Capítulo 6

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Eduarda

O clima na mesa até estava tranquilo até meu pai chegar, todos ficaram meio tensos.

- Mas me fala filha, entra de férias quando? - minha mãe perguntou.

- Dia 28? - olhei confusa pra Ariel que assentiu - Depois só dia 8.

- Pouquíssimo tempo, mas vai passar o ano novo aonde? - dei de ombros terminando de mastigar.

- Pessoal que ir pro litoral de São Paulo mas eu não tô afim.

- Se quiser ir com a gente pra Região dos lagos... - minha mãe sorriu mas meu pai encarou ela.

- Não sei se tem espaço, a casa tá cheia - ele falou sério.

- Achei que fosse passar o ano novo com o Gabigol, vocês estão saindo direito - Caio falou com um sorriso debochado - ontem mesmo você está com ele no Seu Vidal.

- É, talvez eu vá ainda não falamos disso - coloquei o mesmo sorriso sínico no rosto.

- Tanto tempo que não vejo Gabriel...

- Eu te mostro então mãe, ele sarrando na sua filha ontem - Caio pegou o celular e eu o encarei séria.

Ariel me olhou como quem pedisse pra que eu não surtasse, respirei fundo e olhei pra minha mãe que reprovava o Caio com o olhar.

- Caio...

- Ué mãe, acordei com esse vídeo no grupo dos muleques - ele continuou virando o celular pra ela.

- Seu amigos não tem mais o que fazer não? - perguntei empurrando meu prato vazio.

- Se você se desse o respeito... - meu pai falou baixo mas numa altura suficiente pra que todos ouvissem.

- Ari já acabou? Eu tenho hora - minha mãe me olhou triste.

- Filha...

- Sim mãe, amanhã de manhã eu tenho que trabalhar cedo, tenho coisas pra fazer em casa - ela concordou mesmo sabendo que era mentira.

Deixei os três na mesa e minha mãe separou uma marmita com sobremesa pra gente enquanto eu pedia um uber. Não demorou muito pro motorista chegar, fui até o portão com minha mãe e pra minha surpresa o Matheus veio falar comigo.

- Tchau - me abraçou - se quiser ir no ano novo com a gente tem lugar sim viu.

- Não vai rolar não, mas valeu! - sorri fraco e me despedi da minha mãe.

Entramos no carro e fechei os olhos controlando minha vontade de explodir.

- Ta bem? - Ariel perguntou e eu assenti sorrido fraco pra ela - Não precisa fingir.

- Tô acostumada já.

Fomos o resto do caminho quietas até chegarmos prédio, entramos no elevador e apertei o botão do 5 e do 7 andar.

- Fica lá em casa - Ariel pediu e eu neguei - Dudx...

- Minha cabeça está doendo, quero ficar sozinha - sorri fraco e ela negou beijando meu rosto.

- Qualquer coisa você tem a chave - assenti e ela saiu assim que parou no seu andar.

Quando o elevador fechou apertei o Térreo, precisava andar um pouco, não daria certo ficar sozinha em casa e eu não queria a companhia de ninguém.

Sai pelas ruas do bairro até parar em um barzinho, sentir no bar e olhei o cardápio.

- 3 doses de tequila por favor!

Liberté • Pedro GuilhermeOnde histórias criam vida. Descubra agora