Capítulo 1

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Meados de 2003

- Isso princesa! - Amanda incentivava a sobrinha Eduarda a dança o pagodão baiano.

- Para com isso Amanda, não gosto dessas porra - Carlos, pai da pequena recriminou a irmã olhando emburrado a cena.

- Para de implicância Carlos, a menina está brincando - Sônia sua mãe tentou defender.

O que ela não imaginava é que a dança seria a grande paixão da sua pequena menina.

....

Meados de 2013

- Não vai fazer balé nenhum - Carlos respondeu autoritário - você tem é que estudar pra prova da marinha.

A mais nova revirou os olhos e viu os irmãos passando pela cozinha indo andar de skate.

- Mas o Matheus e o Caio o senhor deixa fazer o que gosta, porque eu não posso? - a menina rebateu recebendo um olhar reprovador do pai.

- Eu não vou ter filha bailarina!

- Carlos... - a mãe até tentou intervir.

- Sônia não começa!

...

Início de 2014

- Eu tô deixando você ir pra focar nos seus estudos, não pra ficar de babaquice não - Carlos resmungou e Eduarda concordou - Amanda você fica de olho nessa menina em Santos, quero ficar por dentro de tudo.

- Pode deixar Carlos, eu vou cuidar da nossa menina - ela beijou a cabeça da mais nova.

- Nas férias eu vou pra lá pai vê como está as coisas - Matheus falou com o Caio ao seu lado.

Quem via os dois não imaginavam que eram somente 3 e 5 anos mais velhos que ela.

Depois de mais meia dúzia de recomendações de Carlos e de Sônia se despedir pela 10° vez da filha, Amanda e Eduarda embarcaram no ônibus rumo a Santos - SP com a promessa de que Eduarda havia ganhado uma bolsa de estudos em uma das melhores escolas da região.

- Esqueci de falar uma coisa pro seu pai - a menina ficou na tia - que você só ganhou a bolsa por causa da dança - a menina ficou espantada - lá é referência em artes e esportes.

O sorriso da menina não cabia no rosto, ela estaria começando a viver seu sonho.

...

Fim de 2014

- Ai! - a menina resmungou quando sentiu a bolada nas costas.

- Desculpa ai! - um menino de sobrancelhas grossas se aproximou dela - Meu amigo e a bola não se dão bem.

Aquele rosto era familiar para ela, mas ela não conseguia dizer de onde até que uma lâmpada se acendeu quando alguém o chamou

- Gabigol anda logo, vai ficar xavecando os outros e prendendo a bola? - um dos meninos gritou e ele mandou dedo como resposta.

- A gente se vê por aí? - ele perguntou e a moça assentiu.

...

Meados de 2016

- Você vai pra fora do Brasil? - a menina se empolgou com o amigo.

Liberté • Pedro GuilhermeOnde histórias criam vida. Descubra agora