Capítulo 10

1.4K 177 85
                                    

Eduarda | Véspera de natal

- Vai tia, abre logo! - comentei vendo o Gabriel entregar a caixa pra Tia Lindalva.

Ela abriu a caixa mostrando o porta retrato de todos nós juntos.

- Eduarda! - Gabriel me repreendeu e riu.

- Ué, agora sim a família tá completa! - beijei o ombro.

- Que lindo, minha norinha!- Tio Valdemir brincou e eu fingi vômito fazendo o Gabriel me mandar dedo e ele rirem.

- Agora abre o seu - Tia Lindalva falou animada - eu espero que você goste!

Era um desenho meu dançando, e nas minhas costas tinha um par de asas. Senti meus olhos marejarem e sorri observando o quadro.

- Que coisa mais linda filha - Amanda chegou atrás de mim me abraçando - vocês pra fazer essa garota chorar!

- Gostou amiga? - Dhio perguntou.

- Eu amei, vai ficar aqui na sala pra eu lembrar sempre de vocês - limpei a lágrima solitária que caiu.

- Não vamos te prender mais não filha, vai lá arrumar as coisas, feliz Natal pra vocês, tudo de bom!

Nos despedimos e desliguei a ligação, respirei fundo sorrindo e minha mãe me abraçou.

- Eu gosto de momentos assim, guarda eles no fundo do seu coração pra você nunca se esquecer do quanto é amada - sorri e ela beijou minha testa.

- E tem como esquecer tendo vocês?

- Assim, o momento de amor de vocês tá lindo mas tem como alguém me ajudar aqui com a comida? - Hector apareceu na porta da cozinha em fazendo rir - Rir não que eu tô fazendo a sobremesa que você pediu.

- Pavê de chocotone? - pulei do sofá indo parar na cozinha.

- Sim, agora rala essa barra de chocolate pra jogar por cima.

- Você vai servir isso pra todo mundo? - perguntei já falando e ele riu - Queria só pra mim.

- Fiz pudim de sorvete também e um pavê menor pra você - ele abriu o freezer mostrando e eu ri - depois me perguntam porque você é mimada.

Passar o resto da tarde ajudando ele na cozinha foi bom pra que eu não ficasse pensando que meus pais e meus irmãos viriam para minha casa, mas quando deu 19:00 meu estômago começou a revirar.

- Filha já não falei que a mesa está linda? - Amanda chamou minha atenção.

- Mas ela tem que está perfeita! - ajeitei pela 5° vez dos talheres na mesa - Melhor eu tirar esses porta retratos daqui, evitar qualquer piadinha... - fui em direção a algumas porta retratos que ganhei de fã.

- Não, aí já é demais. Sua casa, suas regras! - Hector me segurou - Vai se arrumar que daqui a pouco eles chegam.

Sendo obrigada pelos dois fui pro meu quarto, tomei um banho e ajeitei mu cabelo, fiz uma maquiagem bem estilo "tô viva", coloquei um vestido soltinho lilás e havaiana branca no pé.

Fui pra sala e os dois já estavam arrumados é cada um com sua taça de vinho.

- Tá linda filha! - Hector me abraçou e beijou minha cabeça.

Escutei o interfone tocar e meu coração bateu mais rápido, olhei a hora vendo que era 20:30, com certeza era eles.

- Boa Noite Duda, podemos liberar a Dona Sônia com família? - escutei a voz do Cláudio assim que atendi.

- Pode sim Cláudio!

- Queria outra coisa, mandaram entregar uma flores para você no final da tarde só que com a troca de turno houve confusão e não entregaram. Posso entregar a ela pra deixar aí?

- Claro que pode, sem problema algum! - sorri já imaginado que isso era coisa do Gabriel.

- Tudo bem, Feliz Natal Duda!

- Feliz Natal Cláudio!

- Que sorriso é esse? Nem parece que está nervosa - Amanda  brincou.

- Nervosa eu estou, eles estão subindo - me olhei no espelho da sala - é que o idiota do Gabriel mandou entregar flores aqui pra mim.

- Quem olha de fora deve achar que vocês namoram.

- Você com esse papo, tio Valdemir também... Qual o problema de vocês? - fiz cara de nojo e eles riram.

Escutei a campainha tocar e meu coração parou, caminhei até a porta e respirei fundo abrindo. Estavam todos ali, o que já me trouxe um alívio porque imaginei que no final só viesse minha mãe.

- Chegamos! - minha mãe disse animada.

Dei espaço pra que eles entrassem, meu pai e o Matheus seguravam uma travessa e o Caio algumas bolsas.

- Pediram pra entregar isso a você - minha mãe me entrou o buquê de rosas vermelhas lindo - achei lindo!

- Eu também - falei rindo já procurando o cartão e me preparando pra alguma gracinha do Gabriel.

" Queria te dar alguma coisa para te alegrar no dia de hoje, vi essas rosas e lembrei de você. Que sua noite de Natal seja linda.

Feliz Natal para você e sua família! Beijos.

Amigo do Bi."

Oi?! Essas flores não era do Gabriel. Foi o Pedro. Todos na salas me olhavam com certeza pela minha cara de assustada.

- O que o Gabi colocou aí que tu está com essa cara? - Hector riu fraco.

- Não foi o Gabi não...

- Será que agora você tomou jeito? - meu pai mandou na lata.

Tia Amanda, tio Hector e minha mãe encararam ele que nem ligou pra situação.

- Vamos colocar essas flores num vaso e arrumar a mesa.

...

- Vem logo Matheus, vamos abrir os presentes!

Tia Amanda estava empenhada em fazer um Natal família feliz, já havia passado da 00:00 e fui surpreendia com um abraço rápido do Carlos. Já temos um avanço.

- Deixa eu entregar o da Duda primeiro? - minha mãe pediu e eu sorri negando.

- A senhora sabe que não precisava disso né? - ela me entregou uma pequena bolsa.

Tirei uma caixinha lá de dentro e abri vendo um colar com com uma pedra preta e e outra branca.

- É uma Turmalina Negra e uma Selenita, ela funcionam como amuleto, a preta proteje das energias negativas e a branca limpa os ambientes e as pessoas - sorri olhando pra minha mãe - um amuleto para minha guardiã.

Quando eu era pequena minha ame me chamava assim, era o significado do meu nome. Pedi que ela colocasse o colar em mim e agradeci.

- Posso entregar o meu então? - levantei e fiquei em dúvida olhando as bolsas, respirei fundo e peguei a do Flamengo - Feliz Natal pai! - estendi a bolsa pra ele.

Seus olhos arregalaram levemente mas seu rosto continuou sério, agradeceu em tom baixo e pegou a bolsa. Ele abriu revelando a camisa do Flamengo autografada pelo Arrascaeta e com o número do uruguaio atrás.

- Gostou? - mordi o canto da boca tentando ao máximo reprimir meu nervosismo.

- Seu amiguinho que conseguiu? - ele perguntou cheio de deboche.

- Não, eu conheço o Giorgian, pedi a ele.

Ele me olhou como quem dissesse Conhece é?!, respirei fundo e engoli seco me controlando ao máximo.

- Gostei!

Liberté • Pedro GuilhermeOnde histórias criam vida. Descubra agora