Blue Jeans || Ziam Mayne ||

Capítulo 22,5

ATENÇÃO!!!

Esse capítulo contém
cenas de homofobia, violência verbal e
insinuação de violência física. Caso você
não reaja bem com o conteúdo ou não
esteja se sentindo bem com você
mesmo, POR FAVOR, adie a leitura
para quando você estiver ok!

Terá um espaço entre a narração
em 3ª pessoa e o período onde o Liam
começa a falar (em Iª pessoa). Se
atentem a isso.

Depois de tomar o café da manhã sozinho, Zayn esperou pelo resto da manhã e início da tarde na entrada do estábulo, ao lado de um James Dean adormecido por carícias. Como já havia prometido a Jawadd antes de acordá-lo com um bilhete explicativo da sua ausência naquela manhã, Liam apareceu boas horas depois, no próprio carro. Um conversível BMW, dessa vez. Ele parecia avoado e, surpreendentemente, estava fumando quando abaixou o vidro e lançou uma piscadela ao de olhos âmbar, que de imediato sentiu seu coração bater mais rápido conforme abria a porta do carro para se aconchegar ali.

— Pensei que você achasse os franceses egocêntricos. Que, por causa disso, você não gosta de mim, nem dos meus cigarros. — Zayn ironizou, logo depois arfando ao que o Payne se inclinava no banco para beijar-lhe a curva do pescoço descoberto.

— Mesmo assim, eu estou transando com você. E fumando cigarro também. — Liam sorria minimamente. Os olhos brilhavam num castanho mais escurecido quando ele os revirou, assim passando de boca-a-boca o seu cigarro a Zayn. — Sempre gostei de você. Dos cigarros também. Mas tenho asma.

Os dois se olharam em silêncio e o de olhos âmbar sorriu, formando ruguinhas no canto dos olhos ao mesmo tempo em que dava a Harry uma piscadela em sinal de desconforto. O tipo de desconforto que se tem quando se está estranhamente envergonhado por algum motivo bem sentimental.

Quando Liam deu a partida, rápido e desconcertado como sempre, a música se fez presente. Era algum CD que ele havia colocado pouco antes de encontrar Zayn no estábulo. Tocava ecoando para além das janelas entreabertas, "Mad Sounds". Enquanto isso, Zayn deitava a cabeça no apoio do banco. Observava Liam soltar o cabelo da bandana com a ajuda de sua única mão livre, embolando-a nos fios de uma maneira particularmente engraçada. Quando os cachos leves caíram bagunçados sobre os ombros, ele fechou os olhos para cantarolar, no tempo que se permitia a um motorista, o refrão da música.

Liam tinha a voz mais linda que Jawadd já havia escutado.

E Zayn queria, naquele momento, poder desejar que alguma outra pessoa também o apreciasse dessa maneira mais singular; não pelo o que ele fazia, mas pelo o que ele escondia por trás do que fazia.

— Olhe ao redor. — Disse Liam.

Então, o fazendo, tão de repente, Zayn percebeu já estar bem distante da imensidão de plantações próximas ao rancho, agora estando na estrada, perto das montanhas, quase que flutuando para além delas. Era tudo tão desértico a ponto da música parecer ainda mais alta conforme as janelas eram abaixadas até que o vento carregasse o cabelo de ambos para junto da velocidade constante. Tudo estava leve. Perfeito. Como se Liam pudesse simplesmente virar-se para Zayn, e assim dizer a ele que se sentia como uma criança ao lado de seu primeiro amor.

Mas nada era tão simples; então, ele apenas sorriu, cantando o mais alto que podia.

Zayn, por sua vez, também aproveitava o momento à sua maneira. Com as mãos apoiadas na janela e a cabeça para fora, se sentia vivo. A música e a batida incessante reverberavam em seus ouvidos, mas nada mais, além disso, importava. Até o momento em que Liam decidiu colocar a mão sobre uma de suas coxas, subindo e descendo — como num mantra.