urgência enquanto o meu sangue ficou concentrado e se moveu através do mapa envelhecido. Estremeci quando pude identificar o paradeiro de Kol, ele estava preso no cemitério. É o local dominado pelas bruxas e tem grande representatividade para elas. Ele não entraria naquele lugar por vontade própria ou qualquer coisa do tipo. Kol é vampiro, ele é naturalmente repelido do local.

Enrolei um pedaço de tecido na mão e o sangramento foi contido no momento. Peguei a chave do carro e uma jaqueta, eu corri pelos degraus da escada e ignorei os protestos que minha avó murmurou. Entrei no automóvel e o nervosismo desencadeou tremores nas mãos e suor frio pelo corpo inteiro. Eu sabia que me submeteria a problemas sérios, mas Kol tinha se tornado meu irmão e amigo.

Eu pisei fundo no acelerador, por sorte o fluxo de pessoas estava devagar na hora, nem parecia a mesma cidade. Lembro de Kol e seu tour pelos distintos bairros e vielas, o vampiro passou semanas narrando histórias que viveu e presenciou aqui. Como eu poderia deixá-lo e não tentar interceder? Eu sei que ele cometeu atrocidades terríveis e fará muitas outras, sua essência sombria é imutável.

Entretanto, eu conheci outra faceta, uma que pouquíssimos conheceram. O vampiro se transformou ainda muito jovem, inseguranças e incertezas foram entalhados na alma. Ele só quer ser aceito e amado pelos irmãos, mas eu percebi que eles estão ocupados demais para perceber o estrago que fizeram. O lema bonito e inspirador não envolveu Kol.

"Sempre e para sempre" é algo selado no tempo e firmado pelo destino. O sobrenome e sangue não foram suficientes para aproximar irmãos que sobreviveram a morte. Eu prometi amar e proteger o imortal, mesmo que custe a minha própria vida no final das contas. Dirigi e estacionei o carro na rua quase deserta. Senti a magia pulsando em cada canto.

Eu corri desesperada até o cemitério e a presença de três pessoas chamou atenção. O som de vozes entoando cânticos antigos foi o detalhe preocupante. Havia 7 bruxas lá dentro e 3 vampiros barrados pelos portões, a magia de proteção era forte e poderosa. Estremeci e congelei ao ouvir gritos masculinos, a voz que aprendi a gostar estava quebrada. Visualizei o meu melhor amigo acorrentado.

Encontro - Elijah MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora