Capítulo 8

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Eduarda

Mas assim, você vive isso porque gosta ou porque encarnou algo que eles coloram na sua cabeça?

Pedro tinha conseguido alugar uns 4 condomínios na minha cabeça com essa pergunta. Como ele fala isso e quer que eu siga a vida em paz? 

Mas pensando bem não tem muita coisa, eu gosto da vida que eu vivo, eu sou feliz assim, eu amo a liberdade que eu vivo aqui. Mas ao mesmo tempo eu sei que vivo com essa sombra de sempre achar que as pessoas pensam o pior de mim, sei que sou julgada, principalmente por quem deveria me amar.

- Aí o pato Donald me mamou no meio da rua... - olhei confusa pro Gabriel, voltando pra realidade.

- Que?

- Tô aqui fazendo um monólogo e você olhando pro nada - ele me olhou preocupado - me fala como foi ontem, essa sua cara não tá nada boa.

- Eu não quero te perturbar com isso...

- Eduarda o que rolou? - ele perguntou irritado, suspirei tomando coragem.

- Bom, estava tudo indo bem até meu pai e meus irmãos chegarem, Caio fez questão de expor minha vida na mesa até meu pai abrir a boca pra falar merda - sorri sem humor.

- O que o Caio falou? - ele estava vermelho, era isso que eu não queria.

- Ele mostrou o vídeo da gente no Baile do Papato pra minha mãe e começou a falar um monte de bosta, disse que recebeu num grupo de amigos, até que meu pai soltou um "Se você se desse o respeito..." - falei com ódio porque lembrar me dava raiva - e ainda fui excluída do ano novo da família.

- Caralho Eduarda porque você aceitou ir lá? - ele coçou a cabeça com raiva - Foi só isso? Sua mãe não falou nada?

- Foi sim e no máximo ela pediu pro Caio calar a boca.

- Esquece esse pessoal, sua família é a Tia Amanda e o Tio Héctor - concordei porque sabia que era verdade - e outra, você vai passar o ano novo com a gente na Bahia, tá decidido - olhei pra ele e gargalhei.

- Você tá achando que eu tô roubando? E outra, eu trabalho até dia 27.

- Eu não falei pra você pagar, só pra ir e outra, a gente marcou de ir dia 26, esperar mais um dia não vai fazer mal a ninguém.

Desisti de discutir com ele, no dia eu inventava um caô e ficava em casa, com certeza vai ser o melhor.

- Amiga o Pedro já foi? - Ariel saiu entrando aqui em casa e a pergunta dela me deu um susto e trouxe uma grande interrogação pra cara do Gabriel.

- Que Ari? - perguntei pra vê se ela se tocava.

A morena olhou pro Gabriel, pra mim e deu um sorriso sem graça como quem pedia desculpa.

- Quem é o Pedro? - Gabriel perguntou.

Eu não podia falar a verdade, porque aí ele ia perguntar o porque do Pedro está aqui, isso levaria a falar o motivo e ele saberia o que eu fiz o que ia resultar no Gabriel brigando comigo e eu não quero isso.

- Que Pedro menino, Ariel que tá surtada - olhei pra ela e subilei um Obrigada irônico.

- Ta se fazendo de pão pra levar linguiça agora? - olhei feio pra ele que revirou os olhos - Tô indo, amanhã vou pra Santos porque vou passar o natal lá, você vai quando? Quer ir comigo?

Liberté • Pedro GuilhermeOnde histórias criam vida. Descubra agora