Capítulo 17

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Eduarda - 21 de Janeiro | Rio de Janeiro.

Eu já tinha pensando que a ideia de dar uma chave da minha casa para o Gabriel não era boa, mas acordar com ele no meu quarto me fazendo proposta doida só me confirmou o que eu já sabia. Pra que eu fui fazer isso?

- Que papo de que a gente vai sair é esse?

- Vai ter almoço com o pessoal do time e você vai comigo. - parei o que estava fazendo e olhei pra ele gargalhando.

- Melhor você voltar a dormir, o seu problema é sono. - ele revirou os olhos.

- É almoço com as famílias, meus pais estão em Santos, Dhiovanna tá em algum canto do mundo, Fabinho viajou, só tem você de família pra levar. - ele deu de ombros e começou a mexer no celular disfarçando.

O Gabriel é bem diferente de mim, apesar de nos parecermos muito. Além das atitudes eu gosto de dizer que amo as pessoas, sou mais pegajosa, abraço, beijo e afins, já ele até acontece esse tipo de demonstração mas normalmente é em atitudes, é quando ele me manda mensagem pra saber se tá bem, liga de chamada de vídeo só pra "vê se tá vivo". Então ele dizer isso é como se ele dissesse: Gosto tanto de você ao ponto de te considerar minha irmã.

- Aí Gabriel o que você não pede com essa cara de cachorro que caiu da mudança que eu não faço? - ele sorriu enquanto eu me levantava.

Depois de muito caçar no guarda-roupa escolhi um conjunto  de cropped e short laranja e uma rasteirinha. Tomei meu banho e me arrumei enquanto passava as últimas notícias da minha vida pro senhor irmão mais velho.

Me vesti e peguei uma bolsa pequena colocando minhas coisas, descemos pro estacionamento, como dá pra se imaginar assim que o som do carro ligou o som estrondou me dândi um susto.

- Ta surdo? - gritei com ele que ria enquanto eu desligava o som.

- Para chata, curte aí. - voltou a aumentar o som cantando. - Ela quer dividir do que eu tenho, cartão, me passa a senha, cinto e calça da Balmain, yeah.

Não aguentei e ri entrando na onda, como minha tia mesmo fala, o certo era da um colocar limite no outro mas é um pior que o outro. O lugar era perto então não demoramos muito, assim que desci já dava pra ouvir o falatório e a música no local.

- Não vem pagar de tímida agora não ein?! - revirei os olhos e segurei a mão do Gabriel.

Realmente só estava o pessoal do time e suas família, Gabriel com seu espírito de prefeito de cidade saiu me arrastando pra cumprimentar todo mundo, me apresentar pro técnico novo e depois em deixou em paz sentando com o Arrasca.

- Lil Duda estás con vergona? - revirei os olhos e o uruguaio riu.

- Me deixa quietinha seu uruguaio safado! - Arrasca riu beija a lateral do meu rosto.

Senti alguém me abraçar por trás e tomei um susto, olhei pro cima do ombro vendo a Thaísa sorrindo pra mim. Puta merda, eu esqueci que o Pedro é do time. Sorri pra ela e percebi que o Gabi segurando riso. Idiota!

- Não achei que eu fosse te vê aqui. - Levantei abraçando a menina.

- Gabriel me prometeu uma bolsa nova se eu viesse, tá achando que é Saulo Pôncio eles.

- Prometi nada pra ninguém não! - ele falou me olhando sério.

Percebi o Pedro parado atrás dela a alguns metros de distância, Victor estava com ele e um casal que deveria ser seus pais.

- Vai lá falar com ele? - Thaísa deve ter percebido que o encarando, na verdade eu nem disfarcei muito.

- Acho melhor não...

- Vamos logo! - ela segurou minha mão me arrastando pra mesa deles - Olha quem eu já encontrei...

Pedro sorriu pra mim e se aproximou me abraçando, fiquei alguns segundos ali que pareceram horas. Me soltei cumprimentando o Victor e sorri para os pais dele.

- Pai. mãe. Essa é a Eduarda, ela é amiga do Gabriel.

A mãe dele me olhou sorrindo, já o pai o olhou desconfiado mas sorri pra mim. Os dois em abraçaram e me deram o tipo 2 beijos do carioca.

- Prazer em conhecer-los! Acho melhor eu voltar pra mesa antes que o senhor irmão mais velho venha atrás de mim.

- Ele tá bem preocupado contigo... - Pedro brincou e eu olhei pra trás vendo o Gabriel de resenha com o Beunnno Henrique.

Ri mas me despedi deles voltando pra mesa, Gabriel me olhou e começou a rir percebendo a vergonha estampado no meu rosto.

...

Pedro

- Então ela é a dançarina? - meu pai perguntou e eu olhei a Eduarda que estava sendo arrastada pela Sara, filho do Filipe para o campo de areia.

- É ela mesmo!

- Achei ela bonita, parece ser uma boa menina. - minha mãe comentou olhando na mesma direção que eu.

- É meio dosa das ideias mas é maneira. - olhei pro Victor com medo de que ele repetisse alguma merda que a Eduarda já tenha falado.

- Vou ali rapidinho e já volto...

Levantei da mesa e escutei a risadinha da minha família, passei pela mesa do Gabriel que já soltou um piadinha e segui pro lado de fora onde Eduarda brincava de bola com os filhos do Filipe Luís.

- Virou criança Duda? - ela me olhou e sorriu.

- Acho que eles me confundiram, levando em consideração meu tamanho... - ela deu de ombros rindo.

Fiquei de onde eu estava observando eles, não sabia que a Eduarda se dava bem com criança, apesar de que ali ela parecia ser mais criança do que eles.

- Cansei! - ela sentou do meus lado enquanto eles voltaram q brincar.

- Ué dançarina, cadê a resistência?

- Muito show e eu tenho feito uns exercícios ir fora, tem me cansado bastante. - ela me olhou debochada.

- Quando eu falo que você é um Gabriel de saia... - ela gargalhou.

- Você parece muito com seu pai. - ela comentou observando as crianças.

- Minha mãe te achou bonita! - ela arregalou os olhos e me olhou assustada. - Calma Duda. - Ela sorriu tímida e voltou a atenção as crianças. - Vai trabalhar esse final de semana? - ela assentiu.

- Só um show em São Paulo amanhã, domingo tô em casa.

- To pensando aqui, você aceita jantar comigo domingo à noite? - ela me olhou surpresa.

- Que?

- Isso, um jantar nós dois. Você aceita?

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Liberté • Pedro GuilhermeOnde histórias criam vida. Descubra agora