Capítulo 6,5

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ZAYN MALIK P.O.V.

Logo de primeira impressão, eu já via naqueles olhos azuis o quão o tal de Niall era inteligente e esperto o bastante para descobrir tudo o que eu mais necessitava esconder, em um estalar de dedos. Ele de certa forma, já deveria desconfiar de tudo. Já deveria ter entregado toda a sua desconfiança para Liam, enquanto eu agia tão perigosamente, ambicioso.

Quando ele citou os agentes e a preferência do FBI em enviar pessoas ao que simplesmente reforçar o sistema e rastrear cada passo sujo que cada um dos Payne' vermes dava por cada canto explorado do mundo, eu, de relance, fiz uma nota mental em agir com o dobro de cautela a partir dali.

Um deslize, e tudo estava acabado.

- Sabe, Sr. Malik... Você conquistou a confiança de Liam de uma forma tão rápida que em minha cabeça chega a ser uma ideia quase alienada. - O loiro prosseguiu com suas suposições, a cada piscar de olhos, mais ameaçador. Eu quase caía da cadeira em nervosismo, como aquilo era possível? - Transou com ele ou algo assim? Porque ele tem muitas putas de luxo por aí. Talvez ele quisesse uma permanente dessa vez.

Como é?

- Excusez-moi, senhor Horan. Mas acho que você não entendeu bem o meu intuito em estar aqui. - Eu podia ser um agente, falso e filho da puta, se formos avaliar pelo ponto de vista dos prejudicados com o meu trabalho. Mas puta? Puta de Liam Payne? - Se Liam confia em mim, pois bem, é porque eu fiz por merecer, não acha?

- Fez o quê, por exemplo, por merecer? Chupou o pau de...

- Ouch! - O interrompi, a repulsa em minha expressão sendo tão evidente quanto o meu tom de voz já alterado. Aquilo era demais para mim. Liam podia ser um homem bonito, sedutor e dono de um corpo feito à medida para a perdição de qualquer ser humano com hormônios funcionando corretamente. Porém, nem pensar, eu nunca aproximaria minha boca a menos de um metro de suas partes baixas.

Eu sou gay. Muito gay, aliás. Mas a essa condição? Eu me recuso.

- Vamos deixar que a história tome o seu rumo, então... - Horan piscou. - Agora vamos ao que interessa.

E então, com sua feição brincalhona mudando para uma totalmente oposta, a mais sombria possível, ele se virou para um dos computadores, o qual tinha o seu centro piscando simultaneamente e pedindo por um código que eu infelizmente não tive tempo suficiente para ler. O garoto digitava rápido demais, como se os dedos dançassem facilmente pelas letrinhas. Eu era exatamente igual com o piano; os dedos e as teclas formavam uma perfeita sincronia e possuíam uma assustadora atração, como se fossem imãs.

- Há um tempo, sei lá, três anos atrás...? - Niall continuava mexendo com o mouse pra lá e pra cá, numa tela branca que eu por enquanto desconhecia, sem direcionar o olhar a mim, sempre com a testa franzida em atenção. - Encontramos um hacker japonês que conseguia invadir o sistema de entretenimento e máscaras de oxigênio de quase 70% dos aviões americanos. Tivemos que pagar quase novecentos mil euros pelo sistema dele, mas, no final, valeu a pena: isso nos tornou intimidadores. Liam ficou cantarolando por uns bons dias, como a bicha poderosa que estava se tornando.

- O quê? - Não pude deixar de arregalar os olhos com tal revelação. Afinal, que porra, eles tinham o controle de um avião americano! Essa podia ser a resolução de vários assassinatos aéreos, e, por um momento, eu tive vontade de pedir licença e sair vomitando por todo o casarão enquanto Stan surtava do outro lado da Europa com a minha descoberta. - Vocês já...?

- Se já derrubamos aviões? - O loiro gargalhou. - Por enquanto, não. Liam só mata quem atrapalha os negócios dele.

- E os americanos não atrapalham os negócios? -

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